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terça-feira, 31 de outubro de 2017

Eu tive uma certa esperança...




Faz hoje 500 anos que Martinho Lutero fixou à porta da Catedral de Vitemberga as suas 95 teses criticando a actuação do Papa e do alto clero, lançando - sem talvez o ter desejado - as bases de uma nova religião cristã: o Protestantismo.

Eu tive uma certa esperança alicerçada no Papa Bento XVI, que enquanto foi o Professor Joseph Ratzinger, muitas vezes discutiu o sentido das teses do seu compatriota com os seus alunos, deixando em aberto que só lhe faltava saber é se o monge alemão dividiu de propósito a cristandade, criando uma fractura, ou se, pretendeu reformar sem trauma a história milenar da Igreja, parecendo que desejava abrir a porta para a reabilitação de Lutero.

Eu tive uma certa esperança que foi mais consistente e mais perto de nós com o Papa Francisco na sua deslocação à Suécia em 31 de Outubro e 1 de Novembro de 2016, onde se deslocou para participar no lançamento dos 500 anos, parecendo com esta sua atitude que era altura de quebrar o gelo entre católicos e protestantes, tendo a seu lado o Presidente da Federação Luterana Mundial, Munib Younan, presidindo ambos às comemorações e para assinalar os 50 anos do diálogo entre católicos e luteranos, começado logo após o encerramento do Concílio Vaticano II, tendo o Papa Francisco como lema: "Do Conflito a Comunhão.

Toda a minha esperança foi baldada.

Assumindo-me como cristão católico que segue a doutrina de Roma, contento-me, porém, com as palavras de D. Manuel Clemente, o Patriarca de Lisboa, que hoje, ao lembrar esta data, disse de acordo com uma notícia da Agência Lusa, que Martinho Lutero é uma grande fonte de inspiração, e que haveria que o valorizar no ambiente geral da Reforma do século XVI,  vincando que o monge alemão pretendeu o regresso às fontes bíblicas, o contacto directo com os Evangelhos" tendo acrescentado que ele foi um reformador que procurava voltar às fontes bíblicas directamente.

Pessoalmente, gostava de Deus não me chamar sem assistir à reabilitação de Lutero, porque na minha insignificância laical apreciei as palavras dos dos Papas aqui referidos e do Patriarca de Lisboa, porque umas e outras se quadram com o meu pensamento de um católico que tem para si como um dado certo, o aproveitamento histórico da sociedade civil e laical do tempo em que Lutero viveu para se apropriar das suas teses.

É evidente que ele se rebelou contra o Papa, mas é evidente, porque a roda do tempo não deixa de girar e muda as coisas, que vai sendo tempo de enterrar o "machado de guerra" e fazer as pazes com modos cristãos, sendo todos filhos e crentes no Deus Uno e Trino e cujo Mandamento do Amor se devia impor sobre tudo e todos.

Será, que Deus me dá tempo para assistir a isto?

"Nas meninas dos meus olhos" - Um poema de amor de Alberto de Oliveira



NAS MENINAS DOS MEUS OLHOS
(Cantiga) 1893

Nas meninas dos meus olhos,
Para onde quer que elas vão,
Que imagem vês refletida?
Mar? Céu? Arvoredos? – Não!

Errantes por longes terras,
Perdidas na multidão,
As meninas dos meus olhos
São como cegas, não são?

Nas meninas dos meus olhos,
Para onde quer que elas vão,
Só anda a tua figura,
Dona do meu coração!

Anda o teu santo retrato,
Tua adorada expressão,
Nas meninas dos meus olhos,
E toda a vida andarão...


Sempre que leio a poesia de Alberto de Oliveira, encontro nela todos os sentimentos da cultura brasileira do seu tempo, fundada no Parnasianismo da escola da sua Pátria que teve nele o positivismo da objectividade como ele abordou a poesia que deixou para a posteridade profusamente plasmada na sua imensa obra, na qual a valorização da estética literária agia em busca da perfeição que teve nele um cultor admirável

É tudo isto que se encontra "NAS MENINAS DOS MEUS OLHOS" em  que, na sua aparente "cegueira" ele  vê, distinta e bela a dona do seu coração e, de tal modo, que é assim que a quer ver por toda a vida, sem qualquer subjectivismo, mas numa atitude positiva, por oposição ao Romantismo que ele ainda conheceu na idade adulta, no último quartel do século XIX.

Ler Alberto de Oliveira é ir a um tempo em que, no Brasil, a arte poética encontrou a expressão lúdica em que a vida se firmava, serena e profunda nas raízes do amor que ia pela vida fora, como se fora um rio com princípio e fim, sendo este o encontro final com o Mar da Eternidade.

