Pesquisar neste blogue

quinta-feira, 27 de dezembro de 2018

Memória do velho Estádio José Alvalade, a que não faltam recordações no "Quebra Bilhas"

https://www.sporting.pt/pt/clube/hist%C3%B3ria/est%C3%A1dios
...................................................................

Recordo-me...
Corria o ano de 1956.

Era então um jovem e naquele mês de Junho, a par com as festas dos Santos Populares tive mais uma: a da inauguração do Estádio José Alvalade, onde passaria a ver os jogos do Sporting - o meu clube de sempre - o sexto palco que substituiu o antiquando "Stadium de Lisboa" também conhecido pelo "Estádio do Lumiar" remodelado em 1947, contando com o arrelvamento do terreno de jogo, a melhoria da pista de atletismo e de ciclismo.

Foi este quinto palco que teve a honra de ver jogar a famosa equipa formada por: Azevedo, Cardoso e Manuel Marques, Canário, Barrosa e Veríssimo, Jesus Correia, Vasques, Peyroteo, Travassos e Albano, com estes últimos cinco nomes a dar corpo ao quinteto que para sempre ficará conhecido pelos "cinco violinos".

A inauguração do sexto campo desportivo do Sporting Clube de Portugal, o Estádio José Alvalade, em 1956 - onde tive a honra de ter estado presente fazendo companhia a um tio meu de feliz memória, um sócio fervoroso do Sporting - naquilo que tenho de memória foi uma luzidia festa a que presidiu o Chefe do Estado, Craveiro Lopes.

Tenho, ainda, na retina os muitos estandartes que desfilaram, assim como centenas de desportistas, com José Travassos, o "Zé Europa" - como passou a ser conhecido pelo facto de ter sido o primeiro futebolista português escolhido para uma selecção da Europa - e que eu vi, naquele memorável dia a desfilar garbosamente transportando bem erguida a Bandeira da Federação Portuguesa de Futebol, foi um belo momento que não esqueço.

O "amargo de boca" foi a derrota ante o Vasco da Gama por 3-2!

Depois disso e sempre na companhia do meu familiar vi naquele palco de tantas saudades, muitos jogos de futebol, findos os quais nos dirigíamos até ao Campo Grande, para o famoso "Retiro Quebra Bilhas", um lendário restaurante inaugurado em 1793 e que, como vim a saber muito mais tarde, era na cidade de Lisboa um velho testemunho da História do Fado do século XIX.

O "Retiro Quebras Bilhas" do meu tempo 

Era então costume - um costume sadio - quando o Sporting e o Benfica se defrontavam no Lumiar, alguns adeptos dos dois clubes demandarem o velho estabelecimento para ali, numa amena e por vezes acalorada discussão, mas sem infringir as regras do bom ambiente sadio daquele tempo - em que a  compostura social impunha as suas regras - recordo-me que no fim e sempre na boa companhia de meu tio, ter assistido a algumas cenas fadistas, o que acontecia sempre que da assistência irrompia um tocador de guitarra, um instrumento musical que o dono estabelecimento tinha sempre em cima de um dos cascos do vinho, bem à frente do balcão e que dispensava a quem a pedisse.

Tudo isto passou, incluindo o velho campo do Sporting que veio a dar aso ao actual, de 2003, que não tem a beleza arquitectural nem a do conjunto edificado dedicado às provas de outras modalidades a que se assistia independentemente do futebol, onde faltam, sobretudo, as pistas de atletismo e de ciclismo, mercê de um segundo plano dado àquelas actividades desportivas, para dar a primazia ao futebol, sinal de uns tempos que se tornaram mercantilistas.

Hoje, raramente vou ao futebol e sempre que vou o meu poiso é Alvalade e é sempre um motivo para recordar "in loco" as velhas lembranças de um tempo que jamais voltará, mas tem o condão de me sentir agradecido pelo facto de o ter vivido 

Falando de "Justiça" na Suma Teológica

S. Tomás de Aquino
..................................................................

A "Suma Teológica" é uma Obra imensa dividida em 3 partes, onde se encontram 512 questões. Cada questão tem perguntas individuais. Estas representam os 2669 capítulos onde estão contidas 1,5 milhões de palavras, 1,5 vezes mais que todas as palavras de Aristóteles (1 milhão), o dobro de todas as palavras conhecidas de Platão.
(in, Wikipédia, a enciclopédia livre)

Numa questão dedicada à "Justiça" aparece, naquele famoso Livro, a seguinte pergunta, que faz todo o sentido nesta quadra natalícia em que o comércio menos escrupuloso costuma vender a preços exorbitantes a sua mercadoria

É lícito no comércio vender algo a um preço mais alto do que custar a ser adquirido?
(in, Suma Teológica, II-II, 77, 4)

Esta pergunta é feita pelo autor desse Livro que é a obra mais proeminente de São Tomás de Aquino, um frade, filosofo, teólogo e Santo da Igreja Católica que é considerada uma das principais obras filosóficas da escolástica, escrita entre os anos de 1265 a 1273 e é, ainda hoje, merecedora de consulta.

