Daqui vejo um pedaço do mundo e se o vejo desajeitado, sofrendo a mágoa duma realidade melhor que desejei, estou consciente de não ter sido um destruidor assumido, embora admita a omissão de o não ter ajudado a erguer como devia, sugerindo estas afirmações que os dois modos contrários do meu agir reflectem a minha desatenção humana, dando-me a certeza que a ela só escapam os homens fadados para destinos superiores
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sábado, 22 de dezembro de 2018
quarta-feira, 19 de dezembro de 2018
terça-feira, 18 de dezembro de 2018
Ao Deus-Menino Esperado
AO DEUS-MENINO
ESPERADO
Grande notícia é esta:
em Belém,
na terra das profecias
nasceu um lindo Menino
e em Seu louvor houve festa.
Sorriu feliz a Santa Mãe
anunciada em Isaías.
Há muito era esperado.
E ao frio que era um açoite
nasceu risonho e rosado...
e fez-se dia em plena noite!
segunda-feira, 25 de dezembro de 2017
Dia de Natal - Um poema de António Gedeão
Dia de Natal
Hoje é dia de ser bom.
É dia de passar a mão pelo rosto
das crianças,
de falar e de ouvir com mavioso
tom,
de abraçar toda a gente e de
oferecer lembranças.
É dia de pensar nos outros—
coitadinhos— nos que padecem,
de lhes darmos coragem para
poderem continuar a aceitar a sua miséria,
de perdoar aos nossos inimigos,
mesmo aos que não merecem,
de meditar sobre a nossa
existência, tão efémera e tão séria.
Comove tanta fraternidade
universal.
É só abrir o rádio e logo um coro
de anjos,
como se de anjos fosse,
numa toada doce,
de violas e banjos,
Entoa gravemente um hino ao
Criador.
E mal se extinguem os clamores
plangentes,
a voz do locutor
anuncia o melhor dos detergentes.
De novo a melopeia inunda a Terra
e o Céu
e as vozes crescem num fervor
patético.
(Vossa Excelência verificou a hora
exacta em que o Menino Jesus nasceu?
Não seja estúpido! Compre
imediatamente um relógio de pulso antimagnético.)
Torna-se difícil caminhar nas
preciosas ruas.
Toda a gente se acotovela, se
multiplica em gestos, esfuziante.
Todos participam nas alegrias dos
outros como se fossem suas
e fazem adeuses enluvados aos bons
amigos que passam mais distante.
Nas lojas, na luxúria das montras
e dos escaparates,
com subtis requintes de bom gosto
e de engenhosa dinâmica,
cintilam, sob o intenso fluxo de
milhares de quilovates,
as belas coisas inúteis de
plástico, de metal, de vidro e de cerâmica.
Os olhos acorrem, num alvoroço
liquefeito,
ao chamamento voluptuoso dos
brilhos e das cores.
É como se tudo aquilo nos dissesse
directamente respeito,
como se o Céu olhasse para nós e
nos cobrisse de bênçãos e favores.
A Oratória de Bach embruxa a
atmosfera do arruamento.
Adivinha-se uma roupagem diáfana a
desembrulhar-se no ar.
E a gente, mesmo sem querer, entra
no estabelecimento
e compra— louvado seja o Senhor!—
o que nunca tinha pensado comprado.
Mas a maior felicidade é a da
gente pequena.
Naquela véspera santa
a sua comoção é tanta, tanta,
tanta,
que nem dorme serena.
Cada menino
abre um olhinho
na noite incerta
para ver se a aurora
já está desperta.
De manhãzinha,
salta da cama,
corre à cozinha
mesmo em pijama.
Ah!!!!!!!!!!
Na branda macieza
da matutina luz
aguarda-o a surpresa
do Menino Jesus.
Jesus
o doce Jesus,
o mesmo que nasceu na manjedoura,
veio pôr no sapatinho
do Pedrinho
uma metralhadora.
Que alegria
reinou naquela casa em todo o
santo dia!
