in, Revista "Ilustração Portuguesa" nº 900 - 2ª série - 19 de Maio de 1923
Este poema "A Janela dos Teus Olhos" de Guilherme Felgueiras, um colaborador da "Ilustração Portuguesa" - que segundo penso não deixou nome na Literatura Portuguesa - é contudo, pela métrica, pelo estilo e pela formosa composição amorosa, um exemplo que prova que a Poesia vive na alma do povo, escondida tantas vezes, mas, como aconteceu com este autor viu a "luz do dia" pela sageza da Redacção desta famosa Revista de publicação semanal que teve no extinto jornal "O Século" desde a sua origem (1903) a 1924 a honra de ter merecido as suas edições.
Olhando o tempo que passa, algo mudou de uma certa beleza e acção editorial que dava provas de um grande amor às Letras e ao modo como acarinhava os que, como o feliz autor deste cântico e amor, se podiam exprimir, dando largas ao estro poético, ou não, para deixarem atrás de si um rasto de luz, como este, em que emoldurado em formosas quadras o Poeta a abrir, tem desde logo, este modo carinhoso como se dirige à sua amada
Teus olhos são gelosias
Onde espreitam as pupilas.
Quem dera dar-te os bons dias
Quando resolves abri-las.
Perfeita na forma e no conteúdo esta quadra faz arrastar amorosamente toas as quadras do Poema, como se ela mesmo fosse a gelosia para através dela se pudessem ver as restantes.
Basta ler o Poema.
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