Para a pergunta que encima este apontamento S. Tomás reponde assim:

É apropriado que os mercadores se dediquem às mudanças das coisas; tais mudanças são de dois tipos: uma, como natural e necessária, ou seja, pela qual a troca de coisa por coisa ou de coisas por dinheiro é feita para satisfazer as necessidades da vida; esse tipo de mudança não pertence propriamente aos mercadores, mas sim aos chefes da família ou aos chefes da cidade, que têm de prover sua casa ou cidade com as coisas necessárias à vida; o segundo tipo de mudança é o dinheiro por dinheiro ou qualquer objeto por dinheiro, não para prover as necessidades da vida, mas para obter algum lucro; e esse tipo de negociação parece pertencer, propriamente falando, àquilo que corresponde aos mercadores. Mas, de acordo com o filósofo, a primeira espécie de mudança é louvável, porque responde à necessidade natural; mas o segundo é com justiça reprovadora, já que, por sua própria natureza, promove o desejo de lucro, que não conhece limites, mas tende ao infinito. Assim, o comércio, considerado em si, encerra certa estranheza, porque não tende, por sua natureza, a um fim honesto e necessário.

Contudo, o lucro, que é o fim do comércio, embora em sua essência não implique algum elemento honesto ou necessário, não implica em essência nada de vicioso ou contrário à virtude. Portanto, nada impede que o lucro seja condenado a um fim necessário ou mesmo honesto, e então a negociação se tornará legal. Esse é o caso quando um homem dedica o lucro moderado que adquire por meio do comércio ao apoio da família ou também para ajudar os necessitados, ou quando alguém se dedica ao comércio para servir ao interesse público, para que eles não percam a vida da pátria. as coisas necessárias, porque então ele não busca lucro como fim, mas remuneração de seu trabalho.


Estas são as palavras lapidares do filósofo cristão - PALAVRAS CONSTRUTORAS DE VIDA - que tecem metas em que o lucro dentro da justiça que o deve reger não é um pecado, ou sejas em termos seculares "um crime", porquanto um lucro assim entendido insere-se na norma da vida de qualquer cidadão que faz da sua honestidade, ainda que comercial, um modo de vida para seu próprio sustento ou para servir ao interesse público.

"Para o passado não olhes"...



Neste rolar do tempo iincessante, num ritmo que acompanha a "par e passo" as ondas do mar, e como ele, calmo e tumultuoso, tantas vezes, neste quase fim do ano de 2018 fui ao baú das minhas lembranças buscar esta velha quadra popular com o pensamento em mim mesmo, e depois, para com todos aqueles meus companheiros desta aventura da vida que me acompanham a caminhar para o seu ocaso - e que, se porventura me lerem neste blogue - que pensem, como eu, que a vida, como alguém disse, "faz-se caminhando" e, por isso, resta-nos, agora que se fecha mais um ano, seguir à risca o que disse o poeta popular: "Para o passado não olhes" ... e, como eu, segui em frente.

É que de nada nos adianta olhar para trás, ainda que fosse para lembrar todos os momentos passados - os bons, os maus, os menos bons e os outros - porque a vida que nos resta exige de nós a inteligência de a continuar a viver de "olhos nos olhos", agradecendo a Deus tudo o que passou, ou seja, as ondas do mar da vida que têm na idade avançada, como a minha que já dobrou o "Cabo" dos oitenta, o sabor de desejar que mesmo as ondas mais altas se venham desfazer no areal das nossas praias, morrendo aos nossos pés.

E nós a ver!...

quarta-feira, 26 de dezembro de 2018

O "Ângelus"


Ângelus (1859), de Jean-François Millet
...........................................................

Nos meus tempos de jovem  estudante tive a graça de demandar durante alguns anos - e, foram muitos no decorre das chamadas "férias grandes" - a minha aldeia serrana onde vivia a minha avó materna que me acolhia sempre com o esmero que as avós costumam dar aos seus netos, e ali, assisti - sem que a princípio percebesse a razão - que, sobretudo ao meio-dia quem mourejava nos campos interrompiam as tarefas e quedavam-se mudos por momentos, com os homens de chapéu na mão, tal como os pintou Jean-François Millet, na famosa tela que se reproduz.

Devo a minha avó que na sua exposição simples me disse que era um sinal a que chamou As " Avé-Marias" e se destinava a dar "graças à Mãe de Jesus" e que, se estivesse atento iria assistir ao mesmo, de manhã ao romper do dia e quando este se fechava, com o sino da capela a fazer-se ouvir por "três vezes num conjunto de três badaladas".

De manhã - confesso que a minha madracice nunca deu por tal - mas da parte da tarde recordo-me da Senhora Maria, que gostava de me dar rebuçados, passava à minha porta e se a minha avó a visse era costume dizer-lhe:

"Lá vais tu tocar as Avé-Marias". Que Deus te ajude!

Tudo isto - quanto às minhas recordações, lá vão... e que saudades tenho! - mas deste costume, sei, que no interior do País, ele continua a existir por aqui e por ali, lembrando - como hoje sei destas coisas! - que aquele sinal de que me falava a minha santa avó é uma oração da Igreja que reconhece o mérito da Virgem Maria ter ouvido a voz do Anjo Gabriel na cena da Anunciação que ao ter dito aceitar ser a Mãe de Jesus, proporcionou que Ele nascesse, como havia sido profetizado por Isaías:  “Uma Virgem conceberá e dará à luz o Salvador". sendo esse um dos momentos cruciais da História da Salvação, porque marca o início da Redenção com a Encarnação de Cristo, celebrada pela Igreja no dia 25 de Março.

Consta-se que o "Ângelus" composto por três invocações, cada uma com a sua devida resposta, sendo acompanhadas de uma jaculatória - oração da Ave-Maria -  uma breve oração e três Glórias, ficando-se esta composição a dever.se ao Papa Urbano II (1088 a 1099) e que a tradição de a rezar três vezes  é atribuída ao rei Luís XI da França em 1472.

quinta-feira, 20 de dezembro de 2018

"Hoje é o dia da raiz"- diz o Papa Francisco


Papa Francisco: 
a Anunciação revoluciona a história!