O Pedrinho, estrategicamente
escondido atrás das portas,
fuzilava tudo com devastadoras
rajadas
e obrigava as criadas
a caírem no chão como se fossem
mortas:
Tá-tá-tá-tá-tá-tá-tá-tá-tá-tá-tá-tá-tá.
Já está!
E fazia-as erguer para de novo
matá-las.
E até mesmo a mamã e o sisudo papá
fingiam
que caíam
crivados de balas.
Dia de Confraternização Universal,
Dia de Amor, de Paz, de
Felicidade,
de Sonhos e Venturas.
É dia de Natal.
Paz na Terra aos Homens de Boa
Vontade.
Glória a Deus nas Alturas.
António Gedeão
.................................................................................................
E é isto que nos devia levar a dizer como nos recomenda António Gedeão: Hoje é dia de ser bom, fazendo deste sentimento um motivo do mesmo se repetir com a bondade possível em todos os dias que se seguem ao Dia de Natal, porque Jesus Cristo, como dizem as Escrituras passou fazendo o bem, não apenas num dia, mas em todos os dias em que viveu e conviveu com os homens, algo que no poema pouco ou nada está patente.
Neste poema, o Poeta, começa por se dirigir aos homens sob dois aspectos: em primeiro lugar, àqueles que se revêem como cristãos católicos - ou não - no Dia de Natal e o vivem centrados com a Mensagem que ele encerra, mas é cáustico ao dizer que sendo para eles dia de pensar nos outros— coitadinhos— usam uma falsa caridade que não é evangélica, acrescentando com o mesmo sentido crítico que é um tempo de lhes darmos coragem para poderem continuar a aceitar a sua miséria.
E isto é contrário à verdadeira caridade que tem de estar actuante em todos os dias, mas com especial relevo em Dia de Natal.
António Gedeão, segue depois por outro caminho, ao fazer voar para outro lado o pensamento em muitas partes do seu poema. Continua irónico e, por vezes, é contudente com a disvirtualização do Dia de Natal transformado pelos homens como se fosse um dia seu, mercantilizado, na luxúria das montras e dos escaparates, e como e isto não bastasse de um atropelo à divindade do Dia, existe o "guerrilheiro" Pedrinho e a sua metralhadora que "mata" as criadas que para o alegrar se deixam cair no chão, e até mesmo a mamã e o sisudo papá entram no mesmo teatro, e que não contentes com aquele disparate se erguem, para voltar a cair crivados de balas...
Querido Menino Jesus, Tu que nasceste neste Dia e que viveste para pregar a paz entre os homens, vê bem o estado deplorável em que os homens - sem juízo - estão a transformar a Tua pregação de Amor, simplesmente, porque não leram nada - ou se leram não perceberam - o motivo principal por que vieste a este Mundo que se deixou perverter, vivendo fora de Ti e da Tua Mensagem.
Por fim, dir-se-á, que vale a pena meditar neste poema de António Gedeão, que a par da parte séria e respeitosa dos Evangelhos, coloca com argúcia o anti-Natal criado por uma sociedade doente e amorfa, a precisar de reler os velhos e sempre novos Catecismos do Amor de Deus por todos os homens de boa vontade, precisados de serem chamados à razão, ou seja ao entendimento dos seus falsos conceitos dos seus dias de natal, esquecendo a Verdade que existe no Dia de Natal deste Menino-Deus, cujo nascimento constitui o Grande Mistério de onde partem todos os Sinais que o Mundo no seu todo ainda não entendeu.
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Hoje é dia de ser bom. - diz o Poeta a abrir a sua mensagem!
Assim devia ser, efectivamente, se se tivesse deste dia único na História da Humanidade o que ele significa, não só no aspecto espiritual, como no social, porque a vida de Jesus Cristo ao mundo tocou nessas duas vertentes de todos os caminhos por onde passam os homens, porque ele foi espiritual - por ser igual a Deus - e foi humano como um qualquer de nós.