É por isso que o Poeta disse:

Anda o teu santo retrato,
Tua adorada expressão,
Nas meninas dos meus olhos,
                                                  E toda a vida andarão...

domingo, 29 de outubro de 2017

Portugal é um País "sui generis"!


in, www.sapo.pt de 29 de Outubro de 2017
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Jerónimo de Sousa disse: "PCP critica Madrid e diz que solução passa por vontade do povo catalão", o que não admira vindo as palavras de onde vêem porque este senhor que vem duma escola, cujo chefe - que Deus lá tem - afirmou à jornalista italiana Oriana Fallaci em 27 de Junho de 1975 que em Portugal nunca haveria Parlamento.

Para lembrar, eis, um pequeno extracto:
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- “Nós, os comunistas, não aceitamos o jogo das eleições (...) Se pensa que o Partido Socialista com os seus 40 por cento de votos, o PPD, com os seus 27 por cento, constituem a maioria, comete um erro. Eles não têm a maioria”.
- “Estou a dizer que as eleições não têm nada, ou muito pouco, a ver com a dinâmica revolucionária (...) Se pensa que a Assembleia Constituinte vai transformar-se num Parlamento comete um erro ridículo. Não! A Constituinte não será, de certeza, um órgão legislativo. Isso prometo eu. Será uma Assembleia Constituinte, e já basta (...). Asseguro-lhe que em Portugal não haverá Parlamento (...)”

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Esta é a razão, porque - e valha a verdade - os comunista são fiéis ao seu ideário - Jerónimo de Sousa critica Madrid porque, para ele, a Catalunha não tem o dever de obedecer à Constituição espanhola.

Daí, o "semão" que ele, em obediência à "cartilha" lhe fez soltar a língua, sem se lembrar que Espanha é um País uno e assim constitucionalmente firmado na lei fundamental do País, pelo que, é um despropósito, despudor e atrevimento ter  dito o que disse, depois do chefe do governo que ele suporta no Parlamento português e o Chefe do Estado se terem pronunciado a favor do Estado espanhol a que cumpre zelar pelo cumprimento constitucional, a que se associou o Partido Socialista Operário Espanhol (PSOE).

Portugal é, evidentemente, um País "sui generis" que permite que homens destes e com ideários destes apoiem um governo nacional, só porque António Costa que quis a toda a força ser primeiro-ministro se valeu dos votos do Partido Comunista para não deixar governar Passos Coelho.

Portugal é, evidentemente, um País "sui generis"

Governa quem perdeu as eleições e, agora, farto de ser trucidado por um "truque" anómalo, feito nas alfurjas do mais descabelado propósito, desiste de aturar um Parlamento onde se assentam parlamentares que dizem o contrário do governo que suportam!

Portugal é, evidentemente, um País "sui generis"!

Poder: a quando obrigas!

Jornal humorístico "A Bomba" de 18 de Maio de 1912
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Esta velha caricatura a que acedi fez que tenha feito uma incursão retroactiva no tempo para me levar a pensar que a conquista do Poder utilizando como desiderato o serviço  à Pátria como um fim último - o que nem sempre corresponde num pleno desejável, dada as vaidades humanas - levou a que tenha tido sob  os meus olhos algumas figuras de políticos de 1912 facilmente reconhecíveis, na tentativa de tomarem para si o facho luminoso que a Figura da Rerpública segura entre mãos.

No tempo então vivido adivinhava-se a demissão do governo presidido por Augusto de Vasconcelos, evento que veio a acontecer em 4 de Junho de 1912, tendo-lhe sucedido um novo governo em 16 de Junho, tendo à frente o Professor Duarte Leite, que veio a cair no dia 9 de Janeiro de 1913.

Este foi o fadário da I República: os governos caiam "hoje" para haver outro "amanhã"!

A caricatura do jornal portuense "A Bomba" que apareceu, com cariz apartidário para criticar o que merecia o seu desagrado, nos 10 números que publicou deixou bem marcada a sua desilusão pelo regime republicano implantado em Portugal, de que é exemplar esta caricatura pelo afã que demonstram as figuras da época em quererem a todo o custo abraçar a Figura da República.

