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segunda-feira, 13 de outubro de 2014

A Pátria e o patriota






As Pátrias - a portuguesa ou uma outra qualquer das que formam a Europa, na actualidade, em grande parte, abrigadas sob a capa da CEE - ainda que, a génese de um federalismo incipiente pretenda aglutiná-las, não deixa  de ser notório que o queira fazer, apenas, pelo rosto da economia de mercado, por se saber, que em todas elas existem contribuições de ordem civilizacional de tal modo diferenciadas que torna impossível federalismos que venham a colidir com os seus sentimentos mais profundos.

É inconcebível a História do Mundo em a contribuição civilizacional própria de cada parte na riqueza do todo. 
Pequena ou grande, cada Nação tem uma História que é a sua alma identificadora, aferindo-se por ela as características étnicas, morais e cuilturais entroncadas na linguagem e na escrita que ao longo do tempo deitaram as raízes que alimentam os seus naturais e que ao identificar-se com cada uma das Pátrias vivem o patriotismo que emana delas, como fosse a seiva mais bela das suas raízes.

Fernando Pessoa escreveu. "A minha pátria é a língua portuguesa» sabendo perfeitamente que cada língua tem o seu valor próprio e a expressão oral ou escrita a sua musicalidade diferenciadora de uma outra qualquer e que o dom da escrita leva a todo o lado, como se fosse uma andorinha, o doce calor da sua presença, de tal modo, que não havendo ninguém que seja capaz de matar uma andorinha, não existe ninguém que o possa fazer em relação à língua, pelo facto dele levar a mensagem do povo a que o patriota pertence e do qual é arauto e uma força que se apoia na tradição de onde provém, sendo assim, por definição breve e incompleta alguém que no respeito pelos seus antepassados exerce um modo pessoal e afectivo de ver no chão que pisa as pegadas dos seus avós, como é capaz de adivinhar numa paisagem os olhos antigos, que como os dele, a viram e pela qual se emocionaram, alegrando-se, assim, com alegrias passadas, como se elas estivessem projectadas num tempo que ele não deixa apagar.

E, porque se faz isto?

Simplesmente porque o patriota sente-se herdeiro da história comum da sua Pátria, vivida e sofrida, até - quantas vezes - mas tendo por palco o mesmo chão e por cenário o papel colectivo de uma mesma  ordem de sentimentos.



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