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sábado, 2 de junho de 2018

Uma história com sentido...


OS BENS QUE MANDAMOS PARA O CÉU 
(Paráfrase de uma história conhecida)


Havia um homem rico, dono de Empresas e de grandes propriedades que não temia Deus e primava pela sua soberba e pelos modos desabridos como tratava os seus empregados e entre eles o seu motorista.

Este era um homem humilde, cordato, bem educado e que espalhava o bem que tinha por onde passava.

Aconteceu que o motorista morreu e ao chegar ao Céu, S. Pedro recebeu-o e conduziu-o à sua morada.
Era uma casa grande e muito bonita.

- Aqui tens!...
- Mas isto é para mim?
- É - responde S. Pedro. – Como mandaste para cá muitos e bons materiais, os pedreiros do Céu construíram para ti esta casa grande.

Morre, tempos depois, o seu patrão.
Chega ao Céu e S. Pedro diz-lhe:

- Acompanha-me. Vou mostrar-te a tua morada.
De caminho, aquele patrão encontra à porta do seu palácio o seu antigo motorista.
Cumprimenta-o e pensa:
- Bom. Se este que era um pobretanas e vivia numa casa humilde, certamente, a minha casa é enorme. Um grande palácio.

E caminhava todo vaidoso, até que num certo ponto do percurso, S. Pedro parou e apontou-lhe a sua morada no Céu.

- Aqui tens.
- Mas isto é uma barraca…
- Pois é… e sabes porquê?
- Não. Não sei.
- È que aquele que tu cumprimentaste mandou para cá muitos materiais de tanto valor que Deus os apreciou tanto que lhe deu a recompensa, enquanto tu te esqueceste de mandar os materiais que podias e devias ter feito enquanto viveste.
- Oh! Senhor… mas eu gostava de ter uma casa, ao menos como a do meu motorista…
- Não pode ser. É que nós, cá no Céu só trabalhamos com aquilo que recebemos e de ti não recebemos nada… 

domingo, 30 de julho de 2017

Um sentido de riqueza!


A história é conhecida e parece ter "autor desconhecido", mas é, pelo seu ensinamento social um meio de aferir a sensibilidade que deve ser tida em consideração quanto ao modo como se usa o sentido da riqueza, pelo que, com a devida vénia se reproduz a história , respeitando o modo como ela me chegou, nos aspectos ortográficos.


Um dia, um rico pai de família levou seu pequeno filho para viajar pelo interior, com o firme propósito de mostrar o quanto as pessoas podem ser pobres. O objectivo era convencer o filho da necessidade de valorizar os bens materiais que possuía, o "status", o prestígio social; queria desde cedo passar esses valores para seu herdeiro.

Eles passaram um dia e uma noite numa pequena casa de taipa, de um morador da fazenda de seu primo.


Quando retornaram da viagem o pai perguntou ao filho:
- O que achou da viagem ?
- Muito bom, Papai !
- Você viu a diferença entre viver com riqueza e viver na pobreza ?
- Sim.
- E o que  você aprendeu ?
O  filho respondeu:
-Eu vi que nós temos um cachorro em casa, e eles tem quatro. Nós temos uma piscina que alcança o meio do jardim; eles tem um riacho que não tem fim. Nós temos uma varanda coberta e iluminada com lâmpadas, eles tem as estrelas e a lua. Nosso quintal vai até o portão de entrada, eles tem uma floresta inteira.
Quando o pequeno garoto acabou de responder, seu pai estava perplexo.
O filho acrescentou:
- Obrigado Papai, por me mostrar o quanto "pobres" nós somos !


             
Vale, por isso, e com todo o sentido este pensamento de Dale Carnegie que diz assim:

" Não é o que você é, o que você tem, onde está ou o que faz,que irá determinar a sua felicidade; mas o que você pensa sobre isto ! " 


domingo, 30 de agosto de 2015

Uma história intemporal.



Gravura publicada pelo Jornal "O Zé" 
de 14 de Maio de 1912


Como se vê, olhando a gravura, chega-se à "Taberna da Intrujice" pela "Rua do Progresso", o que parece uma anomalia,  porque o progresso exige a rua larga que só pode haver com o trabalho profícuo que cabe a todos fazer sem intrujices, porque o progresso não pode admitir mutilações da verdade.

Um dia, constou à Pátria (prefigurada na imagem de vermelho vestida) que num dado local da cidade, na tal "Taberna da Intrujice" era costume reunirem-se personagens cujo fim era dizer mal de tudo quanto viam fazer a nível político, acabando toda a discussão sem proveito para ninguém, a começar por eles
Ou, seja, reunidos da "Taberna da Intrujice" todos falavam acalorados e isto, depois, tinha sérias consequências quando era preciso resolver as questões sérias da "res-pública", que eles não ajudavam a fazer.