Três notas, apenas:
  • Naquele tempo - ainda que não tivesse sido salutar o pouco tempo entre a queda de um governo e a erecção de outro - penso, olhando o que se passa, hoje,  o tempo de então era, politicamente, mais expedito, logo, menos complicado.
  • Quanto ao afã de, por vezes, terem sido usados meios menos correctos para alcançar as boas graças da Figura da República, no tempo actual acontece o mesmo com o governo que temos, que para a abraçar cometeu o dislate - por ter os braços curtos - de chamar outros braços que o ajudassem a alcançar um Poder que a Figura da República lhe recusou dar nas urnas.
  • E assim, tenho de concluir:
    Poder: a quanto obrigas!

    sexta-feira, 27 de outubro de 2017

    "Poema do Silêncio" de José Régio


    Poema do Silêncio

    Sim, foi por mim que gritei.
    Declamei,
    Atirei frases em volta.
    Cego de angústia e de revolta.

    Foi em meu nome que fiz,
    A carvão, a sangue, a giz,
    Sátiras e epigramas nas paredes
    Que não vi serem necessárias e vós vedes.

    Foi quando compreendi
    Que nada me dariam do infinito que pedi,
    - Que ergui mais alto o meu grito
    E pedi mais infinito!

    Eu, o meu eu rico de baixas e grandezas,
    Eis a razão das épitrági-cómicas empresas
    Que, sem rumo,
    Levantei com sarcasmo, sonho, fumo...

    O que buscava
    Era, como qualquer, ter o que desejava.
    Febres de Mais. ânsias de Altura e Abismo,
    Tinham raízes banalíssimas de egoísmo.

    Que só por me ser vedado
    Sair deste meu ser formal e condenado,
    Erigi contra os céus o meu imenso Engano
    De tentar o ultra-humano, eu que sou tão humano!

    Senhor meu Deus em que não creio!
    Nu a teus pés, abro o meu seio
    Procurei fugir de mim,
    Mas sei que sou meu exclusivo fim.

    Sofro, assim, pelo que sou,
    Sofro por este chão que aos pés se me pegou,
    Sofro por não poder fugir.
    Sofro por ter prazer em me acusar e me exibir!

    Senhor meu Deus em que não creio, porque és minha criação!
    (Deus, para mim, sou eu chegado à perfeição...)
    Senhor dá-me o poder de estar calado,
    Quieto, maniatado, iluminado.

    Se os gestos e as palavras que sonhei,
    Nunca os usei nem usarei,
    Se nada do que levo a efeito vale,
    Que eu me não mova! que eu não fale!

    Ah! também sei que, trabalhando só por mim,
    Era por um de nós. E assim,
    Neste meu vão assalto a nem sei que felicidade,
    Lutava um homem pela humanidade.

    Mas o meu sonho megalómano é maior
    Do que a própria imensa dor
    De compreender como é egoísta
    A minha máxima conquista...

    Senhor! que nunca mais meus versos ávidos e impuros
    Me rasguem! e meus lábios cerrarão como dois muros,
    E o meu Silêncio, como incenso, atingir-te-á,
    E sobre mim de novo descerá...

    Sim, descerá da tua mão compadecida,
    Meu Deus em que não creio! e porá fim à minha vida.
    E uma terra sem flor e uma pedra sem nome
    Saciarão a minha fome.

                                                        in, " As Encruzilhadas de Deus"

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    Neste "Poema do Silêncio" do celebrado Poeta de Vila do Conde - onde nasceu e se finou - mas que fez de Portalegre a sua cidade adoptiva, encontro, apesar da sua descrença manifestada em Deus, não sei por que inexplicável razão, sinto a Sua existência real em cada verso e um desejo de crença nesse Ser imaterial que foge à parte mais cognitiva do humano para se mostrar, de vez em quando nos momentos em que é procurado pelo lado divino que Ele imprimiu como um selo em cada um de nós.

    Penso, aliás, que há neste "Poema do Silêncio" um desejo inconfessado de José Régio do seu belo, profundo e, sobretudo, sincero desejo de não querer meter no silêncio do Mundo a ideia de um Deus fora da realidade dos homens, por ter sentido que aquilo que ele fez contra a ideia de Deus - terem sido coisas não necessárias, e vós vedes, como ele diz  a ponto de ter constatado isto e ter dito:

           Foi em meu nome que fiz
    A carvão, a sangue, a giz,
    Sátiras e epigramas nas paredes
    Que não vi serem necessárias e vós vedes.

    E é, por isso, que eu me interrogo porque motivo José Régio podendo, em vez de gravar coisas sobre Deus "A carvão, a sangue , a giz" - materiais fáceis de serem apagados tendo podido escrever com outros mais difíceis de extinguir, escreveu isto:

                                                 Foi quando compreendi
    Que nada me dariam do infinito que pedi,
    - Que ergui mais alto o meu grito
    E pedi mais infinito!

