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quarta-feira, 15 de outubro de 2014

Dois problemas que urge resolver





Dois problemas que urge resolver. porque não o fazendo vamos continuar a fazsr o caminho em cima de pedras.

Há quem diga que eles se devem ao facto de Portugal estar a viver uma metamorfose civilizacional – ou, melhor dizendo, uma transformação dos costumes - que seriam de entender e aceitar se eles não fossem tão degradantes, nos aspectos da Família e da Escola, para citar, apenas, estes dois.

Assume nesta problemática empobrecedora um individualismo assumido no seu mais feroz egoísmo que tendo levado a perder-se o diálogo – a forma mais adulta que existe para o encontro de consensos harmoniosos -  o homem passou a ser monossilábico, deixando embotar a mente que se tem tornado um joguete no facilitismo de uma vida sem norte, perigosamente materializada e deixada à mercê de um modo consumista que só a grave crise económica tem posto alguma contenção..

Apesar disso somos um País onde o telemóvel é o rei dos últimos tempos, de tal modo que há mais aparelhos que pessoas, funcionando perigosamente como mais um dos anti-valores de que somos ricos, a ponto de se julgar, hoje, moral e conveniente, aquilo que dantes não era – e que só o é – pela falta de valores que se têm incrustado, como lapas, numa sociedade doente que não vê para onde caminha, indo a reboque de uns tantos, que calculadamente, a régua e esquadro vão traçando caminhos fáceis, imorais e dúbios onde vão caindo os melhores filhos da nossa sociedade, que em vez de se tornar adulta e responsável, em cada dia que passa vai criando mais fundo o fosso das permissões indevidas.

E não chega dizer que a culpa é dos outros que nos são estranhos.
Quer seja dos ventos que nos chegam da velha Europa paganizada ou da globalização que engloba no seu cadinho todas as escórias, a que se deve o aforismo do mundo ser hoje, uma aldeia global.
Pode entender-se que é ou vai ser assim, mas porque motivo não havemos de fazer vir acima os valores autênticos, fazendo deles bandeiras, em lugar de copiarmos todas as trapaças que nos chegam como panaceias de felicidades, que mais não são que máscaras de um carnaval diário em que está transformado o mundo?
Exagero?
Possivelmente, será.

Mas é sempre das caricaturas que se fazem que se podem alertar as consciências dos homens, sabendo-se, embora, da pobreza e alcance do presente escrito, cuja única virtude é estar de acordo com a análise do autor, cujo caminho de vida, de longos e trabalhosos decénios não se coaduna com as licenciosidades deste tempo novo, fautor de vãs e efémeras felicidades que não raro se transformam em pesadelos, de que, mais ou menos, todos conhecemos os meandros e as consequências.
Temos, efectivamente, dois problemas para resolver, quanto antes.
Amanhã pode ser tarde.
Há que começar, hoje,

Há que pedir aos actuais governantes e a todos os que se posicionam para alcançar os poderes públicos que neste campo há muito a fazer, fazendo-lhes sentir, que eles são os responsáveis directos pela miséria moral que se está abatendo sobre o nobre povo que somos, herdeiros de uma História singular, da qual os nossos filhos e netos não conhecem os grandes exemplos, porque em vez dos grandes autores da civilização que construímos, nos últimos tempos o que tem chegado à Escola são concepções de um mundo que não é o nosso, mesmo, até, levado por autores nacionais.

A globalização ou as normas comunitárias – ao contrário do que muitos pensam e têm querido pôr em prática - não impõem regras morais porque elas são uma propriedade íntima de cada homem, que é pela sua natureza, tão íntima, que só se pode mudar a sociedade, mudando o coração do Homem.


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