A Pátria - pessoa de bem - com alguma vergonha daquele local, num certo dia deslocou-se para chamar à razão os que só viam até onde onde acabava o seu umbigo - esquecendo-a - tirou-se do sério e vai daí, depois de lhes pregar um "sermão", apontou um facto, que isto de pregar sem ter na mira a realidade das coisas não era de bom tom para a Pátria.

E assim, disse o seguinte:

Alguns de vós, que eu conheço muito bem, entendem que esta rua acanhada que conduz à "TABERNA DA INTRUJICE" se deve chamar "RUA DO PROGRESSO", e até já lhe deram o nome há muito tempo, só que do dizer ao fazer vai uma grande distância - e eu exijo - que faleis menos e façais mais obras, como esta, de alargar a rua para que o progresso possa entra por um espaço mais largo e não por este espaço estreito indigno da Pátria que sou!

Acaba a história por concluir que mais sisudos deixaram a "Taberna da Intrujice" e tendo passado a ajudar o diálogo fizeram com que aquela rua fosse alargada e o PROGRESSO entrasse por ela e de tal modo, que por ser anómala para local tão digno a "Taberna da Intrujice" se viu forçada a ter vida nova.

Apenas um comentário:

Como a gravura sugere, por detrás de todas as querelas há sempre um SOL radioso que nasce com o desejo de chegar ao alto e ser para todos!

sexta-feira, 13 de março de 2015

De mãos abertas!





Na velha Grécia vivia um velho sábio, Cirilo de Estagira, no recôncavo de um acidente geográfico que dava directamente para o Mar Egeu.

Era um eminente mestre de Filosofia.
Tornara-se famoso pelo facto de não só, saber de tudo, como em adivinhar o sentido de todas as perguntas que lhe fizessem.
Era o expoente da sabedoria (sophia) que em grego quer dizer: um conhecimento simultaneamente teórico e prático, honrando a  filosofia - que deriva de philos e de sophia -  e significa, por isso, amor à sabedoria.

Num certo dia, um aluno seu, de conluio com outro colega, querendo experimentar o saber do Mestre mas com desejo último de o enganar, aliciou-o, dizendo-lhe:

- Já sei, como é que vou fazer cair o Mestre da sua sabedoria...
- Qual é o teu plano? – perguntou o outro, interessado na esperteza do colega.
-Vês este gafanhoto? – e abriu a mão, mostrando encurralado o pequeno insecto saltador – Vou ao Mestre com a mão fechada e o gafanhoto dentro dela… mas vivo.
- E, depois?...
- É simples. Pergunto-lhe se o gafanhoto que levo escondido está vivo ou se está morto. Se ele disser que ele está vivo aperto-o e mato-o. Mas se ele disser que está morto, então, abro a mão e deixo que ele salte!

Nesse propósito foram os dois ter com o sábio fazendo-lhe a pergunta combinada:

- Mestre Cirilo. Tenho dentro da minha mão um gafanhoto. Está vivo ou está morto?

Respondeu o sábio:

- Meu querido, a resposta está dentro da sua mão fechada. Fica sabendo que todo o sucesso que venhas a conquistar na tua vida está sempre na tua mão... que nunca deves fechar para ninguém!

E, mais uma vez o velho sábio respondeu certo, correspondendo à fama que tinha.
Na mão fechada – e que é preciso abrir – está o segredo da existência que não consente trazê-la fechada, porque escondemos aquilo que é preciso mostrar ao mundo. 

Cirilo não se deixou enganar nem colaborou com um jogo escondido, dando a resposta que desarmou o burlador.

Na vida é o que temos de fazer.
Abrir as mãos.
Mostrar o jogo, pois é de mãos abertas que se abraça e é de mãos abertas que pesamos as coisas, neste jogo aberto de viver e amar e nunca de enganar o próximo.

Viver sem sonhos de altura!



Até a própria torre desafia o alto!


Grande homem é aquele 
que não perde  o seu coração de criança.
                                                   Lao  Tzu



Conta-se que havia um caminho longo e estreito que corria ao longo de quilómetros, tendo de ambos os lados muros altos a servir de divisão entre duas propriedades onde se cultivava de tudo e cujos donos se isolavam entre aqueles dois muros, cada um para não ver o que o outro cultivava.
Eram dois homens vizinhos, mas estranhos.
Tendo perdido, cada um, o seu coração de criança, viviam egoisticamente, fazendo da vida uma luta constante, numa competição feroz que não admitia troca de ideias quanto aos modos de serem rentabilizadas as culturas das suas terras.

Diz-nos a história, que iguais a eles, havia dois passarinhos.

Tinham o hábito de voar rasteiros por dentro dos muros que ladeavam as duas propriedades e tal como os lavradores não se viam um ao outro, cada um, julgando, que o campo de um era mais fértil que o outro e, assim, imitando a solidão dos dois lavradores, levando dia a dia voos sem alegria, quase a tocar o chão, sem lhes importar a grandeza do Céu que por cima deles apresentava sinfonias de um azul sem mancha, onde os dois faziam falta, talhados como haviam sido para voar nas alturas.

