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quarta-feira, 19 de dezembro de 2018

"No princípio era o Nada"...




O poeta António Correia de Oliveira neste poema que fui captar ao seu livro "Verbo Ser e Verbo Amar", conclui o seu pensamento poético por nos dizer nesta invocação de Deus que no Princípio as "palavras conjugantes" ainda não teriam acordado o "Nada" e, no entanto, no Deus Omnipresente ainda antes do NADA, as "palavras conjugantes" já existiam no fundo mais fundo da sua atitude em que no Divino incognoscível para o género humano, ainda não criado, já existia pleno na mesma divindade, "Fluída em névoa, a Criação futura" - como diz o poeta - o Nascimento de Jesus, como um Filho muito amado para ser Homem e Deus.

Eis, porque, no Tempo Novo que Ele abriu de par-a-par com a divindade que trazia por ser Filho de Deus, no antigo local sagrado do Tabernáculo ou Santo dos Santos - uma sala separada do Templo de Jerusalém por uma cortina de linho onde só poderia entrar o sacerdote uma vez por ano para presidir à cerimónia sacrificial do cordeiro - pela sua vontade suprema veio "rasgar os véus do Templo"colocar o Tabernáculo como habitação de Deus entre os homens, como hoje o vemos, à nossa frente e à nossa contemplação orativa.

E é assim, e de tal modo, que não há um só crente que ao passar defronte do Tabernáculo - hoje conhecido por Sacrário - não dobre os joelhos ou, simplesmente, não lhe faça uma genuflexão, porque dentro dele está a morada terrena d'Aquele que por desejo e cumprimento da Revelação deu pleno sentido às "palavras conjugantes" de que nos dá conta o poeta António Correia de Oliveira, fazendo-as conjugar em honra e glória do Deus Eterno, Dono e Senhor do grande Mistério que se escapa a todo e qualquer homem por mais brilhante e erudito que seja o seu pensamento.

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