Uma doença social que ataca
surdamente o nosso tempo dá pelo nome de tolerância.
Toleramos a insensibilidade no
campo da moral e para a justificar não faltam os que andem por aí a dizer que tal facto é uma assunção da
bondade, enquanto outros falam da caridade com o próximo.
Mas o problema é que estamos a
tolerar em demasia e a usar uma caridade falsa que se torna paciente, apenas se
está em jogo o nosso interesse imediato, descartando-se se se vê a injustiça
triunfar, entrando, então, nesse jogo esquisito a tolerância bem medida do
incompromisso, não vá a moral autêntica - que vai beber na Fonte do Evangelho -
criar problemas.
Esta a razão da tolerância do
nosso tempo porque a Fé naquela Fonte é mais intolerante, quanto às atitudes que se vão como joio, espalhando no meio dos trigais da vida, onde
Deus se ausenta deliberadamente - porque assim se quer - pela culpa de uma tolerância, que tarde ou
cedo terá de ser combatida em nome das faltas cometidas contra o bem comum.
Bondades que admitem isto, são
dispensáveis e as caridades, também, porquanto uma sociedade laxista que não
corrige o que se passa em tantos lados, como nas famílias e nas Universidades - só para citar estas duas realidades fundamentais - está a erigir
um "terrorismo" de âmbito cultural, que tantas vezes é mantido, pela
omissão e não pela razão, porque o ceder desta - se o faz - é pela
apostasia dos corruptos que vivem o
imediato, sem cuidarem do futuro, como se este não seja sempre, pela positiva
ou negativa, uma consequência do dia de hoje, onde o "sim" e o
"não" têm de ser ditos, na medida em que eles são na sua
benevolência ou na sua rudeza, pilares importantes no caminho do homem.
Temos uma sociedade a driblar com
manhas o jogo da vida e convém não
esquecer que há regras para tudo e, porque é assim, as regras têm de ser as
autênticas, as tais que, ou passam a ir beber, desedentando-se na Fonte do
Evangelho, ou se corre o risco de morrer à sede, por não se ter cuidado que as águas
que se dão - em tantos lados - estão inquinadas com a muita tolerância
mascarada de uma caridade, que de todo, não é.
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