É uma afirmação de hoje na homilia proferida na capela da Casa de Santa Marta, ao deter-se sobre o Mistério da Anunciação onde se radica o tempo que nos vai conduzir até ao Dia de Natal, que não aconteceria se não tivesse havido a aceitação de Maria no episódio da Anunciação, no Mistério que envolveu a voz do Anjo Gabriel.

Diz o Papa:

Uma passagem do Evangelho de Lucas (Lc 1: 26-38) "difícil de pregar", em que o "Deus das surpresas" muda o destino do homem. Foi o que enfatizou o Papa Francisco durante a Missa celebrada na capela da Casa Santa Marta.

A passagem do Evangelho de Lucas que ouvimos nos fala do momento decisivo da história, mais revolucionário. É uma situação convulsiva, tudo muda, a história fica de cabeça para baixo. É difícil pregar sobre essa passagem. 

E quando no Natal ou no dia da Anunciação professamos a fé para dizer este mistério, nos ajoelhamos. É o momento em que tudo muda, tudo, da raiz. Liturgicamente hoje é o dia da raiz. 
A Antífona de hoje e que marca é a raiz de Jesse, "da qual nascerá um broto". Deus se abaixa, Deus entra na história e o faz com seu estilo original: uma surpresa. O Deus das surpresas nos surpreende (mais) uma vez.

Neste ponto , o Papa relê o Evangelho de hoje, para que a assembleia possa reflectir sobre o alcance do Anúncio.

O Espírito Santo descerá sobre ti, e o poder do Altíssimo te cobrirá com a sua sombra. Por isso, aquele que vai nascer será chamado santo, Filho de Deus. Também Isabel, tua parenta, concebeu um filho na sua velhice. Este já é o sexto mês daquela que era chamada estéril, pois para Deus nada é impossível”. Maria disse: “Eis aqui a serva do Senhor! Faça-se em mim segundo a tua palavra”. E o anjo retirou-se de junto dela.

É nestas palavras que se esconderá para sempre o Mistério para o qual a mente humana, racionalmente, não encontra explicação, porque Deus é Deus e as suas contas jamais baterão certas dom as contas dos homens!

quarta-feira, 19 de dezembro de 2018

"No princípio era o Nada"...




O poeta António Correia de Oliveira neste poema que fui captar ao seu livro "Verbo Ser e Verbo Amar", conclui o seu pensamento poético por nos dizer nesta invocação de Deus que no Princípio as "palavras conjugantes" ainda não teriam acordado o "Nada" e, no entanto, no Deus Omnipresente ainda antes do NADA, as "palavras conjugantes" já existiam no fundo mais fundo da sua atitude em que no Divino incognoscível para o género humano, ainda não criado, já existia pleno na mesma divindade, "Fluída em névoa, a Criação futura" - como diz o poeta - o Nascimento de Jesus, como um Filho muito amado para ser Homem e Deus.

Eis, porque, no Tempo Novo que Ele abriu de par-a-par com a divindade que trazia por ser Filho de Deus, no antigo local sagrado do Tabernáculo ou Santo dos Santos - uma sala separada do Templo de Jerusalém por uma cortina de linho onde só poderia entrar o sacerdote uma vez por ano para presidir à cerimónia sacrificial do cordeiro - pela sua vontade suprema veio "rasgar os véus do Templo"colocar o Tabernáculo como habitação de Deus entre os homens, como hoje o vemos, à nossa frente e à nossa contemplação orativa.

E é assim, e de tal modo, que não há um só crente que ao passar defronte do Tabernáculo - hoje conhecido por Sacrário - não dobre os joelhos ou, simplesmente, não lhe faça uma genuflexão, porque dentro dele está a morada terrena d'Aquele que por desejo e cumprimento da Revelação deu pleno sentido às "palavras conjugantes" de que nos dá conta o poeta António Correia de Oliveira, fazendo-as conjugar em honra e glória do Deus Eterno, Dono e Senhor do grande Mistério que se escapa a todo e qualquer homem por mais brilhante e erudito que seja o seu pensamento.

"Do tronco nasceu a vara"



"Natus est Jesus"



terça-feira, 18 de dezembro de 2018

Porque se quer deixar de respeitar a "separação de poderes?"... Para quê?



Quem quer a inversão de valores?

Precisamente os nossos dois partidos políticos mais representativos: O Partido Socialista (PS) e o Partido Social Democrata (PSD), com o primeiro a querer repetir o mesmo disparate político de um tempo atrás dos tempos de José Sócrates e o segundo ao ir atrás, colado ao mesmo disparate político que se funda no desejo rasteiro de conseguirem alterar a composição consagrada do actual Conselho Superior do Ministério Público (CSMP), Órgão que funciona ao abrigo do Artigo 220º da Constituição da República Portuguesa, integrado na Procuradoria-Geral de República.

É um Órgão superior de gestão e disciplina por intermédio do qual se exerce a competência disciplinar e de gestão de quadros do Ministério Público, competido-lhe nomear, colocar e transferir, exonerar e apreciar o mérito profissional e exercer a acção disciplinar sobre os magistrados do do MP.