    Oh! Poeta!
    Como eu entendo o teu "Poema do Silêncio!
    Como eu creio que ele é, um grito de alma para teres dado a cada homem do teu tempo e aos vindouros um modo de ir até Ele nas asas do sonho de O alcançar e viver com Ele na sua imaterialidade "palpável", pois só desse modo é que eu entendo esta estrofe:

    Que só por me ser vedado
    Sair deste meu ser formal e condenado,
    Erigi contra os céus o meu imenso Engano
    De tentar o ultra-humano, eu que sou tão humano!

    Pois é, Poeta!
    O que falta ao homem é entender que dentro da sua carapaça humana vive latente, escondido, mas vivo o divino que  habita, ou seja o Deus que vive dentro dele, de tal modo, que ao invés do que José Régio desejou ao fechar o Poema, desejando que sobre a sua campa houvesse uma terra sem for  uma pedra sem nome, Deus pregou-lhe uma partida e para lhe saciar a fome que ele sentia de Deus, fez que houvessem flores que o lembrassem e que o seu nome de grande Poeta ficasse escrito em pedra, como memória da sua passagem por este Mundo.

    E assim, o "Poema do Silêncio" vai continuar a gritar bem ato o nome do Deus Eterno que ele guardou nas muitas imagens e iconografias que ele mesmo comprou e enchem a casa em que ele viveu na cidade alentejana de Portalegre.

    quinta-feira, 26 de outubro de 2017

    "Chocado ficou o País"


    Dizem as notícias recentes provindas do Partido Socialista que este ficou chocado com as declarações do Presidente da República feitas em  Oliveira do Hospital sobre as tragédias dos incêndios florestais que ceifaram no conjunto do Verão/Outono 109 vidas humanas, deixando uma crítica de que ele teria "exorbitado claramente os seus poderes".

    De visita aos Açores, o Presidente da República, afirmou:

    in, Jornal "Público" de 26 de Outubro de 2017
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    Marcelo Rebelo de Sousa foi claro na resposta que deu alicerçada naquilo que viu, sentiu e sofreu junto das populações enlutadas e martirizadas, tendo de pé posto calcorreado vilas e aldeias do Centro de Portugal:
    Não interessa quem ficou mais chocado, diz a notícia fazendo sobressair esta frase do Presidente - "Chocado ficou o País".

    Disto eu sei. Chocado estou eu que vi 15 habitações incendiadas na minha aldeia, não havendo numa mancha de muitos quilómetros quadrados nada de verde e, apenas, uma mancha cinzenta.

    Mas de toda esta polémica entre poderes, cito o seguinte que se encontra plasmado em cima do texto da Constituição da República Portuguesa;

    Artigo 134.º
    Competência para prática de actos próprios
     Compete ao Presidente da República, na prática de actos próprios:

    E cito a alínea "e" daquela artigo:

    e) Pronunciar-se sobre todas as emergências graves para a vida da República;
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    Mas,  então, não cabe ao Presidente da República pronunciar-se sobre uma emergência grave ocorrida nos passados dias 15 e 16 de Outubro, tendo por detrás, quatro meses antes, a tragédia de Pedrógão Grande, uma outra emergência grave?

    E não digo nem pergunto mais nada porque devo a mim mesmo o dever de manter, depois de tudo o que aconteceu - e de que sou uma vítima - todo o respeito, a começar por mim, desejando que os homens públicos de Portugal que neste momento detêm o poder executivo se lembrem das vidas humanas que morreram carbonizadas e dos sobrevivos que têm de refazer do quase nada - ou do nada - as suas vidas.

    quarta-feira, 25 de outubro de 2017

    Um recado com destinatário...


    in. "Observador" de 25 de Outubro de 2017
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    Portugal era um país com muito maior desigualdade social antes da crise e, entre os países “periféricos” do sul da Europa, foi aquele que, tendo sido obrigado a apertar o cinto, conseguiu fazê-lo protegendo, ao mesmo tempo, os elementos mais vulneráveis da sociedade. Estas são as conclusões de um estudo académico recente, feito por uma espanhola e um grego, que critica duramente a opção europeia pela austeridade na resposta à crise mas defende que, nesse contexto, Portugal surge como o caso em que foi possível mitigar mais os efeitos dessa opção.
    (…)

    O estudo, publicado na New Political Economy, constata que houve “grandes diferenças na magnitude e na conceção dos planos de austeridade” entre os vários países. Não tendo sido resgatada, Itália teve, em vários momentos, uma espécie de austeridade “faça você mesmo“, por pressão do Banco Central Europeu (BCE), mas não fez muita coisa: “impôs um ajustamento muito menor do que Espanha”. Em contraste, destacam os autores, “Portugal conseguiu causar menos desigualdade apesar de ter feito uma consolidação orçamental robusta“.

