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domingo, 29 de outubro de 2017

Poder: a quando obrigas!

Jornal humorístico "A Bomba" de 18 de Maio de 1912
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Esta velha caricatura a que acedi fez que tenha feito uma incursão retroactiva no tempo para me levar a pensar que a conquista do Poder utilizando como desiderato o serviço  à Pátria como um fim último - o que nem sempre corresponde num pleno desejável, dada as vaidades humanas - levou a que tenha tido sob  os meus olhos algumas figuras de políticos de 1912 facilmente reconhecíveis, na tentativa de tomarem para si o facho luminoso que a Figura da Rerpública segura entre mãos.

No tempo então vivido adivinhava-se a demissão do governo presidido por Augusto de Vasconcelos, evento que veio a acontecer em 4 de Junho de 1912, tendo-lhe sucedido um novo governo em 16 de Junho, tendo à frente o Professor Duarte Leite, que veio a cair no dia 9 de Janeiro de 1913.

Este foi o fadário da I República: os governos caiam "hoje" para haver outro "amanhã"!

A caricatura do jornal portuense "A Bomba" que apareceu, com cariz apartidário para criticar o que merecia o seu desagrado, nos 10 números que publicou deixou bem marcada a sua desilusão pelo regime republicano implantado em Portugal, de que é exemplar esta caricatura pelo afã que demonstram as figuras da época em quererem a todo o custo abraçar a Figura da República.

Três notas, apenas:
  • Naquele tempo - ainda que não tivesse sido salutar o pouco tempo entre a queda de um governo e a erecção de outro - penso, olhando o que se passa, hoje,  o tempo de então era, politicamente, mais expedito, logo, menos complicado.
  • Quanto ao afã de, por vezes, terem sido usados meios menos correctos para alcançar as boas graças da Figura da República, no tempo actual acontece o mesmo com o governo que temos, que para a abraçar cometeu o dislate - por ter os braços curtos - de chamar outros braços que o ajudassem a alcançar um Poder que a Figura da República lhe recusou dar nas urnas.
  • E assim, tenho de concluir:
    Poder: a quanto obrigas!

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