Temos assim, a par os homens e aquelas duas aves.
Destinos criados para as alturas – cada um de acordo com a sua condição – a viverem rentes ao chão.
É então, que na história entram dois protagonistas do Céu, que no propósito de emendar as atitudes dos lavradores, começam por falar das atitudes dos dois passarinhos, companheiros, nas atitudes, dos dois lavradores.

Num certo dia, um anjo, condoído do voo das duas aves que voavam ao longo daqueles dois muros imensos a um metro do chão, admirado, comentou:

- Mas, assim, voando tão baixo – não se vendo até um ao outro – será que algum dia se encontrarão?

Foi quando, um outro anjo lhe respondeu:

- Não te importes. Verás que o muro, sendo embora muito grande, tem um fim e quando acabar, nesse dia,  encontrar-se-ão...

Replicou-lhe o companheiro:

- Mas vê bem. Não seria mais sensato, para eles, que foram criados por Deus para voar alto, deixarem aquele voo rasteiro? – É que se subissem um pouco mais para o alto ainda hoje se encontravam, concluiu ele, dando mostras de estar cheio de razão.

E tinha-a, convenhamos.

Este diálogo fabuloso serve para acabar a história e tecer as seguintes considerações:
Os passarinhos são uma alegoria do que se passava com os dois proprietários dos terrenos, separados por aqueles dois muros.
Um dia – como avisadamente disse um dos anjos – os dois homens, criados por Deus para erguerem os olhos para o alto, depois de ter passado o tempo dos egoísmos e das vaidades mesquinhas, tendo reconhecido o tempo que perderam, haviam de apertar as mãos e pedir desculpa um ao outro por terem erguido muros tão altos nas suas vidas.

Os passarinhos, são, ainda, uma imagem do que se passa com os homens que, tantas vezes, andam de costas voltadas, voando baixo ao longo dos muros que os separam, quando pelo dom de Deus, os seus destinos  - como o dos passarinhos – foram feitos para voar nas alturas.


terça-feira, 14 de outubro de 2014

O sentimento do Amor





Conta-se que numa ilha imaginária viviam - como adiante de verá numa aparente harmonia -  alguns dos mais nobres  sentimentos humanos, como a Amor, a Emoção, a Alegria, a  Tristeza e a Moralidade a par de residentes acidentais, como a Riqueza.
Um dia, soube-se que uma convulsão da Natureza se preparava para mergulhar a ilha na profundeza das águas, o que originou que todos aqueles sentimentos, depois de "arregaçar as mangas", deram em preparar, sem delongas, os seus barcos para desertar.
E assim aconteceu.

Ficou, apenas, o Amor.

Com fé num milagre qualquer que livrasse a ilha daquele cataclismo anunciado, dispôs-se a arriscar até ao último momento, até que ao pressentir que já nada mais havia a fazer, resolveu partir. Aconteceu, porém, que não encontrou o seu barco, de que resultou ter de pedir ajuda.
Colocado na orla da praia deu em olhar o horizonte.

Viu ao longe o barco da Emoção e acenou-lhe:
- Salva-me...
- Não posso. – ouviu – Estou de tal forma comovida, que a emoção de ter deixado a ilha me tira o desejo de voltar aí...
Viu, depois, o barco da Alegria e pensou: “Esta vem salvar-me”...
- Não vou, não! – disse-lhe de muito longe – Estou tão alegre de ter partido, que já não sei o caminho para chegar ao pé de ti...
Passou a Tristeza e o Amor, angustiado por tantas recusas inesperadas, pensou: “Não vale a pena chamá-la... vai muito triste”...
E não a chamou.
Mas, de repente, apareceu a sulcar as ondas o barco da Moralidade.
E o Amor exultou, na expectativa de ser salvo. Era o que faltava que a Moralidade o deixasse morrer afogado na sepultura daquela ilha onde todos haviam vivido em ambiente de concórdia... que, afinal, era falsa.
Mas a Moralidade desiludiu o Amor, dizendo:
- Não tenho tempo agora. Neste meu novo estádio de vida tenho o tempo todo ocupado a dar lições de Moral...
Veio a seguir a Riqueza.
- Vem salvar-me, pediu o Amor, já em estado desesperado, pressentido que em breve iria ao fundo, já que mal se via a praia e a ilha era, somente, uma mancha em cima do Mar.
Mas a Riqueza - cheia de si mesma e com medo de perder o que levava, nem sequer se deu ao trabalho de responder.