Conta na sua composição o Procurador Geral da República, que preside, e por magistrados do Ministério Público por inerência (os 4 procuradores-gerais distritais), magistrados do Ministério Público eleitos de entre e por cada uma das três categorias de magistrados (1 procurador-geral-adjunto, 2 procuradores da República e 4 procuradores-adjuntos), membros eleitos pela Assembleia da República (5) e membros designados pelo Ministro da Justiça (2), ou seja: funciona com uma maioria de 12 contra 7 membros 
  • Porque deseja o poder político inverter a situação?
  • Para terem um controlo maior da Justiça?
  • E onde ficam os chamados "separação de poderes"?
  • Porque se quer deixar de respeitar esta norma da nossa convivência social?
  • Para quê?
Por agora a tentação foi abortada.

Veremos a cena que se segue... mas de modo algum será admissível que o velho e tantas vezes repetido - À política o que é da política e à justiça o que é da justiça - possa ceder a sua força perante um novo e aberrante conceito que se poderia escrever assim: - Transferir para a política o que é da justiça - mas fazer isto era inverter a ordem natural dos valores sociais, éticos e morais, pondo em causa a equidade do Prato da Balança judiciária, um dos valores mais altos da confiança que não pode ser perdida pela sociedade.

Haja respeito, meus senhores!
Não abastardem a política que é, na sua essência uma arte nobre!

Rui Rio "escorregou numa casca de banana"...


Noticia de 6 de Dezembro de 2018
..........................................................................

in, Jornal "Público" de 18 de Dezembro de 2018
.............................................................

Sem habilidade política Rui Rio "escorregou numa casca de banana" quando há cerca de duas semanas a alteração da composição do Conselho Superior do Ministério Público (CSMP) se discutia no Parlamento com uma proposta apresentada em nome do Governo pela Ministra da Justiça, apontando para a existência maioritária de membros não magistrados e que levou a actual  Procuradora do Ministério Público a dizer o seguinte:

  “Qualquer alteração relativa à composição do Conselho Superior do Ministério Público que afecte o seu actual desenho legal, designadamente apontando para uma maioria de membros não-magistrados, tem associada grave violação do princípio da autonomia”, acrescendo a seguir "que qualquer mudança nesse sentido representaria uma “radical alteração dos pressupostos que determinaram”a aceitação que fez do cargo de procuradora-geral da República". 

Sobre este assunto o presidente do Sindicato dos Magistrado do Ministério Público (SMMP) António Ventinhas, já havia considerado que as alterações colocariam em causa a autonomia do Ministério Público e as condições de continuação do combate à corrupção, que tem atingido algumas figuras políticas nos últimos anos.

O Partido Socialista acabou por recuar.

O deputado Filipe Neto Brandão, vice-presidente da bancada socialista, esclareceu a posição do seu partido. “Os órgãos de gestão das magistraturas não devem ter uma maioria de não-magistrados.Como tal, o grupo parlamentar do PS nunca propôs (nem proporá ou secundará) qualquer proposta que vise colocar os magistrados em minoria no CSMP”,reafirmou o deputado ao PÚBLICO, acrescentando que “o princípio da autonomia do MP é um princípio estruturante do Estado de Direito Democrático”.E ontem também a ministra da Justiça, Francisca Van Dunem, garantiu que eventuais alterações à composição do CSMP passaram  a ser “uma não questão” e que “está tudo esclarecido”.

in, Jornal "Público" de 18 de Dezembro de 2018.

A gente lê e não acredita na falta de compostura de ética política deste Partido Socialista que em 6 de Dezembro conforme notícia que abre este "post" e dia 18 do mesmo mês duma questão que era para o ser - ou seja, o desejo dos agentes políticos terem maioria no (CSMP) - deixou de o ser numa declaração em que a ética que era para ser posta por por baixo voltou a ser posta por cima.

Habilidades...

Rui Rio foi apanhado e deixou-se apanhar nesta rasteira, dizendo agora que, qual D. Quixote, no mesmo dia em que a p´Procuradora Geral da República admitiu que se demitirá se os magistrados perderem a maioria no Conselho Superior do Ministério Público, e em que a ministra da Justiça, que introduziu a questão na agenda, deu o assunto por encerrado, o PSD de Rui Rio deixou bem claro que não se importa de ficar sozinho na defesa da ideia, porque para ele deve ser evitado o auto.governo da Magistratura e não contente com este despropósito assumiu uma acção de violento ataque contra o ex-líder do Partido Social Democrata (PSD), o comentador Luís Marques Mendes, que sobre este assunto no seu espaço de opinião dominical na SIC-Notícias, afirmou que Rio é igual a Sócrates no desejo de controlar a justiça.

Que grande derrota eleitora se avizinha para o PSD!

Ao Deus-Menino Esperado




AO DEUS-MENINO 
      ESPERADO

Grande notícia é esta:
em Belém,
na terra das profecias
nasceu um lindo Menino
e em Seu louvor houve festa.

Sorriu feliz a Santa Mãe
anunciada em Isaías.

