Recompensou-me o Senhor conforme a minha justiça,
retribuiu-me conforme a pureza das minhas mãos.
(Sl 18, 21)
Graças sejam dadas por estas mãos!
Olhando estas mãos em que o trabalho duro deixou as suas marcas o que vem de imediato ao pensamento é a palavra agradecida do velho salmista que acima se reproduz, deixando no nosso entender, a certeza, que conforme a justiça que é posta pelas mulheres e pelos homens na vivência da vida, ela está, por direito adquirido, transportada em mãos como estas que a gravura reproduz, em que nas linhas encarquilhadas dos dedos se adivinham muitas canseiras de uma vida, que agora, estando gasta, nunca perdeu o sentido do abraço quente, e, por isso, ao abraçar o cajado em que se arrimam, sugerem que elas na sua bondade e sacrifício foram arrimo para os filhos e para os netos e, naturalmente, para todos os que precisaram do seu carinho.
Olhando estas mãos apetece tirar o chapéu e agradecer, porque em tempos - na linha evangélica de Deus que opera sobre todas as suas criaturas - sobre elas e por seu mando, caiu como uma bênção todo o sentido deste pequeno trecho do Livro de Deuteronómio (30, 9):
E o Senhor teu Deus te fará prosperar em toda a obra das
tuas mãos, no fruto do teu ventre, e no fruto dos teus animais, e no fruto da
tua terra para o teu bem; porquanto o Senhor tornará a alegrar-se em ti para te
fazer bem, como se alegrou em teus pais,
Que isto tivesse acontecido com estas lindas mãos.
Que o Senhor que se alegra com elas e que Ele mesmo burilou desde a alegria do tempo em que elas eram perfeitas na escultura que lhes deu e, agora, segundo o seu juízo continuam perfeitas numa outra escultura de que Ele é o mesmo cinzelador, assim sejam entendidas por todos os que, ao olhar as mãos dos anciãos, têm o dever de sentir, olhando-as, a perfeição nas linhas que o trabalhou entortou, sem contudo lhes ter tirado a beleza que continua intacta aos "olhos" de Deus!
E os nossos têm de ver o que Deus vê!
E os nossos têm de ver o que Deus vê!
Mãos como dádiva divina...mão calejadas pelo tempo que mantêm o vigor de um abraço quente...que reflexão magnífica. Um momento de "pensar e sentir" muito inspirador.
ResponderEliminar