E é isto que nos devia levar a dizer como nos recomenda António Gedeão: Hoje é dia de ser bom, fazendo deste sentimento um motivo do mesmo se repetir com a bondade possível em todos os dias que se seguem ao Dia de Natal, porque Jesus Cristo, como dizem as Escrituras passou fazendo o bem, não apenas num dia, mas em todos os dias em que viveu e conviveu com os homens, algo que no poema pouco ou nada está patente.
Neste poema, o Poeta, começa por se dirigir aos homens sob dois aspectos: em primeiro lugar, àqueles que se revêem como cristãos católicos - ou não - no Dia de Natal e o vivem centrados com a Mensagem que ele encerra, mas é cáustico ao dizer que sendo para eles dia de pensar nos outros— coitadinhos— usam uma falsa caridade que não é evangélica, acrescentando com o mesmo sentido crítico que é um tempo de lhes darmos coragem para poderem continuar a aceitar a sua miséria.
E isto é contrário à verdadeira caridade que tem de estar actuante em todos os dias, mas com especial relevo em Dia de Natal.
António Gedeão, segue depois por outro caminho, ao fazer voar para outro lado o pensamento em muitas partes do seu poema. Continua irónico e, por vezes, é contudente com a disvirtualização do Dia de Natal transformado pelos homens como se fosse um dia seu, mercantilizado, na luxúria das montras e dos escaparates, e como e isto não bastasse de um atropelo à divindade do Dia, existe o "guerrilheiro" Pedrinho e a sua metralhadora que "mata" as criadas que para o alegrar se deixam cair no chão, e até mesmo a mamã e o sisudo papá entram no mesmo teatro, e que não contentes com aquele disparate se erguem, para voltar a cair crivados de balas...
Querido Menino Jesus, Tu que nasceste neste Dia e que viveste para pregar a paz entre os homens, vê bem o estado deplorável em que os homens - sem juízo - estão a transformar a Tua pregação de Amor, simplesmente, porque não leram nada - ou se leram não perceberam - o motivo principal por que vieste a este Mundo que se deixou perverter, vivendo fora de Ti e da Tua Mensagem.
Por fim, dir-se-á, que vale a pena meditar neste poema de António Gedeão, que a par da parte séria e respeitosa dos Evangelhos, coloca com argúcia o anti-Natal criado por uma sociedade doente e amorfa, a precisar de reler os velhos e sempre novos Catecismos do Amor de Deus por todos os homens de boa vontade, precisados de serem chamados à razão, ou seja ao entendimento dos seus falsos conceitos dos seus dias de natal, esquecendo a Verdade que existe no Dia de Natal deste Menino-Deus, cujo nascimento constitui o Grande Mistério de onde partem todos os Sinais que o Mundo no seu todo ainda não entendeu.
domingo, 24 de dezembro de 2017
"Natal" - Um poema de Fernando Pessoa
Natal...
Natal... Na província neva.
Nos lares aconchegados,
Um sentimento conserva
Os sentimentos passados.
Coração oposto ao mundo,
Como a família é verdade!
Meu pensamento é profundo,
Estou só e sonho saudade.
E como é branca de graça
A paisagem que não sei,
Vista de trás da vidraça
Do lar que nunca terei!
Sempre que leio este poema de Fernando Pessoa, sabendo que a sua província foi o Chiado e seus arredores admiro este retrato provinciano que seu estro poético pintou e ao fixar-me na última quadra e no seu último verso, humanamente comovo-me pela realidade vivencial que ele expressa deste modo: - Do lar que nunca terei - uma afirmação que neste tempo de Natal ao pensar no aconchego do meu lar, aquilo que este verso me diz é a grande verdade ali plasmada, porque lar, foi algo que ele não teve para si.
Leio isto e sinto a dor de Fernando Pessoa!
Leio isto e fico a pensar no retrato autêntico que ele pintou desta província imaginada em que tudo é verdade, quer seja o pormenor da neve que cai fora dos lares aconchegados, quer o facto de na reunião das famílias o seu sentir profundo guardar os sentimentos passados de memórias que ficam vivas de geração em geração e, depois, a expressão pessoal do Poeta, que foi também uma verdade - Coração oposto ao mundo - que foi assim que ele viveu, contra um mundo que não soube entender o seu génio durante o tempo que Deus lhe deu.