Há muito era esperado.
E ao frio que era um açoite
nasceu risonho e rosado...
e fez-se dia em plena noite!

domingo, 16 de dezembro de 2018

III Doningo do Advento - ano C - 16 de Dezembro de 2018



Evangelho de S. Lucas 3, 10-18

Perguntava-lhe a multidão: “Que devemos fazer?”. Ele res­pondia: “Quem tem duas túnicas dê uma ao que não tem; e quem tem o que comer, faça o mesmo”. Também publicanos vie­ram para ser baptizados, e perguntaram-lhe: “Mestre, que devemos fazer?”.* Ele lhes respondeu: “Não exijais mais do que vos foi ordenado”. Do mesmo modo, os soldados lhe perguntavam: “E nós, que devemos fazer?”.Respondeu-lhes: “Não pratiqueis violência nem defraudeis a ninguém, e contentai-vos com o vosso soldo”. Ora, como o povo estivesse na expectativa, e como todos perguntassem em seus corações se talvez João fosse o Cristo, ele tomou a palavra, dizendo a todos: Eu vos baptizo na água, mas eis que vem outro mais poderoso do que eu, a quem não sou digno de lhe desatar a correia das sandálias; ele vos baptizará no Espírito Santo e no fogo. Ele tem a pá na mão e limpará a sua eira, e recolherá o trigo ao seu celeiro, mas queimará as palhas num fogo inextinguível. É assim que ele anunciava ao povo a Boa-Nova, e dirigia-lhe ainda muitas outras exortações."


A grande personagem da leitura que a Igreja oferece aos homens - crentes ou não é a figura de S. João Baptista.
Diz a Bíblia que no ano décimo quinto do império de Tibério César. quando Pôncio Pilatos era governador da Judeia, a Palavra de Deus entrou certeira e profunda em S. João Baptista, cuja missão que lhe competia era a de anunciar aos homens Jesus Cristo, Alguém que segundo os desígnios de Deus provreria que, 

Todo vale será aterrado,
e todo monte e outeiro serão arrasados; se tornará direito
o que estiver torto, e os caminhos escabrosos serão aplainados.
Todo homem verá a salvação de Deus.

A sua pregação, porém, já continha a doutrina que Jesus haveria de deixar aos homens como marcos das suas atitudes humanas do comportamento social que lhes veio a ser pedido, um motivo, sabendo o povo daquele tempo que esperava pelo Messias prometido - nos seus corações começou a morar a dúvida se não seria ele - e esse alarido que se estava a espalhar levou-o a dizer: Eu vos baptizo na água, mas eis que vem outro mais poderoso do que eu, a quem não sou digno de lhe desatar a correia das sandálias; ele vos baptizará no Espírito Santo, e com esta atitude este pregador colocou um ponto final na dúvida instalada entre os seu ouvintes.
Razão suficiente para eleger João Baptista como a figura central deste leitura evangélica por não se ter posto em bicos de pés, chamando a si um lugar que seria aceite pelo povo, mas ele não o podia reivindicar para si, por não lhe pertencer.

É a honradez desta postura humana que devia servir de exemplo para aqueles que no tempo que passa para se guindarem a lugares mais notórios e socialmente mais visíveis não se importam de atropelar o seu semelhante.

sábado, 15 de dezembro de 2018

Corto o vento c'o meu rosto..



Caça ao voto...


https://eco.sapo.pt - https://www.sapo.pt/ de q5 de Dezembro de 2018

...............................................................

Caça ao voto, descaradamente!
Que bom patrão é o Estado!
Mas não é admissível que o governo com António Costa a dirigi-lo dê esta amostra tão às claras do modo como é simpático para com os seus trabalhadores.

Pobre Estado é o nosso enquanto a reforma das mentalidades continuar a não ser feita, logo no começo das primeiras instruções escolares em consonância com o ditado popular cheio de sabedoria, que diz que é de pequenino que se torce o pepino, porque esta espécie agrícola necessita antes de começar a crescer que o agricultor lhe retire uns "olhinhos" para que os pepinos se desenvolvam, um acto que a não ser feito lhes vem a dar, quando crescidos um sabor desagradável.

É isso que me leva a pensar que os trabalhadores do sector privado da nossa frágil economia devem sentir - o tal sabor desagradável - que têm de "comer", porquanto, não têm as garantias iguais que o patrão Estado pode sustentar, ainda que, sabendo, mas sem se importar que no mesmo Estado hajam trabalhadores com tratamentos desiguais.

Gostava que isto não fosse verdade



in, Jornal"Sol" de 15 de Dezembro de 2018
...........................................................

A ser assim - Centenas de escutas no "caso Tutti Frutti"confirmam as suspeitas do Tribunal de Contas e revelam a prática sistemática por parte dos deputados do PSD e PS de ocultação de faltas e de "cobrança" de "viagens fantasma" este facto a não ser desmentido ou a não obrigar a Assembleia da República a questionar judicialmente o Jornal que na sua capa em letras redondas faz esta afirmação, confirmando suspeitas levantadas pelo Tribunal de Contas, leva-me a pensar que Portugal está podre - não em baixo, naquilo que é mais rasteiro, mas em cima, de onde devia partir o exemplo.

Gostava que isto não fosse verdade.

E que os dois casos ultimamente conhecidos de deputados do PSD fossem uma anomalia acidental, mas a não ser assim e este despautério ser uma prática sistemática como diz a notícia e abrangendo as bancadas do PSD e PS, de facto, como se fosse uma chuva suja, esta ao cair de cima suja-nos a todos e a todos dá, se o quiserem fazer, o "direito" de não viverem com a compostura social que se deve ter, o que é - convenhamos - um motivo que dá para pensar.

sexta-feira, 14 de dezembro de 2018

"Quem levanta os olhos para o Céu"...

                   Autor Desconhecido
................................................................

Com este pensamento - Quem levanta os os olhos para o céu encontra sempre uma estrela orientadora nos caminhos escuros da vida -  este "Autor Desconhecido" foi buscá-lo ao tempo que vivemos com os Reis Magos a caminhar com os olhos postos no Céu onde brilhava o fulgor da "estrela orientadora".

