Os homens, por sua conveniência e comodidade
vivencial dão o nome de relativismo moral à doutrina em que o bem e o
mal variam de acordo com os tempos a as sociedades, admitindo por isso e sem
peias, que este – ao contrário da imobilidade dos princípios básicos que devem
presidir à acção do homem – seja uma variável que admite que uma ideia ou um
facto pondo-os de acordo com o tempo –
por mais desbragado – ou com a sociedade – por mais libertina que seja – sendo, assim, o relativismo moral um
meio que voga ao sabor das circunstâncias
e do meio onde se vive.
Tudo está, no facto do homem se ter esquecido
da verdade verdadeira e ter feito
desse princípio nobre da filosofia humana algo cujo conhecimento exacto, que
não admite tergiversões ter deixado de fazer parte da sua conduta, derivando
daqui todas as variáveis ao sabor dos ventos do mundo que têm sempre quem os
acolha.
Há, com efeito, na mentalidade contemporânea –
que é contra os dogmas eclesiais – um dogma que ela criou para sua comodidade
pessoal: não há verdades absolutas nem princípios básicos imutáveis.
Tudo é susceptível de mudança e de arranjos a
um mundo que se vai mudando – e isto é verdade – não sendo, no entanto, menos
verdade que um mundo que muda sem atender às verdades fundamentais da sua
mentalidade, é um mundo desorientado.
É necessário ao homem do nosso tempo que não
deixe de atender a duas realidades básicas da sua condição: a humana - que o
mundo reclama e o faz errar e a divina, reclamada por Deus - que o chama a evitar os erros do mundo,
fazendo-lhe ver os perigos do que é andar ao sabor da corrente que lhe faz
perder o sentido de algumas verdades absolutas e, como tal, imutáveis em todo o
tempo e lugar.
Há, por isso, necessidade do homem se conhecer
a si mesmo, indo ao fundo das questões morais que fazem dele uma criatura por
excelência, capaz do bem e do mal., e encontrar
por isso as capacidades de busca dos fundamentos da honestidade
intelectual que cada um deve a si mesmo, mantendo imutáveis no edifício da sua
moral as verdades que não podem ser relativisadas ao sabor de cada tempo.
E aqui não se pede uma fé teologal.
Pede-se, apenas, ao homem que seja autêntico
enquanto ser racional que é, e que esta qualidade única na História da Criação
o torne fiel às causas intrínsecas da sua condição humana, chamando a si a honestidade
que deve presidir aos seus actos, na certeza que ser honesto é preferível a
pensar de acordo com as premissas que a sociedade impõe, quantas vezes vão ao
arrepio daquilo em que se acredita.
É neste campo que o homem tem de aprender a
distinguir o que é relativismo social daquilo que é honestidade intelectual.
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