"Menino, fala Tu dentro de mim"...
DÍPTICO DO NATAL
nº II
Nem cântico, nem lágrima, nem
prece…
Pois que diria eu de original
De válido ou sublime, se
dissesse
Um cântico, uma lágrima, uma
prece
Ao Teu Natal?
Nem cântico, nem lágrima, nem
prece…
Nada diria, sim.
Por isso, a pena pára e emudece.
(Nem cântico, nem lágrima, nem
prece…)
……………………………………
Menino, fala Tu dentro de mim…
Arnaldo Saraiva
Nem cântico, nem lágrima, nem prece - assim se dirige o poeta, ao Menino - como se, posto perante tão grande acontecimento o que lhe apetecia fazer para o exaltar em tempo de Natal, era parar e emudecer em acto de contemplação perante o Mistério que, por fim, Deus, no momento exacto fez surgir em todos os horizontes do Mundo, simbolizando, segundo a tradição, a caminhada dos Reis Magos guiados por uma Estrela singular a caminhada da Humanidade ao encontro espiritual que urge fazer, num dia sem data marcada, mas que devia ser feita por todas as criaturas, num momento que fosse, da sua existência.
Quando o poeta pede:
Menino, fala Tu dentro de mim - e assim acaba a parte daquela poema - dá-nos a entender que neste momento o que de mais válido ou sublime temos para oferecer ao Menino é parar e emudecer e pedir-lhe que Ele, no silêncio oblativo que lhe dedicamos entre dentro de nós para nos dizer que nasceu para ser para cada pessoa o Rei Eterno nascido do mais Fundo dos Tempos, tendo para cada um que tem a graça de O ouvir dentro de si a Mensagem que trouxe do Céu.
É esse o Mistério!
E foi por o saber e sentir que Arnaldo Saraiva emudeceu e pediu:
Menino, fala Tu dentro de mim...
Primícias - Um poema de D. Hélder da Câmara
PRIMÍCIAS
(Oferendas a Nossa Senhora)
Nossa Senhora das Rosas,
eu te ofereço
o primeiro botão
de minha roseira adolescente.
- É belo e discreto
como um sorriso
em lábios amáveis e tímidos…
Nossa Senhora de Belém,
cercada de pastorinhos,
envolvida por ovelhas,
se eu te der mais uma
- a primeira nascida de
Confiança,
ovelha que Deus me deu –
terás braços para recebê-la,
sorriso com que saudá-la?
Nossa Senhora da Bela Oferenda,
meu trigal amadureceu ao sol da
Graça
e eu te fiz com as próprias
mãos
uma Hóstia sem mancha…
Na vinha de que sou guarda
e que pertence a Deus
rebentaram as primeiras uvas
que esmaguei no meu lugar
p’ra ter vinho do Senhor.
Nossa Senhora das Primícias,
recebe o primeiro vinho,
o primeiro trigo,
a primeira ovelha,
a primeira flor!
D. Helder da Câmara
in, Livro “Nossa Senhora no Meu
Caminho”
Nossa Senhora das Rosas, é assim que começa este poema que o celebrado Bispo brasileiro, dando à Mãe de Jesus um novo NOME, por caberem nela todas as invocações marianas pela razão sublime de ter ofertado à Humanidade as primícias do seu Fruto - JESUS CRISTO - a quem, depois, D.Hélder da Câmara, num êxtase chama Nossa Senhora da Bela Oferenda, esta OFERENDA que vamos celebrar amanhã, dia do seu nascimento.
É a essa Mãe sublime, Nossa Senhora das Rosas ou Nossa Senhora da Bela Oferenda, ou, ainda, Nossa Senhora das Primícias, que neste Natal não deixará de estar presente pelo oferecimento que nos deu, como diz o feliz autor deste poema de Amor, o primeiro trigo, a primeira ovelha,, a primeira flor.