Foi, então, que o Amor ouviu a voz sonora de um ancião, vinda de muito longe, das alturas do Céu e que lhe disse:
- Vem, Amor... anda comigo!
E o Amor acedeu.
Nos braços daquele estranho, de longas barbas e olhar profundo, andaram dias até atingirem terra firme, tendo acontecido, de tão contente que se sentia e emocionado por se saber a salvo que o Amor se esqueceu de lhe perguntar o nome para lhe agradecer, como ele merecia.
Quando o quis fazer, mesmo sem o chamar pelo nome, ao olhar em redor o seu salvador tinha desaparecido. Foi, então, que lhe apareceu, nem sabe de onde, o Saber - uma personagem desconhecida -  a quem perguntou:

- Diz-me o nome de quem me ajudou.
- Foi o Tempo...
- O Tempo... – questionou o Amor – mas porque foi que o Tempo me ajudou?
- Porque só o Tempo é capaz de avaliar como tu és importante na vida.
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 Adaptação livre de uma mensagem evangélica.


terça-feira, 7 de outubro de 2014

As "Mãos em Oração"



Mãos em Oração de Albrecht Durer


Estas mãos têm uma história.
Assim ma contaram e assim a vou contar, possivelmente sem a arte do amigo que teve a gentileza da ma dizer.

Conta-se que em Nuremberga, em meados do século XV num dos muitos lares da cidade vivia uma família de parcos recursos que obrigava o chefe da família,  pai de vários filhos a trabalhar duramente nas minas para o sustento do lar.

Num certo dia, dois dos filhos manifestaram o desejo de frequentar a Academia de Belas Artes, pois ambos desejavam ter aulas de Pintura dada a veia artística de que haviam sido prendados. Reconhecido isto, mas sabendo ambos das dificuldade económicas dos pais, entre os dois irmãos foi feito o seguinte acordo: deitavam sortes e o que ganhasse ia para a Academia, enquanto o outro, com o seu trabalho ajudaria a pagar os seus estudos, com a promessa de logo que estes fossem cumpridos, seriam invertidos os papéis.
E assim aconteceu.
Deitaram sortes e o ganhador foi Albrecht Durer.

Regressado a casa, cumpriu o prometido, dizendo ao irmão:
 - Agora, é a tua vez.
E, logo, este, candidamente, ripostou:
 - Agradeço-te, irmão, o cumprimento da promessa... mas agora é tarde. Já não poderei frequentar os estudos. Acabou-se o desejo. As minhas mãos não ajudam.
E mostrou-lhas, deformadas pelo trabalho duro e pela artrite de que sofria.


O célebre quadro que todos conhecemos "Mãos em Oração" são, assim, a pintura das mãos do irmão que Albrecht Durer imortalizou e nas quais, se as fixarmos atentamente, veremos os sinais da deformação de ele que sofria.

Por isso, quando voltarmos a vê-las, oremos por aquele irmão que sacrificou o seu desejo de ser artista, enterrando-o debaixo do solo onde numa outra "academia" - a do trabalho da mina - "pintou" no desmonte do filões os "quadros" que permitiram a Albrecht Durer fazer as pinturas que todo o Mundo admira, ainda hoje, passados que estão alguns séculos.


sexta-feira, 22 de agosto de 2014

Deixar a outro a tarefa que nos cumpre fazer...




Era uma vez... (1)
É assim que começam todas as histórias, como esta em que entram quatro personagens designadas pelos seguintes nomes:

TODO O MUNDO
ALGUÉM
QUALQUER UM
NINGUÉM

Num certo dia, na oficina, era urgente fazer um trabalho inadiável. 
Perante a tarefa eis como procederam as personagens desta história. 

TODO O MUNDO convenceu-se que ALGUÉM iria fazer o trabalho e esqueceu a tarefa. QUALQUER UM viu a madracice do outro e embora o pudesse ter feito deitou-se a dormir, concluindo todos, por fim, que NINGUÉM vendo o descarte de todos os outros, nada fez.

E passou-se à discussão.

ALGUÉM, extremamente zangado, defendeu-se, dizendo, que a tarefa era para TODO O MUNDO, enquanto este, chamando a si uma razão que não tinha, disse "alto e bom som" que ela pertencia a QUALQUER UM, e irou-se contra ALGUÉM, quando, afinal, NINGUÉM teve o cuidado de fazer o que QUALQUER UM podia - e devia - ter feito.

A história é exemplar.
Reflecte à saciedade o que acontece quando deixamos ao próximo que ele faça o que nos cumpria fazer, donde resulta que não se faz o que devia ser feito...
Que nos sirva a lição!