    Portugal é, também, uma exceção positiva quando os autores assinalam que, nos países em crise, “mesmo quando as medidas de austeridade foram concebidas para reduzir a desigualdade, os efeitos macroeconómicos de segunda ordem acabaram por aumentar a desigualdade (exceto em Portugal)”. Por outras palavras, isto significa que os governos procuraram atenuar o impacto direto das medidas sobre os cidadãos mais vulneráveis, mas a recessão económica acabou por levar, por exemplo, a perdas de postos de trabalho, pelo que o efeito global acabou por ser mais desigualdade — a exceção, aqui, portanto, foi Portugal, apontam os economistas.

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    Este é um recado com destinatário.

    E é assim, porque foi invocando o invés de tudo isto que os economistas do "New Political Economy" que tratam sobre o estudo da economia política, que António Costa "passou a perna a Passos Coelho" de colaboração com a esquerda radical do Parlamento para tomar para si um poder que não conquistou nas urnas, e com isso "salvar a face" e só com um propósito: derrubar Passos Coelho que chefiou um governo que livrou Portugal da pré-bancarrota em que o governo do Partido Socialista, de que ele fez parte, num dado tempo, fez que acontecesse.

    Hei-se morrer a dizer o mesmo, acrescentando que Portugal tem uma dívida de gratidão para com Passos Coelho e que assim foi expressa pelos eleitores que maioritariamente lhe deram o seu voto em 4 de Outubro de 2015, denotando que Portugal não estava, socialmente, tão desigual como aquela frente obscura, mas arrogante - com António Costa à frente a erguer a bandeira da tramóia - o pintou de cores negras, mas que só ele viu e os outros que se arregimentaram para o seguir e apoiar no intuito último de deitar abaixo o vencedor e em seu lugar colocarem o vencido.

    Foi um acto nunca visto e que, espero, jamais volte a acontecer para bem da Democracia!

    Mas, porque, ao pensar no que aconteceu não posso esquecer e a minha alma de cidadão se revolta, sinto porém, que devo a mim mesmo o respeito humano pelo homem, meu irmão na linha da minha Fé cristã, António Costa, mas sinto que politicamente, tenho o direito de manifestar o facto de não estar de acordo com a sua atitude -  e, por isso, refiro aqui um pedaço do que acima ficou transcrito por se coadunar com aquilo que pensava na eleições de  2015, na certeza que tinha que Passos Coelho ia "levar a carta a Garcia".

    Portugal é, também, uma exceção positiva quando os autores assinalam que, nos países em crise, “mesmo quando as medidas de austeridade foram concebidas para reduzir a desigualdade, os efeitos macroeconómicos de segunda ordem acabaram por aumentar a desigualdade (exceto em Portugal)”.

    domingo, 22 de outubro de 2017

    Uma lição do Presidente da República

    http://24 sapo,pt de 21 de Outubro de 2017
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    Tu, sim, minha querida conterrânea Maria da Conceição, é que na tua simplicidade genuína no momento em que chamaste ao Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa "PRESIDENTE DO AMOR" é que lhe deste um nome que ele mereceu e, naturalmente, tê-lo-á recebido com prazer, vindo de quem veio e a que acresceu o facto dele ter vindo de uma vítima que via a sua casa de Pescanseco Cimeiro meia destruída pelo incêndio do passado dia 15 de Outubro que fez em cinzas quase toda a mancha florestal do Concelho de Pampilhosa da Serra e fez ruir centenas de casas de habitação em toda a área concelhia.

    Tu, sim minha querida conterrânea, é que foste na tua humildade e na desgraça de veres ruída a tua casa, de uma sinceridade que fez comover o mais alto Magistrado da Nação, por ter entendido que ao ter recebido tão lindo nome acompanhado de uma garrafa de aguardente - que ele disse que iria guardar para o resto da vida - tu, sim, minha querida conterrânea, naquele gesto simples mas cheio de amor é que lhe deste o nome pelo qual a História o devia cognomiar.

    E crê, sinto-me honrado de ser teu conterrâneo, natural de uma aldeia vizinha que fica para lá da encosta do monte que separa a minha aldeia da tua - e que também ficou meia destruída pelo pavoroso incêndio - porque me deixaste a pensar naqueles que, interessada e calculadamente, lhe passaram a chamar "Presidente dos afectos", ao contrário de ti, minha querida Maria da Conceição, que lhe deste com o gesto e com a palavra serrana que não engana ninguém o nome que lhe assenta muito bem, por te ter visitado e todos os nossos conterrâneos por onde passou, desde a sede do nosso martirizado Concelho de Pampilhosa da Serra.

