Desconheço o autor.
Mas, de forma alguma, desconheço a sabedoria encerrada neste azulejo, que tem de sobejo, um modo sábio de falar da grandeza que existe no dar, muito mais que no receber, porque é no dar que se recebe, podendo afirmar-se que foi pensando deste modo que José Luís Nunes Martins (in Citador) escreveu: "É quando nos damos aos outros que nos recebemos a nós mesmos" um aforismo cheio daquela humanidade que existe na frase sábia deste azulejo.
O poeta e pensador libanês Khalil Gibran, a este propósito teceu, um dia, uma comparação da acção do homem que se julga valer muito mas dando pouco de si mesmo, confrontando-o com as árvores dos seus pomares, que valendo muito pela fruta que ostentam no tempo da colheita, lhes diz esta verdade: "os vossos pomares não pensam assim; dão para continuar a viver, Pois reter é perecer".
"Pois reter é perecer".
E é, neste ponto, que no discorrer da minha imaginação me vem , num repente, não um outro qualquer pensamento de pessoa ilustre, mas aquele rifão popular e muito português que diz assim: "Quem dá aos pobres empresta a Deus" e com essa atitude o homem não perece, quer seja aos olhos do Mundo, mas especialmente, aos "olhos de Deus", que o distinguirá, um dia, pelo valor daquilo que deu!
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