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(1) - Interpretação livre da história que voz amiga me contou.

segunda-feira, 23 de setembro de 2013

Quando os rios falavam com Deus

 
No princípio dos tempos, quando Deus criou o mundo é do seguinte teor o relato do Génesis, no segundo dia:
E disse Deus: haja um firmamento no meio das águas, e haja separação entre águas e águas. Fez, pois, Deus o firmamento, e separou as águas que estavam debaixo do firmamento das que estavam por cima do firmamento. E assim foi. Chamou Deus ao firmamento, céu. E foi a tarde e a manhã, o dia segundo.
Foi deste modo que foi criado o firmamento – chamado de céu – e ao dar-se a separação entre águas e águas, apareceram os primeiros riachos que nas confluências entre eles deram origem aos primeiros rios.
Era uma vez...
Aconteceu, quando um desses riachos ao ver-se criado e a correr cheio de vaidade da sua água límpida que traçava entre os montes, uma serpente borbulhante que parecia cantar ao galgar os penedos do leito que ia abrindo com a força da sua água que cada vez engrossava mais, se deu conta que ia entroncar-se com um outro, cujas águas há muito tempo represadas haviam dado origem a um pântano infecto.
Foi então – era no tempo em que os riachos tinham a faculdade de falar com  Deus Criador, que encetara, então, a Criação do Mundo – que este, cheio de temor de misturar as suas águas claras com as do pântano, chamou Deus e, veementemente, apresentou o seu protesto:
- Senhor, vê bem o castigo que me reservaste. Eu que sou um riacho puro, que tenho escolhido os melhores caminhos para continuar a correr límpido, achas bem que vá misturar as águas que me deste e o modo como eu as tenho tratado, com as águas daquele pântano tão mal cheiroso?
Deus ouviu serenamente as razões apontadas.
Tomou nota delas e respondeu, de pronto:
 - Olha bem. Tens dois caminhos a seguir. Ou entras brando e vencido dentro do pântano e ficas conspurcado, ou, pelo contrário entras decidido, forte e determinado e ao entrar nele com a tua força e determinação, fazes que ele seja arrastado pela tua corrente e do pântano que é, venha a suceder, nunca mais uma água parada e mal cheirosa – como dizes – mas, com a tua acção um riacho mais forte e limpo pelo poder das tuas águas...
Teimoso, o riacho vaidoso, ainda retrucou:
- E a minha água, como vai ficar?
Carinhosamente, O Criador – que sonhava conciliar todos os atritos que iam surgindo, por forma a que a Sua Obra ficasse perfeita, como veio a acontecer – sossegou-o:
- Vê bem. O pântano é pequeno e a tua corrente é já muito forte. Se entrares nele como te disse, as tuas águas têm o poder de tornar claras e límpidas as águas paradas e verás, como depois, continuarás mais forte.
O riacho tomou nota das palavras de Deus que lhe pareceram um sábio conselho.
Foi então que, tendo ganho mais força, mercê de um pequeno despenhadeiro que havia antes de chegar ao pântano, se lançou destemidamente sobre ele e, de tal modo o fez que as águas deste ao sofrer tão violento impacto galgaram as margens apertadas que o haviam represado e confundido com as águas puras que haviam chegado, lavou-se de todos os lodos do leito e dos que andavam soltos, tendo gratificantemente agradecido a sorte que lhe havia chegado, pois já não seria – nunca mais! - um pântano mal cheiroso, mas um riacho cheio de vida e de força que não tardou – com as águas dos outros  – a formar um grande rio e, depois, um dos mares, que foi como está escrito, a Obra de Deus, no terceiro dia.
Esta história transportada para a vida dos homens, traz consigo o seguinte ensinamento:
Se o homem se atemoriza perante uma dificuldade que lhe possa aparecer no caminho – e isto acontece, mais ou menos, com todos – é, logo à partida alguém que se deixa vencer a ele mesmo.
Se, pelo contrário, ganha forças e se agiganta perante um empecilho qualquer, ganha a partida e de timorato passa a ser um herói.
É preciso, por isso, entrar com determinação em todos os projectos da vida e não passar a viver nela um sofrimento constante, que não só lhe tira a vontade de lutar, como faz do mais valente o maior dos cobardes.
É a vontade que faz o homem grande ou pequeno, disse Friedrich Schiller, ([1]) o grande poeta e dramaturgo alemão, num claro aviso que ao homem – seja ele qual seja – no transcurso da vida terrena ou aceita o desafio de ser ousado e arrosta com as dificuldades do percurso – tal como fez o riacho da história, a conselho de Deus – ou, fica parado no tempo, desprezando o sabedoria que nos diz que há sempre um motivo que pode fazer de qualquer homem um vencedor se este porfiar, pois há-de ser sempre a vontade que faz o homem grande ou pequeno, e sobre isto que não haja qualquer dúvida.
A lição do riacho, que por fim se fez rio demonstra isto mesmo.
De pequeno que era tornou-se grande.
Que ela nos sirva em todos os aspectos da vida e em todos os lugares.