Que esta imagem poética sirva para todos os leitores deste "blog" e os ajude na caminhada existencial, sobretudo, naqueles momentos de sombra em que o céu da vida precisa de ser clareado. Para todos vós que não conheço, mas estimo, fica aqui plasmado com todo o afecto o meu desejo de um céu aberto para todos, homens e mulheres, meus companheiros de um mesmo tempo e espaço.

Que a boa estrela vá connosco por todos os caminhos da vida.

quinta-feira, 13 de dezembro de 2018

Este Mistério Eterno criado a partir do NADA de NADA!




Diz a legenda: "Caminham humildes em nossos presépios" e tal legenda, cheia de sentido ao referir-se aos três Reis-Magos que das suas terras longínquas caminharam - diz a tradição  e o Evangelho de S. Mateus, cap.2 - com o propósito de levar presentes a Jesus, não tendo, contudo, a Bíblia fixado os seus nomes, mas sustenta a tradição e a História Bíblica pela pena do Apóstolo e Evangelista já referido, que este Magos seriam oriundos do Oriente, enquanto a tradição diz que eram astrónomos que das suas terras orientais tendo visto uma estrela de brilho incomum a seguiram e, depois da peripécia vivida em Jerusalém com o rei Herodes, seguiram o seu caminho até à gruta de Belém, porque a mesma estrela não deixava de brilhar. 



Estas ilustres personagens, segundo a tradição oral e que a Igreja recolheu como símbolo da legitimação de Jesus por todos os povos da Terra, de tal modo chegou até nós que foi instituído o Dia de Reis celebrado anualmente na noite de 5 para 6 de Janeiro onde recai a Festa da Epifania do Senhor e que seguindo a mesma tradição é naquela noite que se dá por findo o Cântico das Janeiras iniciado após o Natal, continuando a existir o costume ancestral das famílias cristãs se voltarem a reunir para celebrar o fim dos festejos do Natal.

Temos, assim, que estes Reis Magos chegaram até nós com a força espiritual que lhes deu a importância fundada em duas vertentes: na lenda ou no mito da sua existência, sabendo-se que é por aqui que passam erigidos em condutores da História que tornam credíveis determinados acontecimentos, mas a que acresce, neste caso, o facto deste evento histórico ser atestado por S. Mateus sobre a sua ida até Belém para glorificarem o nascimento de Jesus, o que lhes dá a credibilidade que está para além do mito ou da lenda, porque a História Bíblica do Novo Testamento se baseia em factos.

Neste tempo e com esse propósito caminhemos ao encontro de Jesus para que nessa reunião com o Dia do seu nascimento O sintamos mais uma vez presente na sua sobrenaturalidade existencial.

Que o nosso espírito caia bem fundo na presença de um Mundo Novo que dele proveio, e que é preciso continuar e reformar, tendo em conta que 2018 anos passados sobre a sua estadia física no meio dos homens é uma migalha de tempo se atentarmos na enormidade incomensurável do tempo que passou desde a primeira aurora surgida do NADA de NADA onde se entronca a Obra da Criação do Mundo, o Grande Mistério inexplicável à razão humana e que só a humildade pode entender.

Sobre isto que não hajam dúvidas.

Este Mistério ou se aceita tal com ele é, ou a atitude contrária como tem acontecido ao longo dos dois últimos milénios é a fautora de grandes dramas humanos, tantos deles bem nossos conhecidos e que aconteceram com homens de rara inteligência científica ou filosófica mas que se confrontaram com a razão a não querer ceder à sua atitude - de todo aceitável e compreensível - de o querer entender e explicar numa equação matemática, sem conceberem que a Matemática de Deus não tem entendimento nem explicação humana.

Nunca a terá, convenhamos.

Eis, porque, neste tempo real que nos é dado viver resta-nos caminhar e reconhecer que o nascimento de Jesus é Obra desse Grande Mistério que só a Fé sem fronteiras é que nos leva a crer no sobrenatural que ele encerra bem fechado a sete chaves pelo Criador Eterno.

Tenhamos em conta que todos os homens desde o seu ponto de partida existencial, carregam consigo até ao fim temporal das suas vidas um pedaço igual para todos da sobrenaturalidade que na Origem dos Tempos criou o ser humano e, depois, se manifestou num grau diverso com o nascimento de Jesus Cristo, onde se caldeou numa fusão perfeita o sobrenatural do próprio Deus - sendo Ele uma Pessoa em tudo igual ao seu Criador - com o sobrenatural da sua existência humana enquanto viveu ente os homens.

Podemos assim dizer que todos os homens têm o dom de transportar consigo a carga sem peso da mesma sobrenaturalidade humana de Jesus Cristo atendendo a que Ele, do ponto de vista humano é o nosso Irmão mais velho, logo igual a nós nesse aspecto.

quarta-feira, 12 de dezembro de 2018

Dois Papas Portugueses



Notícia captada em:


O ano de 366 assinala a eleição do Papa S. Dâmaso e o de 1276 o da eleição do Papa João XXI, e desde então, até ao presente  a velha Nação Portuguesa aguarda voltar, um dia, a merecer o "fumo branco" que volte a erigir para o mais alto magistério da Igreja um outro cidadão nacional.

Há, por este tempo, uma esperança que paira no ar.

Pessoalmente, sinto-me dono dessa esperança, convencido que existem homens de grande valor humano e sábios do mundo em portugueses, como D. José Tolentino de Mendonça, convencido que este ilustre membro do Episcopado português na continuação da sua carreira  eclesial vai ascender a um lugar que um dia o vai colocar na escolha do Espírito Santo, o guião imaterial que dirige a Igreja Apostólica de Cristo sediada em Roma.

