Pesquisar neste blogue

terça-feira, 7 de outubro de 2014

As "Mãos em Oração"



Mãos em Oração de Albrecht Durer


Estas mãos têm uma história.
Assim ma contaram e assim a vou contar, possivelmente sem a arte do amigo que teve a gentileza da ma dizer.

Conta-se que em Nuremberga, em meados do século XV num dos muitos lares da cidade vivia uma família de parcos recursos que obrigava o chefe da família,  pai de vários filhos a trabalhar duramente nas minas para o sustento do lar.

Num certo dia, dois dos filhos manifestaram o desejo de frequentar a Academia de Belas Artes, pois ambos desejavam ter aulas de Pintura dada a veia artística de que haviam sido prendados. Reconhecido isto, mas sabendo ambos das dificuldade económicas dos pais, entre os dois irmãos foi feito o seguinte acordo: deitavam sortes e o que ganhasse ia para a Academia, enquanto o outro, com o seu trabalho ajudaria a pagar os seus estudos, com a promessa de logo que estes fossem cumpridos, seriam invertidos os papéis.
E assim aconteceu.
Deitaram sortes e o ganhador foi Albrecht Durer.

Regressado a casa, cumpriu o prometido, dizendo ao irmão:
 - Agora, é a tua vez.
E, logo, este, candidamente, ripostou:
 - Agradeço-te, irmão, o cumprimento da promessa... mas agora é tarde. Já não poderei frequentar os estudos. Acabou-se o desejo. As minhas mãos não ajudam.
E mostrou-lhas, deformadas pelo trabalho duro e pela artrite de que sofria.


O célebre quadro que todos conhecemos "Mãos em Oração" são, assim, a pintura das mãos do irmão que Albrecht Durer imortalizou e nas quais, se as fixarmos atentamente, veremos os sinais da deformação de ele que sofria.

Por isso, quando voltarmos a vê-las, oremos por aquele irmão que sacrificou o seu desejo de ser artista, enterrando-o debaixo do solo onde numa outra "academia" - a do trabalho da mina - "pintou" no desmonte do filões os "quadros" que permitiram a Albrecht Durer fazer as pinturas que todo o Mundo admira, ainda hoje, passados que estão alguns séculos.


Sem comentários:

Enviar um comentário