Tudo dádivas que nem sempre agradecemos!
sábado, 23 de dezembro de 2017
E tudo começou por Abraão ter deixado a cidade de Ur dos Caldeus...
in, nº 576 da revista "O Occidente" de 25 de Dezembro de 1894
(fac-símile parcial da 1ª página que ab re com a notícia dedicada ao Natal)
..............................................................................
Permite-me a minha idade - penso eu - andar à procura nas minhas velharias de coisas destas em que, num tempo que não tinha a modernidade que hoje - e ainda bem - possibilita meios melhores à Imprensa que se publica, ainda assim, os artistas e colunistas davam o brilho necessário ao Dia de Natal.
Naquele recuado tempo, como se pode aquilatar pelo excerto que publico havia, efectivamente, um cuidado extremo e até um amor que enchia as publicações, como esta, de dar ao Natal o ênfase que ele merecia e continua a merecer, por ser uma época em que o Mistério do nascimento de Jesus, marca na História da Humanidade o Sinal Maior de um Tempo Novo.
Naquele recuado tempo, como se pode aquilatar pelo excerto que publico havia, efectivamente, um cuidado extremo e até um amor que enchia as publicações, como esta, de dar ao Natal o ênfase que ele merecia e continua a merecer, por ser uma época em que o Mistério do nascimento de Jesus, marca na História da Humanidade o Sinal Maior de um Tempo Novo.
Penso eu, que a Humanidade, no seu conjunto de seres pensantes, precisa. ainda, de mais alguns séculos para entender o que aconteceu na cidade de Belém profetizada para o nascimento de Jesus, cerca de oito séculos antes por Miqueias no cap. nº 5 do seu Livro, e digo isto porque, por demais, ao longo de 2017 anos temos andado algo afastados daquele momento único e irrepetível que começou a gerar-se nos tempos em que Abraão deixou a sua terra de Ur dos Caldeus na foz do rio Eufrates.
Bem sei, que dito assim, só com muita fé se pode admitir que o velho patriarca se tenha disposto com sua família a percorrer tão longo caminho à procura de Canaã, a denominação que então se dava à região correspondente à área do actual Estado de Israel, da Faixa de Gaza e da Cisjordânia.
Vale a pena por este tempo pensar nisto e andar para trás na História do Tempo, possivelmente mais de 4.000 anos e perceber que este Natal de 2017 teve a sua génese nos aspectos espirituais num Tempo de que nada sabemos por pertencerem à esfera da divindade de Deus, mas nos dão a certeza de terem começado a gizar-se na Humanidade cognitiva quando Abraão resolveu ir ao encontro do chamamento de Deus.
"Branca Rosa" - Um poema em tempo de Natal para Nossa Senhora
Branca Rosa, assim lhe chama o poeta Jacinto Vega na revista "Magnificat", infelizmente deixada de publicar, o que se lamenta, porquanto, exerceu enquanto chegou aos seus leitores uma informação de grande valor espiritual.
Branca Rosa e eis que o poeta deu a Nossa Senhora mais um nome bem merecido, porque a Senhora de Nazaré era assim: branca e pura - Porta do Céu como diz o poema - por ter aberto as portas da sua humilde casa nazarena ao Anjo que veio da celeste morada para a convidar a ser Mãe do Cordeiro, este Menino-Deus que vamos celebrar em festa, mais uma vez.
Branca Rosa, és tu, efectivamente, Senhora da Anunciação, Senhora da Expectação, Senhora do Parto Divino!
sexta-feira, 22 de dezembro de 2017
Sete Poemas de Natal
O Sonho de Maria
Eu tive um sonho, José, que não
pude decifrar…
Celebravam o Natal, sem nosso
filho chamar.
Uma grande e linda festa, as
pessoas preparavam,
Mas do nosso menininho, elas nem
mesmo lembravam.
Decoraram e iluminaram, a casa,
com grande pompa!
Gastaram muito dinheiro, fazendo
uma enorme compra!
