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sábado, 4 de outubro de 2014

Uma leitura do Eclesiastes



Eclesiastes 12, 1


O "Eclesiastes" é o Livro mais singular do Antigo Testamento, quer pela construção rítmica e profundamente poética dos seus versículos, quer pelo ângulo pelo qual o seu autor aborda a realidade da vida ao debruçar-se sobre o carácter uno e trino da força de Deus, quanto à absoluta soberania que Ele exerce sobre o homem.

São 12 pequenos capítulos que se tornam grandes pela sua sabedoria,

Deriva desta asserção - que pode ser imperfeita mas é sincera - que a sua leitura devia ser obrigatória para crentes e não crentes, porquanto, num resumo breve e imperfeito, podemos concluir que o homem por não ser dono da sua vida, não pode retê-la e, em consequência, não tem nenhum poder sobre o dia em que deixa de existir sobre a face da Terra.

O Livro é, essencialmente:
  • Um convite muito sério à humildade comportamental do homem.
  • Do mesmo modo, pretende que com os seus actos este melhore o modo de ser.
  • Leva-o a entender como é fugaz a vida.
  • Combate o erro de se viver afadigadamente em possuir muitos bens e riqueza e o quanto este exercício é como se o homem passasse a vida a perseguir o vento que fica sempre enquanto o homem passa.
  • Que tudo é perecível e, apenas é, infinito o caminho espiritual, enquanto todos os terrenos, por maiores que sejam, têm fim.
  • Que o homem se lembre da finitude da sua natureza e se centre no seu Criador, não apenas na velhice, mas nos dias da sua mocidade. (ver gravura)
  • É um convite à atenção do homem para a sua imensa vaidade, esse sentimento daninho suscitador do orgulho e da farronca.
  • Ao invés, é uma chamada de atenção à humildade como a vida deve ser entendida e ao modo como se deve viver com o semelhante.
  • É uma exortação ao aproveitamento da vida e daquilo que se consegue adquirir sem avareza.
  • É um convite à partilha com os outros e, logo, à solidariedade.
  • Insiste em que tudo o que acontece, no bem e no mal, ocorre pela vontade superior de Deus, o Proprietário da casa que habitamos neste mundo.
  • É um conselho a falar menos para que o homem não venha, eventualmente, a ter nojo das suas próprias palavras.
  • Convida-o a adquirir sabedoria, não a que passa, mas toda a que fica como o alicerce mais firma da casa do homem.
  • Exorta para o facto de tudo o que se faz de bem, Deus o atenderá.
  • Não deixa, por isso, a terminar de advertir para o respeito que Deus deve merecer ao homem, pela guarda que lhe cabe fazer dos seus Mandamentos.

Este livro é essencial  para nosso mundo mesquinho. 
Pensemos antes de atacar os outros e que todos os injustiçados das omissões do homem possam contar com a justiça que lhes deviam merecer.

O Eclesiastes devia ser o livro de cabeceira, principalmente, de todos os moralistas do mundo que se afadigam em propor as suas teses - tantas vezes acomodadas aos seus interesses pessoais - sem cuidar que todas as que nos convém atender estão plasmadas neste belo Livro do Antigo Testamento, cuja ordem lógica no desenvolvimento das ideias, contém sentenças são máximas de uma vida proba e prudente que está muito acima da moral do século em que vivemos, muito enaltecedor das conquistas tecnológicas do homem, mas deixando na obscuridade, senão no esquecimento, o que as devia envolver.


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