    Bem hajas, Maria da Conceição!

    sexta-feira, 20 de outubro de 2017

    O Evangelho do Dia - 20 de Outubro de 2017



    Lc 12, 1-7

    Enquanto isso, os homens se tinham reunido aos milhares em torno de Jesus, de modo que se atropelavam uns aos outros. Jesus começou a dizer a seus discípulos: Guardai-vos do fermento dos fariseus, que é a hipocrisia. Porque não há nada oculto que não venha a descobrir-se, e nada há escondido que não venha a ser conhecido. Pois o que dissestes às escuras será dito à luz; e o que falastes ao ouvido, nos quartos, será publicado de cima dos telhados. Digo-vos a vós, meus amigos: não tenhais medo daqueles que matam o corpo e depois disto nada mais podem fazer. Mostrar-vos-ei a quem deveis temer: temei àquele que, depois de matar, tem poder de lançar no inferno; sim, eu vo-lo digo: temei a este. Não se vendem cinco pardais por dois asses? E, entretanto, nem um só deles passa despercebido diante de Deus. .Até os cabelos da vossa cabeça estão todos contados. Não temais, pois. Mais valor tendes vós do que numerosos pardais.

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    Naquela tempo, as autoridades religiosas acantonadas na seita dos fariseus, mantinham sobre o seu próprio povo uma acção poderosa e opressora por fidelidade às autoridades romanas que subjugavam a ferro e fogo Nação,  agindo assim com medo de perderem os privilégios que lhe eram outorgados e de que resultava a opressão exercida sem dó nem piedade sobre os seus irmãos da mesma raça.

    Estes, humílimos e sofredores sofriam, assim, de duas maneiras: 
    • Às mãos dos soldados romanos que haviam tomado Israel.
    • Às ordens do poder religioso instituído.
    Donde se infere que a religião procedia ao contrário do que Deus queria, razão que nos leva a ponderar seriamente nas Palavras que Jesus disse: Guardai-vos do fermento dos fariseus e num outro ponto, para os alertar para esta verdade: não há nada oculto que não venha a descobrir-se e nada escondido que não venha a ser conhecido.

    Jesus falou deste modo a um povo acorrentado a duas forças, para que se não deixasse contaminar pela hipocrisia, pela sede de poder e pela conquista de privilégios pessoais, exortando-o a que se  não fizesse da religião que Ele queria implantar um meio de opressão, porque a fala às ocultas e até tudo o segredo dito de ouvido a ouvido, chegaria o dia em que tudo isso seria publicado de cima dos telhados.

    Tudo isto está actual.

    Basta olhar à nossa volta e ver o que se passa neste Mundo esquecido do que disse Jesus neste Evangelho e é ver, por aí, os que às escondidas fazem o jogo da vida, sem cuidarem que os segredos como agem, num certo dia, hão-de se ditos, altissonantes, de cima dos telhados, porque nada do que é oculto, assim ficará para sempre.

    Se eu fosse....

    Este é o Símbolo da 
    "Ditosa Pátria minha amada"!
    in, os Lusíadas-Canto III- estrofe 21


    Textos da Constituição 
    da República Portuguesa em vigor

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    Se eu fosse o Presidente da República Portuguesa, este governo que para se formar tomou de assalto o Poder e é, por isso, apenas, um governo parlamentar e não nacional - por se ter formado sem que Partido Socialista tenha ganho as eleições e só depois do sufrágio, aritmeticamente, ter "cozinhado" a maioria que o sustenta - já o tinha demitido, pelas seguintes razões:
    • Não cumprir  a alínea "d" do artigo 9º da Constituição da República Portuguesa, no que se refere à efectivação dos direitos ambientais...
    • Idem, alínea "e" que diz: "Proteger e valorizar o património cultural do povo português, defender a natureza e ambiente, preservar os recursos naturais e assegurar um correcto ordenamento do território".
    A que acresce, fundamentalmente, o cumprimento do nº 1 do artº 27º, onde se lê: 
    • "Todos têm direito à liberdade e segurança".
    Todos sabemos e constatamos, infelizmente, que todos os governos anteriores se pautaram pelo não cumprimento integral destas normas constitucionais, mas este governo ultrapassou o indesculpável pelas 64 mortes ocorridas em Junho no incêndio de Pedrógão Grande e, agora, nos passados dias 15 e 16 de Outubro pelas 41 mortes registadas e todo um rol imenso de feridos.