(1)  - Johann Christoph Friedrich von Schiller, nasceu em Marbach am die Neckar em 10 de novembro de 1759.
 Foi um notável  poeta, dramaturgo e filósofo alemão, interessado sobretudo na Estética. Deixou poesias e peças teatrais que marcaram a literatura e a filosofia alemãs. Filho de um militar,  mudou-se várias vezes com a família, mas os períodos passados em Lorch e Ludwigsburg, permitiram que Schiller recebesse educação regular. Em 1773 o duque Karl Eugen de Wurttemberg, exigiu que o jovem fosse matriculado na escola militar do ducado.
A brutalidade do regime militar a que fora sujeito fizeram crescer sua revolta contra a tirania dos governos, revolta que deixou extravasar em sua primeira obra, a peça Die Räuber ("Os assaltantes"), que escreveu de 1777 a 1778 enquanto estudante.
Desertor do exército, passou por Mannheim, tendo procurado refúgio em Bauerbach, em casa de um ex-colega da universidade. É lá que completa o drama Luise Millerin e escreveu outras peças, todas elas, - inclusive a primeira Die Röuber -, levadas ao palco no Teatro Nacional de Mannheim a partir de 1781.
Em abril de 1785 deixou Mannheim, tendo alcançado Leipzig, Dresden e Loschwitz em atenção de um convite de  amigos que havia feito por correspondência. Neste último local completou o seu Don Carlos, Infant von Spanien, em que revela o conflito entre o Rei Filipe II da Espanha e seu filho do primeiro casamento, Dom Carlos, que ama sua madrasta, a segunda mulher de seu pai.
Faleceu em Weimar em Maio de 1805.
 
 

O boato e os 3 cadinhos do fundidor

 
O cadinho, como é sabido, é um vaso metálico que os fundidores usam para depurar os metais, livrando-os das escórias nocivas que alteram a verdade das ligas que se pretendem obter, dando-lhes  autenticidade e, logo, o respectivo valor comercial.
O que há de similitude entre o boato e o vaso do fundidor? – perguntar-se-á.
Muita coisa. Vejamos porquê.
Num certo dia Zeferino – tido como alguém para quem o boato tinha foros de certeza e, como tal, o contava ao primeiro amigo que se dispusesse a ouvi-lo – encontrou o Jorge e de uma arremetida, sussurrou-lhe ao ouvido:
- Então, já sabes... tu nem imaginas o que me disseram...
Foi aqui, que o Jorge, conhecedor dos caprichos do outro, o atalhou de imediato:
- Espera aí. Isso que me vais contar já o passaste pelos três cadinhos da verdade?
Zeferino coçou a cabeça e respondeu, perguntando:
- O que é isso dos três cadinhos?... A modos que não te estou a entender.
É muito simples, riposta-lhe o Jorge:
- O primeiro é o da verdade. Tens a absoluta certeza que o facto que me queres contar é irrefutavelmente, uma verdade?
- Não. Eu queria contar-te, simplesmente, o que me disseram...
- Então, espera aí. Não tendo tu a certeza, a tua história arrisca-se a não ser verdadeira... mas há mais: será que a fizeste passar pelo segundo cadinho, o da caridade?
- Que é isso? Continuo sem entender...
- Não me entendes e, no entanto, tudo continua a ser simples. O cadinho da caridade, é precisamente aquele onde nos devemos colocar, pensando se aquilo que dizem de nós, havia de fazer algum proveito a nós mesmos. Será que gostarias que dissessem de ti coisas que te magoavam?
- É evidente, que não – responde, confundido, o Zeferino.
- Então, diz-lhe o outro, na tua história estando faltando a caridade, logo ela não passou pelo segundo cadinho.
Foi o momento em que o Jorge desferiu a pergunta final:
- Mas falta ainda à tua história um detalhe importante. É a sua passagem pelo cadinho da necessidade. Será que é mesmo necessário que a contes, ou pelo contrário, ela deve merecer um pouco mais de atenção?
Neste ponto, o Zeferino, sem parar de coçar a cabeça e admirado com a sabedoria do Jorge, num repente de lucidez, acrescentou:
- Tens razão, amigo. Já entendi como é preciso que qualquer conto, antes de ser tido como verdadeiro tem de passar pelos três cadinhos: o da verdade, o da caridade e o da necessidade. Como eu descurei tudo isso, vejo que de facto, nada tenho para te contar.
O mundo seria, efectivamente, mais aprazível e concertado se os homens antes de lançarem o boato, que tantas vezes esmaga sem remédio uma vida, manchando-a para sempre, aprendessem a bela lição do Jorge.