Engraçado, mas não vi, presentes
pro nosso filho,
Entre todos os pacotes, enfeitados
com fitilho…
Muitas bolas coloridas, na árvore
penduradas,
- Coitadinho do pinheiro, teve a
raíz arrancada! -
Um anjo, bem lá no alto – esse
sim, gostei de ver,
Lembrei da anunciação, antes de
Jesus nascer!
Ao trocarem os presentes – melhor
mesmo que eu não visse
Nem falaram em Jesus, como se não
existisse!
Celebrar aniversário de alguém que
não está presente…
Você entende, José? Não é pra
ficar doente?
Acho mesmo que meu filho, ficaria
tão confuso…
Se aparecesse na festa, o achariam
“um intruso”!
Não ser desejado, é triste, depois
do grande calvário…
Dando a vida pelo irmão, num
triste e cruél cenário!
Ainda bem que foi sonho… pois
muito triste seria,
Ele voltar para a Terra, sentir
que ninguém queria!
Mais um Natal, este, agora, em que
eu iria dar à luz,
Sem saber se o povo entende, a
grandeza de Jesus!
Mirian Warttusch
LITANIA DO NATAL
A noite fora longa, escura,
fria.
Ai noites de Natal que dáveis
luz,
Que sombra dessa luz nos
alumia?
Vim a mim dum mau sono, e
disse: «Meu Jesus…»
Sem bem saber, sequer, porque o
dizia.
E o Anjo do Senhor: «Ave,
Maria!»
Na cama em que jazia,
De joelhos me pus
E as mãos erguia.
Comigo repetia: «Meu Jesus…»
Que então me recordei do santo
dia.
E o Anjo do Senhor: «Ave,
Maria!»
Ai dias de Natal a transbordar
de luz,
Onde a vossa alegria?
Todo o dia eu gemia: «Meu
Jesus…»
E a tarde descaiu, lenta e sombria.
E o Anjo do Senhor: «Ave,
Maria!»
De novo a noite, longa, escura,
fria,
Sobre a terra caiu, como um
capuz
Que a engolia.
Deitando-me de novo, eu disse:
«Meu Jesus…»
E assim, mais uma vez, Jesus
nascia.
José Régio
Poema de Natal:
Jesus, de Puro Amor
Já nasceste como Deus,
Sacrossanto Pequenino,
Trazendo a fraternidade,
Astro de pura bondade,
Um Ser de luz…
Deus-menino!
Foram Teus ensinamentos,
Quando Homem peregrino,
Mostras do Amor em essência,
Porta-voz da Providência,
Lume de nosso destino…
Hoje, em horas incertas,
Na alegria ou desatino,
Eu Te encontro em minhas
preces,
Pois sei que nunca me esqueces,
Jesus, meu Mestre Divino!
És o raio da esperança,
És consolo dos aflitos,
A estrela da manhã,
Os clarões do arrebol…
À noite estás comigo
Nos meus sonhos mais bonitos
E me alimento em Teu Amor
Da aurora ao pôr-do-sol…
Diante de Ti, Senhor,
O meu coração inflama,
És alegria e bonança,
Sublime e divinal…
Ao servir-me do Amor
Que Tua presença emana,
Eu me sinto imergir
Numa paz celestial!
Oriza Martins
Poema de Natal: Meu Melhor Presente
Jesus foi o melhor presente, que
tive neste Natal.
Sem Ele que graça teria, festa,
presente, afinal?
Tudo de melhor que tenho, Ele me
deu com carinho.
Meus filhos, meu alimento, minha
casa, o pão e o vinho.
Foi Dele, sim, que lembrei, à meia
noite de ontem.
E vocês, como passaram? Me digam
logo, me contem!
Ele entregou pra vocês, o carinho
que mandei?
Derramou Suas mil bênçãos, do
jeito que eu lhe falei?
Ele chegou nessa noite? Ficou no
seu coração?
Eu pedi tudo isso a Ele, com a
maior devoção.
Eu tenho sim a certeza, de que
Jesus me atendeu
E a todos os meus amigos, um
presente eu sei que deu.