Sei que não vou ver realizada esta minha esperança pelo peso dos anos de vida que já carrego, mas fica aqui assente o meu desejo por ver e sentir que a Nação Portuguesa nascida em cima do poder da Fé, pela sua postura humanista no tempo que passa é um exemplo.

...............................................................................


Dâmaso (em latim: Damasus; Idanha-a-Velha, Portugal, 305 — Roma, 11 de dezembro de 384) foi 37º Papa da Igreja Católica de 366 até a data da sua morte.

Dâmaso nasceu em Idanha-a-Velha [1] , território que no século IV integrava o Império Romano mas atualmente faz parte de Portugal. A sua época coincidiu com a ascensão de Constantino e a adopção do cristianismo como religião oficial do Império Romano.

Foi eleito Papa em 1 de Outubro de 366, por larga maioria, mas alguns seguidores do anterior Papa Libério, próximos do Arianismo, consagraram o diácono Ursino, criando um Antipapa para tentar depor Dâmaso I.

Foram necessários dois anos de lutas sangrentas para que Dâmaso I assegurasse o seu direito ao papado. As batalhas entre os bandos seguidores dos dois postulantes foram de tal violência que num único dia de batalha foram recolhidos 137 mortos. Acusado pelos seus adversários de assassinato, Dâmaso I teve que se defender perante um Tribunal imperial. Porém o imperador Valentiniano I apoiava Dâmaso I e no ano de 378 ele foi absolvido, enquanto que o seu inimigo Ursino era desterrado.

Esse processo deu a Dâmaso I a oportunidade de ajustar as relações entre a justiça civil e a eclesiástica. O Estado passou a reconhecer oficialmente a competência da Igreja em matéria de fé e de moral, enquanto tomava a seu encargo a execução das sentenças ditadas pelo tribunal do episcopal.

Dâmaso foi um dos mais notáveis papas do século IV, defendendo a Igreja de Roma contra eventuais cismas, enviando legados ao Primeiro Concílio de Constantinopla, e também foi um escritor de grande mérito, autor de valiosos epigramas e de importantes cartas sinodais. Também foi o papa que encomendou a Jerónimo de Estridão uma revisão da versão latina da Bíblia, a qual ficou conhecida como Vulgata Latina, até hoje uma das mais importantes traduções bíblicas.

Foi o primeiro Papa a usar com desenvoltura o anel do Pescador, com o símbolo de São Pedro, que ao contrário de hoje, era passado de pontífice para pontífice, assim que confirmada a sua morte, como símbolo de sua autoridade pastoral. O anel com a égide de Pedro, o primeiro papa, já não existe, pois foi destruído.

Os imperadores romanos, incluindo Constantino, continuaram a conservar o ofício de pontífice máximo (pontifex maximus) até 376 até que o imperador Graciano, por razões cristãs, o recusou, já que reconhecia-o como idolatria e blasfêmia. Há registros de que, em torno do ano 378, Dâmaso era nomeado pontífice, embora não fosse chamado de pontífice máximo, termo que aparece na Bíblia para descrever homens abençoados (Hebreus 5, 14), e em alguns casos o próprio Jesus (Hebreus 3, 1).

É citado no livro "Peregrino da América" como poeta português (Livro II).

Fonte: Wikipédia - a Enciclopedia livre

.......................................................................


João XXI, nascido Pedro Julião Rebolo e mais conhecido como Pedro Hispano, (Lisboa, 1215 — Viterbo, 20 de maio de 1277) foi Papa desde 20 de setembro de 1276 até à data da sua morte, tendo sido também um famoso médico, filósofo, teólogo, professor e matemático português do século XIII.

Adoptou sucessivamente os nomes de Pedro Julião como nome de baptismo, Pedro Hispano como académico e João XXI como pontífice.

Alguns autores indicam como data de nascimento o ano de 1205[2], outros que foi antes de 1210, possivelmente em 1205 ou 1207[3] e outros ainda entre 1210 e 1220.

História pessoal[editar | editar código-fonte]

Pedro Julião, ou Pedro Hispano, nasce em Lisboa, no então Reino de Portugal, em data não conhecida, mas seguramente antes de 1226, filho de Julião Pais Rebolo, médico, cuja profissão segue, e de sua mulher Mor Mendes, e irmão de Gil Julião Rebolo (embora Luís Ribeiro Soares defenda que possa ter sido filho do chanceler de D. Sancho I, Mestre Julião Pais, o qual foi identificado como sendo a mesma pessoa). Usou as Armas dos Rebolo, que são: de vermelho, três rebolos de ouro vazios do campo postos em roquete. A moderna representação da Heráldica do Papa João XXI apresenta um escudo esquartelado, que tem o 1.º e 4.º quartéis de vermelho, carregado com três crescentes de prata, postos em roquete. Trata-se, na verdade, duma interpretação errada das armas dos Rebolo, que são um escudo de vermelho, carregado com três rebolos de ouro furados no meio, postos em roquete. Algumas representações mais antigas, ainda assim muito posteriores, que terão sido feitas com base nalguma imagem já deteriorada, poderão ter feito parecer esse três rebolos furados com três crescentes, devendo-se a mudança do metal a fenómeno idêntico. Mas poucas dúvidas poderão restar de que as três peças são rebolos furados e não crescentes.