A lição das três maçãs

 
O Zé Fazendeiro era conhecido na zona que antigamente havia sido povoada pelos monges da Ordem de Cister como o rei das maçãs, fruta que segundo a sua opinião abalizada eram a rainha da fruta, especialmente as produzidas no seu pomar, ao qual dedicava o zelo de um relojoeiro, desde a escolha da melhor terra, dos adubos, dos tratamentos na época certa e tudo isto acompanhado da limpeza e poda das árvores, fazendo do minguante da Lua de Fevereiro para este efeito a mola real do sucesso do seu célebre pomar de macieiras, que levava a palma nas redondezas a todos os demais.
Acrescia a tudo isto, uma certa dose de conhecimento da vida, que ele aprendera do estudo do meio e da sua natural propensão para falar de assuntos de uma ciência vivencial que passava ao largo da maioria dos seus conterrâneos.
Um facto que lhe valia, na opinião de alguns, o apodo de excêntrico, mas noutros, mais compreensivos da sua índole propensa a opiniões eruditas, o título de um pensador que merecia ser ouvido.
Estes últimos tinham toda a razão.
Dir-se-ia que na alma do Zé Fazendeiro morava um filósofo sem qualquer engajamento académico, mas cujos ensinamentos, não raro, deixavam boquiabertos os seus amigos e, mesmo, pessoas de cultura académica que o ouviam.
Não fazia alarde disso, mas nunca perdia o ensejo de dar uma lição aprendida na escola das suas cogitações mais íntimas. Sem o saber, tinha o senso de Platão que disse, que a Filosofia é a música que a alma faz na procura da verdade.
Foi neste contexto, que num certo dia, tendo escolhido para base da sua oratória três maças colhidas no seu pomar, no intuito de com elas falar sobre a verdade dos acontecimentos que envolvem o homem ao longo do percurso da vida, se dispôs a perorar no jeito que era de todos bem conhecido.
No meio de uma roda de amigos e de alguns dos seus mais fiéis jornaleiros, em pleno pomar, mas abrigados de um sol inclemente, o Zé Fazendeiro tomou as maçãs e começou a falar, sorrindo.
- Porque estás tão bem disposto? – perguntou-lhe, de rompante, o Toino do Poço.
- Sabes porquê? – Eu digo-te. Encontrei nestas três maçãs uma lição de vida muito grande. Tão grande, que merece ser meditada... por ti e por todos nós.
Entreolharam-se todos os circunstantes e muito embora conhecessem o orador e as suas excentricidades – como alguns diziam – todos ficaram presos do que viria a seguir.
Foi então que ele, tendo colocado na palma da mão uma das maçãs, disse o seguinte:
- Esta maçã, embora com bom aspecto, está podre.
E apertando-a entre os dedos mostrou  que assim era.
- Simboliza sabeis o quê?
Ninguém arriscou uma palavra.
Ele, ciente do que queria transmitir, ajuntou:
- Simboliza a vida que já passou e que por descuido, incompetência ou indolência não foi vivida pelo homem no momento exacto. E, como esta maçã, há homens, reluzentes por fora mas podres por dentro.
Todos acenaram “que sim” com a cabeça e ficaram a meditar naquelas palavras.
Tomou, depois outra das maçãs.
- Esta – disse - é uma maçã verde. Faço-vos a mesma pergunta. Sabeis o que ela nos quer dizer?
Ninguém se manifestou, como antes já acontecera.
- Meus amigos, esta maçã, significa o contrário da primeira. Simboliza a vida que ainda não aconteceu, mas espera pelo homem para que a viva no momento certo, fazendo dela uma fruta apetecida e sumarenta...
O Zé Fazendeiro, efectivamente, sabia cada coisa!
Então, isto não é verdade? – perguntaram todos. Não será verdade que uma maçã verde é como a vida do homem, no princípio da vida?
Que, sim senhor!
Era uma verdade da altura do penedo das Gralhas, onde só os pássaros chegavam.
Voltou de novo o filósofo popular com a terceira maçã.
 - Esta está madura. Simboliza o dia de hoje, ou seja, este momento em que estamos aqui reunidos no meu pomar. Há que viver sofregamente o momento que passa.
A vida cria homens maduros para o bem e para o mal.
Graças a Deus que todos somos pessoas de bem.
Homens maduros, calejados pela vida e pelo trabalho. Somos, assim, como as maçãs maduras, que todos procuram.
E rematou:
- Na vida, acreditai, só se procura aquilo que presta.
E, parece, que as excentricidades do Zé Fazendeiro, mais uma vez, deram lugar a uma meditação profunda, de tal modo fora eloquente ao servir-se dos exemplos dados pelas rês maçãs do seu pomar.
 

A pedra do rei



Em terras situadas na antiga Bitínia (1) conta-se, vivia um rei (2) que governava o seu povo com a sabedoria que bebera na vizinha cultura grega sabendo-se que na velha Grécia dos Poetas e dos Filósofos, sempre se soube distinguir o saber – que era é só conhecimento – da sabedoria – que era – e é -  o supremo estádio do conhecimento assente simultaneamente nos pilares fundamentais da teoria e da prática.

O rei da Bitínia sonhava alcançar para os seus súbditos a sabedoria da Grécia, o grande pólo da cultura do seu tempo. Com este fundamento usava os mais variados ardis para os chamar à prática das boas obras, pondo em prática coisas que à primeira vista pareciam despropositadas e, até, para os mais calaceiros, profundamente tontas.

Dizia ele que nenhuma Nação podia prosperar se cada um ficar à espera que o outro resolva os seus próprios problemas, pois estes terão de ter resposta, precisamente, por aquele ou aqueles que os encontram, não estando à espera, por comodismo ou por inacção, de ajudas alheias.