Vocês verão que o Ano Novo, será
sim, maravilhoso!
Do jeitinho que eu pedi, muito
alegre e venturoso!
Jesus nos dá mesmo tudo, basta
sabermos pedir.
Peçam tudo sempre a Ele, não
esqueçam de repartir.
De verdade, está com a gente,
estendendo a Sua mão.
Mesmo que não o vejamos, está no
nosso coração!
A estrela mostra o caminho, no céu
a sinalizar;
É só seguir essa estrela, para
Jesus encontrar!
Mirian Warttusch
Mirian Warttusch
NATAL
Turvou-se de penumbra o dia cedo;
Nem o sol apertou no meu beiral!
Que longas horas de Jesus! Natal…
E o cepo a arder nas cinzas do
brasedo…
E o lar da casa, os corações aos
dobres,
É um painel a fogo em seu costume!
Que lindos versos bíblicos, ao
lume,
P'lo doce Príncipe cristão dos
pobres!
Fulvas figuras pra esculpir em
barro:
À luz da lenha, em rubro tom
bizarro,
Sou em Presépio com meus pais e
irmãos
E junto às brasas, os meus olhos
postos
Nesta evangélica expressão de
rostos,
Ergo em graças a Deus as minhas
mãos.
Afonso Duarte
Natal
É noite.
Pelas ruas, vago sem destino.
Luzes, vitrines coloridas,
bolas multicores…
Em cada canto, um Papai Noel
vende ilusão.
Ansiosa procuro o
aniversariante:
Nas lojas, nas árvores
iluminadas,
Nos sinos que cantam sem
cessar:
“Noite Feliz, Noite Feliz…”
Tudo em vão.
Já cansada, encontro, num
cantinho,
Um pobre menino,
Triste, solitário, mal vestido,
A cada um lançando seu olhar,
A cada qual implorando seu
presente:
Nem carrinhos comandados,
Nem robôs, nem celulares.
Apenas, tão somente, pede amor.
Só então vejo Jesus que nele
habita.
Celina Figueiredo
OS PASTORES
Guardavam certos pastores
seus rebanhos, ao relento,
sobre os céus consoladores
pondo a vista e o pensamento.
Quando viram que descia,
cheio de glória fulgente,
um anjo do céu do Oriente,
que era mais claro que o dia.
Jamais os cegara assim
luz do meio-dia ou manhã.
Dir-se-ia o audaz Serafim,
que um dia venceu Satã.
Cheios de assombro e terror,
rolaram na erva rasteira.
– Mas ele, com voz fagueira,
lhes diz, com suave amor:
«Erguei-vos, simples, daí,
humildes peitos da aldeia!
Nasceu o vosso Rabi,
que é Cristo – na Galileia!
Num berço, o filho real,
não o vereis reclinado.
Vê-lo-eis pobre e enfaixado,
sobre as palhas de um curral!
Segui dos astros a esteira.
Levai pombas, ramos, palmas,
ao que traz uma joeira
das estrelas e das almas!»
Foi-se o anjo: e nas neblinas,
então celestes legiões
soltam místicas canções,
sobre violas divinas.
Erguem-se, enfim, os pastores
e vão caminhos dalém,
com palmas, rolas, e flores,
cordeiros, até Belém.
E exclamavam indo a andar:
– «Vamos ver o vinhateiro!
Ver o que sabe lavrar
nas nuvens, ver o Ceifeiro!
Vamos beijar os pés nus
do que semeia nos céus.
Ver esse pastor que é Deus
– e traz cajado de luz!»
Chegando ao presépio, enfim,
caem, de rojo, os pastores,
vendo o herdeiro d’Eloim
que veste os lírios e as flores.
Dão-lhe pombas gloriosas,
meigos, tenros animais.
– Mas, vendo coisas radiosas,
casos vindouros, fatais…
Abria o deus das crianças
uns olhos profundos, graves,
no meio das pombas mansas
– nas palpitações das aves.
Gomes Leal
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