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sábado, 8 de dezembro de 2018

Os actos humanos e a sua obediência à lei natural


Negada a dependência de Deus desaparece o princípio formal da obrigação, e suprimido o princípio formal da obrigação, que não é outro senão a autoridade divina, se destrói, ou ao menos temos de repelir por inútil, a lei natural, norma próxima da moralidade dos atos humanos, e sem obrigação moral as leis carecem de eficácia, e de finalidade os ditames da consciência; e feito isto, a vida humana é impossível, a sociedade se converte em uma agrupação artificial mais ou menos sabiamente organizada, porém, sem consistência fixa, porque carece de uma comunidade de princípios morais, laço espiritual que liga as gerações, unificando seus esforços em ordem ao progresso e à felicidade, sem a ideia de Deus a autoridade não pode intimar seus mandatos nem o direito possui virtude para impor seus axiomas, nem se concebe sanção eterna sem um legislador que premeie e castigue aos homens segundo suas obras. 

E sem autoridade, sem consciência, sem direito, teremos uma associação de animais dirigidos pelos instintos, não uma sociedade de homens governada pela razão. 

os Proclamada a moral independente, converte-se o homem em fim de si mesmo, inclinado unicamente para o gozo dos bens materiais, a vontade não encontra nessa moral um estímulo que a impulsione à virtude nem um freio às suas concupiscências, nem uma energia que domine suas paixões e dome seus apetites, haverá apenas uma desordem completa nas faculdades morais da alma.

P. Eugenio Cantera
in, Jesus Cristo e os Filósofos - Cap, V, nº2 Jesus Cristo e a Moral

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