Mais que saber, aquele rei queria que cada um dos homens do seu povo honrasse a sabedoria, usando não só o conhecimento, mas pondo ao pé dele a prática da execução das coisas, sem o que todos podiam ser sábios mas serem aprendizes quanto à maneira de agir, na prática, para poderem vencer as dificuldades da vida.

Numa dada altura, pela calada da noite, colocou na estrada que ficava defronte do seu palácio uma enorme pedra.

Estranha coisa aquela.

Quando rompeu a manhã os súbditos que tinham o hábito de passar por ali todos os dias tiveram para aquele objecto estranho àquele lugar, especialmente, por ficar à frente da moradia real os comportamentos mais diversos.

O primeiro a passar por ali foi um vendedor de legumes, que se fazia transportar que fora a uma das quintas da periferia mercandar vegetais para vender no mercado do povo-

Ao ver o empecilho deu ordem ao animal para o tornear e passar adiante, deixando no ar uma mão cheia de impropérios atirados contra aquele que ali depositara tal obstáculo, sem esquecer os serviços oficiais da serviços do rei que vendo a anomalia não a tinham retirado, desimpedindo o caminho.

Seguiu-se um dos próprios soldados da guarda do rei que ia entrar de serviço.

Descuidado, talvez pela hora matinal, tropeçou na pedra, tendo caído e manchado de pó a farda reluzente que num ímpeto mal humorado sacudiu apressadamente, tendo prosseguido a marcha até ao seu destino.

Durante o dia várias foram as cenas em que se repetiram gestos análogos a estes até que pelo cair da tarde o moleiro trazendo pela arreata o burrico carregado de sacos de farinha chegou àquele lugar e, porque, era um homem cuidadoso após uns momentos de reflexão,  entendeu que a noite que não tardava podia ser causa de  algum acidente num transeunte mais descuidado que por ali passasse.

Então, esforçadamente, rolou a grande pedra para uma das margens do caminho, tendo encontrado, escondido debaixo da massa pétrea, no momento em que acabou a tarefa, um cofre que denotava conter algo de grande peso. Abriu-o para satisfazer a natural curiosidade que o assaltou,  tendo descoberto que estava repleto de moedas de ouro.

Louco de alegria montou o burrico e correu para casa.

Sabedores do que acontecera, quer o vendedor de legumes, quer o soldado, quer todos os outros que viram a pedra no caminho e não tiveram a civilidade do moleiro – de fazer algo em prol da colectividade – fim último da sabedoria que o rei queria incutir no seu povo, vieram todos ao local onde esteve a pedra, e nele cavaram bem fundo o chão, pensando que ali encontrariam mais moedas de ouro.

Estavam longe de pensar que aquele acontecimento inaudito fora uma artimanha do rei, que da janela do seu palácio de tudo tomava conta, o que lhe permitiu, num certo dia, chamar todos os que passaram o obstáculo sem o terem demovido, tendo-lhes na ocasião falado da solidariedade social que se impunha como uma norma social e dever de todos, pois decerto, todos eram homens de algum saber mas de pouca sabedoria e, sobretudo, pouco dados ao trabalho de ajuda cominitária.

No século XIX, um estudioso cheio da sabedoria que agradava àquele antigo rei, disse, o seguinte: A sabedoria consiste em compreender que o tempo dedicado ao trabalho nunca é perdido.  (3)

Efectivamente, é assim.

Foi deste modo, o que aconteceu com o esforçado moleiro que após um dia inteiro de trabalho no seu moinho, às voltas com os pesados sacos do milho e do trigo, ainda assim encontrou forças e ânimo social para ser útil ao seu semelhante, tendo por via disso ganho um prémio de todo merecido.
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(1) Antigo reino da Ásia Menor.
(2) - Diz-se que se trata de Prusias (192-148 a.C.).  Foi o  rei mais importante da Bitínia, no palácio do qual  se envenenou Aníbal para fugir à má sorte de ser entregue aos romanos após a sua derrota em Zama.(202 a.C.)
(3) - Emerson, Waldo Ralph (1803-1882) foi um famoso escritor, filósofo e poeta, natural dos Estados Unidos. Estudou  em Harvard para se tornar ministro religioso. Foi pastor em Boston. Em 1833 viaja pela Europa e encontra Carlyle, com quem  criou uma profunda amizade. De volta aos Estados Unidos, começou a desenvolver sua filosofia "transcendentalista", exposta em obras como Natureza, Ensaios e Sociedade e Solidão. O transcendentalismo é, para Emerson, um esforço de introspecção metódica para se chegar além do "eu" superficial ao "eu" profundo, o espírito universal comum a toda espécie humana. Fundou um clube “transcendentalista” que contou entre muitos outros, pensadores como Thoreau e Margareth Füller, e cujo órgão oficial era a revista “The Dial”, que veio a exercer uma  grande influência sobre a vida intelectual americana do século XIX.