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sexta-feira, 13 de outubro de 2017

"O Mapa-cor-se-rosa" inspirador do nosso Hino Nacional!


in, Revista "O António Maria" de 3 de Janeiro de 1884

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Grande sonho foi o destes ilustres portugueses de terem unido - De Angola à Contracosta - de acordo com o título da obra que nos legaram os territórios africanos de Angola a Moçambique, estudando dados hidrológicos, geológicos, etnografia, linguística, distâncias e tempos de marcha em territórios não conhecidos, subordinados a uma estratégia política de desenvolvimento colonial.

No tempo em que Brito Capelo e Roberto Ivens se aventuram na sua empresa estava em pleno a Conferência de Berlim que marcava a colaboração europeia na partição territorial de Àfrica que tinha como fim concretizar o que já havia sido debatido em Bruxelas, em 1876, com a divisão do Congo e que pretendia dar à Alemanha - que não tinha territórios africanos - um quinhão africano, o que aconteceu com a administração que lhe coube do Sudoeste africano, a actual Namíbia.

Foi na Conferência de Berlim que Portugal apresentou o célebre projecto do "Mapa Cor-de-rosa" com o fim de facilitar o comércio de mercadorias e o seu consequente transporte, empresa realizada entre 1884 e 1885 - concretizando uma primeira exploração - estabelecendo aquela ligação territorial, o que lhes valeu terem sido recebidos em triunfo pelo Rei D. Luís na sua chegada a Portugal.

Estavam longe de pensar os dois exploradores, apesar do acordo havido e a que a Grã-Bretanha se associou, que mais tarde e, com toda a surpresa, haveria de ser a fautora do Ultimato de 1890 a Portugal, exigindo a retirada das forças militares que naquele tempo operavam sob a ordem de Serpa Pinto.


De nada valeu que Portugal declarasse a razão que lhe assistia do território fazer parte do Mapa cor-de-rosa, tendo cedido em toda a linha, sendo tal concessão sido vista como uma humilhação ultrajante, a que os republicanos deitaram mão para acusar o Rei D. Carlos e, como sabemos, tendo culminando o ódio que lhe moveram com o seu cobarde assassinato.

Mas não foi em vão o esforço de Brito Capelo e Roberto Ivens, porque tendo este gesto da Grã-Bretanha sido considerado como uma acção escandalosa com o seu velho aliado, o Ultimato veio a inspirar a letra e a música do Hino Nacional - A PORTUGUESA - que é pela sua força, um motivo de grande orgulho nacional que leva muitos portugueses até às lágrimas quando o cantam ou o ouvem cantar.

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