Caricatura de Guerra Junqueiro
in, "A Farça" - ano 1º - nº1 - Coimbra, 20 de Dezembro de 1920
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Irreverente, ao estilo coimbrão dos seus colaboradores, Ramada Curto,Veiga Simões,Carneiro de Moura, Ana de Castro Osório, António Arroio, Augusto Gil, Brito Camacho, Hipólito Raposo, António de Monforte (António Sardinha) e Afonso Lopes Vieira, a Revista quinzenal bem humorada - A FARÇA - viu a banca dos jornais efemeramente num período que mediou entre 20 de Dezembro de 1909 a 27 de Abril de 1910.
Teve um papel importante na forma de reagir ao conservadorismo dos últimos anos da Monarquia, criticando desigualdades sociais e injustiças políticas e ao usar o humor procurou atingir as consciência através desse modo, a par de ter sido uma publicação que primou na Arte Portuguesa pela publicação de desenhos modernistas nas suas caricaturas.
A publicação deste poema - BARBAS PROFÉTICAS - acompanhado de uma caricatura de Guerra Junqueiro é o exemplo acabado do humor que serviu de base aos seus textos, como este em que o fervor revolucionário do grande Poeta de Freixo-de-Espada-à Cinta, por aquele tempo um vetusto cidadão alquebrado pelos anos - Quem o viu! e quem o vê! - mas que nos seus tempos áureos brandiu a "espada" do inconformismo cilindrou, até, Deus, na "Velhice do Padre Eterno", agora, continua o poema, é vê-lo / com barbas de profeta ou ermitão, acabando o poema, zombeteiramente, pegando-se com Guerra Junqueiro, ao comparar o seu modo de vida de então com a lenda antiga que diz, o diabo se fez frade.
Que pena o tempo de hoje não produzir intelectuais deste jaez
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