    Porque, como nenhum outro dos governos - embora com os seus desleixos nesta área da protecção e segurança das populações tenha em seu desfavor - esta calamidade social, este governo do Partido Socialista, minoritário, bem merecia ser dissolvido por não ter, quatro meses depois da tragédia de Pedrógão Grande, assegurado, com o calor de um Outubro anormal - e assim previsto - pelo IPMA, a continuação dos meios de combate a incêndios que foram substancialmente reduzidos a partir do dia 30 de Setembro.

    Eis, porque, se eu fosse Presidente da República este governo já não existia, atendendo a que, não fazia o que fez o Presidente Jorge Sampaio que demitiu um governo maioritário, neste momento usando os poderes que a Constituição lhe confere - do seu não cumprimento no que infere à defesa da natureza e segurança dos cidadãos tendo pelo seu lado, o facto de ser um governo minoritário e o modo como enviesado como ele se formou - sem mais delongas demitia o governo.

    Conheço o momento e ao invés de Jorge Sampaio que tudo lhe aconselhava a demitir o governo, porque o PS de então liderado por José Sócrates lhe ditava que tomasse tal atitude - que grande feito fez ele!!! - Marcelo Rebelo de Sousa confronta-se com uma situação desigual, dado o momento que vive o PSD,  o maior partido da oposição, vítima do jogo de sombras de António Costa e dos seus parceiros (BE e PCP) que lhe têm garantido o Poder - apesar disso, António Costa não devia continuar a governar, pela simples razão de o não merecer e não possuir a maioria de votos sufragados pelo povo. ao seu partido, no dia 4 de Outubro de 2015.

    Por isso, seu fosse Presidente da República demitia este governo - porque na minha opinião - não merece estar ao serviço da "Ditosa Pátria, minha amada".

    quarta-feira, 18 de outubro de 2017

    Afinal... houve furto de armas em Tancos!


    www.sapo.pt de 18 de Outubro de 2017
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    Diz a notícia que: PJ Militar recupera "praticamente todo" o material roubado em Tancos
    A gente lê e fica perplexo.
    Não muito atrás deste tempo conturbado que vivemos, quem foi que disse, que afinal podia "não ter havido furto nenhum" em Tancos?
    Foi, o Ministro da Defesa:

    http://www.sábado.pt de 10 de Setembro de 2017

    Eis, porque, se agora se confirmou a recuperação de quase todo o material roubado enterrado num matagal na zona da Chamusca, o Ministro Azeredo Lopes - muito embora a sua afirmação não denotassem uma certeza, mas uma dúvida -  deve ser imediatamente demitido, se o primeiro-ministro deste governo quer manter, ante o povo, alguma confiança política no executivo que lidera.

    terça-feira, 17 de outubro de 2017

    Bem haja, Senhor Presidente!


    in, sapo.pt de 17 de Outubro de 2017
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    Porque sou natural de uma aldeia do Concelho de Pampilhosa da Serra onde arderam 15 edificações ouvi, emocionado, o discurso do Senhor Presidente da República proferido no Conselho mártir e vizinho de Oliveira do Hospital.

    Eu, que em tempos me posicionei contra o "braço-dado" que O Senhor Presidente da Republica deu a este governo - por me ter parecido mais que institucional - neste momento, pelo que vi e ouvi, mudei de opinião e penso que chegou o momento de Portugal - através da Assembleia da República - fazer contas com este governo, dando o Senhor Presidente da República a entender, claramente, não se importar de o ver derrubado, ou pelo menos, que se abra um novo ciclo na governação, dada a insensibilidade que tem havido pelos mortos e a falta de humildade para. ao menos, o governo pedir as desculpas devidas aos familiares sobrevivos e à população em geral.

    Na vida dos povos há sempre um momento para "dar um murro na mesa" no sentido de arrepiar caminho por quem os representa e o Senhor Presidente porque sente o peso dos mortos na sua consciência e no seu mandato, por via disso, deu de uma forma firme "um murro na mesa" que se ouviu em Portugal inteiro.

    Bem haja, Senhor Presidente!

    Porque tenho a minha alma ferida!


    Porque entendo que António Costa devia ser demitido?

    Simplesmente, porque na sua alocução ao Pais do passado dia 16 de Outubro, não deixou perpassar no seu olhar, assim como nas suas palavras qualquer sentimento do Estado de que é primeiro-ministro - por obra e graça de um "deus" que eu desconhecia - e por ser chefe do governo, um dos responsáveis pela tragédia que quatro meses depois da de Pedrógão Grande se abateu sobre a orla costeira e todo centro e norte de Portugal.

