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sexta-feira, 17 de outubro de 2014

Estas mãos!



Recompensou-me o Senhor conforme a minha justiça, 
retribuiu-me conforme a pureza das minhas mãos. 
(Sl 18, 21)



Graças sejam dadas por estas mãos!

Olhando estas mãos em que o trabalho duro deixou as suas  marcas o que vem de imediato ao pensamento é a palavra agradecida do velho salmista que acima se reproduz, deixando no nosso entender, a certeza, que conforme a justiça que é posta pelas mulheres e pelos homens  na vivência da vida, ela está, por direito adquirido, transportada em mãos como estas que a gravura reproduz, em que nas linhas encarquilhadas dos dedos se adivinham muitas canseiras de uma vida, que agora, estando gasta, nunca perdeu o sentido do abraço quente, e, por isso, ao abraçar o cajado em que se arrimam,  sugerem que elas na sua bondade e sacrifício foram arrimo para os filhos e para os netos e, naturalmente, para todos os que precisaram do seu carinho.

Olhando estas mãos apetece tirar o chapéu e agradecer, porque em tempos - na linha evangélica de Deus que opera sobre todas as suas criaturas - sobre elas e por seu mando, caiu como uma bênção todo o sentido deste pequeno trecho do Livro de Deuteronómio (30, 9): 

E o Senhor teu Deus te fará prosperar em toda a obra das tuas mãos, no fruto do teu ventre, e no fruto dos teus animais, e no fruto da tua terra para o teu bem; porquanto o Senhor tornará a alegrar-se em ti para te fazer bem, como se alegrou em teus pais,

Que isto tivesse acontecido com estas lindas mãos.

Que o Senhor que se alegra com elas e que Ele mesmo burilou desde a alegria do tempo em que elas eram perfeitas na escultura que lhes deu e, agora, segundo o seu juízo continuam perfeitas numa outra escultura de que Ele é o mesmo cinzelador, assim sejam entendidas por todos os que, ao olhar as mãos dos anciãos, têm o dever de sentir, olhando-as, a perfeição nas linhas que o trabalhou entortou, sem contudo lhes ter tirado a beleza que continua intacta aos "olhos" de Deus!

E os nossos têm de ver o que Deus vê!


1 comentário:

  1. Mãos como dádiva divina...mão calejadas pelo tempo que mantêm o vigor de um abraço quente...que reflexão magnífica. Um momento de "pensar e sentir" muito inspirador.

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