Começou os seus estudos na escola episcopal da catedral de Lisboa, tendo mais tarde estudado na Universidade de Paris (alguns historiadores afirmam que terá sido na Universidade de Montpellier) com mestres notáveis, como São Alberto Magno, e tendo por condiscípulos São Tomás de Aquino e São Boaventura, grandes nomes do cristianismo. Lá estuda medicina e teologia, dedicando especial atenção a palestras de dialética, lógica e sobretudo a física e metafísica de Aristóteles.

Entre 1246 e 1252 ensinou medicina na Universidade de Siena, onde escreveu algumas obras, de entre as quais se destaca o Tratado Summulæ Logicales que foi o manual de referência sobre lógica aristotélica durante mais de trezentos anos, nas universidades europeias, com 260 edições em toda a Europa, traduzido para grego e hebraico.

Prova da sua vastíssima cultura científica encontra-se na obra De oculo, um tratado de Oftalmologia, que conhece ampla difusão nas universidades europeias. Quando Miguel Ângelo adoece gravemente dos olhos, devido ao árduo labor consumido na decoração da Capela Sistina, encontra remédio numa receita de Pedro Julião. De sua autoria, o ‘Thesaurus Pauperum’ (Tesouro dos pobres)[6], em que trata de várias doenças e suas curas, com cerca de uma centena de edições e traduzido para 12 línguas.

Antes de 1261, ano em que é eleito decano da Sé de Lisboa, Pedro Julião ingressa no sacerdócio. O rei Afonso III de Portugal confia-lhe o priorado da Igreja de Santo André (Mafra) em 1263, posto o que é elevado a cónego e deão da Sé de Lisboa, Tesoureiro-mor na Arcebispo de Braga e Cardeal[editar | editar código-fonte]

Arcebispo de Braga e Cardeal

Após a morte de Dom Martinho Geraldes, Pedro Julião é nomeado Arcebispo de Braga pelo Papa Gregório X, em 1273. Um ano depois, participa no XIV Concílio Ecuménico de Lião, altura em que Gregório X o eleva a Cardeal-bispo com o título de Tusculum-Frascati, da Diocese suburbicária de Frascati, o que permite ao pontífice poder contar com os serviços médicos do sábio português. Regressa ao Arcebispado de Braga, até ser nomeado o sucessor, Dom Sancho. De volta à corte pontifícia, Gregório X nomeia-o seu médico principal (arquiathros) em 1275.

A eleição de Pedro Julião, em conclave realizado em Viterbo, após a morte do Papa Adriano V, a 18 de agosto de 1276, decorre num período muito perturbado por tensões políticas e religiosas e com alguns cardeais a sofrer violências físicas. É eleito Papa a 13 de setembro e coroado a 20 de setembro de 1276, e adota o nome de João XXISé do Porto e Dom Prior na Colegiada Real de Santa Maria de Guimarães.

Pontificado

João XXI irá marcar o seu breve pontificado (de pouco mais de 8 meses) pela fidelidade ao XIV Concílio Ecuménico de Lyon. Apressa-se a mandar castigar, em tribunal criado para o efeito, os que haviam molestado os cardeais presentes no conclave que o elegera.

Embora sem grande sucesso, leva por diante a missão encetada por Gregório X de reunir a Igreja Grega à Igreja do Ocidente. Esforça-se por libertar a Terra Santa em poder dos turcos.

Tenta reconciliar grandes nações europeias, como França, Germânia e Castela, dentro do espírito da unidade cristã. Neste sentido, envia legados a Rodolfo de Habsburgo e a Carlos de Anjou, sem sucesso.

Pontífice dotado de rara simplicidade, recebe em audiência tanto os ricos como os pobres. Dante Alighieri, poeta italiano (1265-1321), na sua famosa Divina Comédia, coloca a alma de João XXI no Paraíso, entre as almas que rodeiam a alma de São Boaventura, apelidando-o de "aquele que brilha em doze livros", menção clara a doze tratados escritos pelo erudito pontífice português. O rei Afonso X de Leão e Castela, o Sábio, avô de Dom Dinis de Portugal, elogia-o em forma de canção no "Paraíso", canto XII. Mecenas de artistas e estudantes, é tido na sua época por 'egrégio varão de letras', 'grande filósofo', 'clérigo universal' e 'completo cientista físico e naturalista'.

Mais dado ao estudo que às tarefas pontifícias, João XXI delega no Cardeal Orsini, o futuro Papa Nicolau III, os assuntos correntes da Sé Apostólica. Ao sentir-se doente, retira-se para a cidade de Viterbo, onde morre a 20 de maio de 1277, vitimado pelo desmoronamento das paredes do seu aposento, estando o palácio apostólico em obras. É sepultado junto do altar-mor da Catedral de São Lourenço, naquela cidade. No século XVI, durante os trabalhos de reconstrução do templo, os seus restos mortais são trasladados para modesto e ignorado túmulo, mas nem aqui encontraram repouso definitivo. Através do contributo da Câmara Municipal de Lisboa, por João Soares então seu presidente, o mausoléu é colocado, a título definitivo, ao lado do Evangelho da Catedral de Viterbo, a 28 de março de 2000.

Deu nome ao Hospital Pedro Hispano e à Estação Pedro Hispano, ambos em Matosinhos, à Avenida João XXI, em Lisboa, Braga e Vermoim, e ao Instituto Pedro Hispano, em Granja do Ulmeiro, no concelho de Soure, no distrito de Coimbra

Fonte: Wikipédia - a Enciclopédia livre