    A não assunção de responsabilidades a que devia juntar-se um pedido de desculpas às famílias dos mortos pelas falhas humanas - de que não tendo culpa directa o não exime de as não ter indirectamente dado o falhanço político das estruturas operacionais que o seu governo tutela - deviam ser o suficiente para António Costa ter uma outra atitude de mais proximidade afectiva perante os portugueses.

    Porque a não teve e ao que parece, segura ostensivamente os responsáveis máximos do Ministério da Administração Interna (MAI), António Costa merece a censura que vem de um velho cidadão de Portugal que exige a sua demissão.

    Esta é a pergunta que deve ser feita!


    OS INCÊNDIOS DE PAMPILHOSA DA SERRA 
    de 15 de Outubro de 2017

    in, 24.sapo.pt de 17 de Outubro de 2017
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    No Domingo passado, dia 15 de Outubro o vasto território do Conselho de Pampilhosa da Serra com todos os seus meios (catorze viaturas e 57 operacionais) viu-se na emergência de combater um fogo imenso que abrangeu quase os 400 Km2 da sua superfície e as suas 60 localidades, entre as quais, a da minha aldeia natal, onde arderam ou ficaram danificadas 15 habitações do seu edificado.

    Valeu a chuva que caiu como uma bênção do céu, pois se assim não fora tinha ardido todo o Concelho.

    É inadmissível que o Estado tenha abrandado em 1 de Outubro as capacidades operacionais de combate aos incêndios florestais, quando tudo fazia prever,  conforme indicações do Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA) a continuação do tempo quente - como se fora a extensão fora de tempo do Verão - pelo que, o executivo do Estado que representa a defesa civil de todos os portugueses tem de merecer destes uma acérrima censura.

    E agora?

    Como o chefe do executivo do Estado entende que não deve demitir a responsável máxima do MAI - que entende que as comunidades devem ser "mais resilientes" e o seu secretario de Estado "mais pró-activos", resta, assim, mais uma vez, erguermos a cabeça e esquecer quem disse tais coisas, como se o interior do País - falo da minha Beira Baixa e, concretamente, do meu Concelho de Pampilhosa da Serra - desertificado e abandonado pelo Poder central há muitas dezenas de anos, desde os tempos do Estado Novo, não tenha feito outra coisa senão o de ser resiliente, superando com a sua força o esquecimento a que tem sido votado, tendo-lhe valido a força e o querer obstinado das suas gentes unidas em "Comissões de Melhoramentos" que tiveram - e ainda têm - o pendor de acordar o Poder central, que por mais incrível que pareça, tem sido em tempos da jovem Democracia que temos, mais "sonolento" e mais distante deste quinhão de Portugal.

    E é, por este tempo madrasto que recorro a Miguel Torga, que no seu livro: PORTUGAL , no capítulo - A BEIRA - num dado passo diz o seguinte quando enaltece os seus naturais que a par da prudência como vivem a suas vidas, costumam aliar "a um bairrismo descabelado"  as qualidades humanas que "tornam o beirão capaz de uma tal ubiquidade  humana, que ao mesmo tempo que moureja na América colabora activamente na construção do fontanário da sua terra. Há juntas de melhoramentos duma aldeola que têm o presidente e os sócios a milhares de quilómetros noutro continente". 

    Sei do que falo, porque embora, mais perto, num dado tempo exerci as funções de presidente da "Liga de Melhoramentos" da minha aldeia natal.

    Eis, porque, "reslientes" e "próactivos" que somos dispensamos que os membros deste governo que encabeçam o Ministério da Administração Interna" (MAI) nos venham pedir -  no nosso caso concreto - aquilo que somos e de que deram mostra no passado Domingo, dia 15 de Outubro, os Bombeiros de Pampilhosa da Serra que herdaram dos seus maiores - heróis da Serra - a força de serem "resilientes" e "pró-activos", no combate a um fogo contra o qual se sentiram desamparados e esquecidos pelo Poder central que não cuidou a tempo de os ajudar, tendo dado por finda a "fase Charlie" (1 de Julho a 30 de Setembro) para a substituir pela "fase Delta" (1 a 31 de Outubro), quando tudo indicava que a força da secretaria ia retirar - como retirou - meios de combate aos previsíveis incêndios tivessem eles a origem que tivessem.

    E é, por isso, que eu condeno este governo que tão mal governou este tempo invulgar - é certo - mas que de via ter merecido mais atenção.
    De que valeu cumprir o calendário e poupar dinheiro se foram ceifadas 37 vidas humanas a que se somam 71 feridos, numa tragédia que poderia ter sido mais acautelada?

    Esta é a pergunta que deve se feita!