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domingo, 9 de junho de 2013

O homem velho e o homem novo




Segundo a Bíblia, na realidade, encontram-se dois exércitos: a soberania real de Deus e Satanás com o seu séquito. Duas potências lutam pela posse do nosso coração, o velho homem adamítico e o homem redimido e novamente criado em Cristo e no seu Espírito.
B. Haring
in, A Caminho da Maturidade Cristã.


Diz-nos este grande renovador da teologia católica que a conversão do homem é fruto da obra da separação operada por Jesus, que por fim, há-de levar com Ele os das sua direita, numa alusão cheia de sentido à Cruz da Redenção, se nos lembrarmos do diálogo estabelecido com Dimas, na hora suprema.
A conversão é sempre um estado novo.
É a passagem pela porta estreita que leva o homem a deixar para trás um monte de coisas inúteis e se dispõe a caminhar no sentido exacto que marca, muito antes do seu nascimento, o grande encontro com a eternidade prometida.
As frentes da batalha do homem pelos caminhos da vida, ficaram perfeitamente delineadas no Calvário, na marcação das fronteiras que lhe foram reservadas e, assim, enquanto numa  - na plena liberdade que lhe foi concedida – a pode ultrapassar para o campo onde não moram, nem a moral nem a honra, na outra, se esbarrar contra o muro do dever da cidadania centrada com Deus, tem – ainda que num momento final – um encontro de salvação.
Há, com efeito, na Cruz, uma aterradora luta final onde,  o homem pode perecer ou, continuar a semear no mundo os ventos da destruição da vida e da negação de Deus,  sem se arrependerem das obras de suas mãos e, sem cessarem  de adorar o demónio e os ídolos de ouro, de prata, de bronze, de pedra e de madeira, que não podem ver, nem ouvir, nem andar. (cf. Ap 9, 20).
Que a trombeta do sexto anjo de que nos fala o Apocalipse não acorde – sem que o homem se aperceba – a fúria dos que estão preparados para o aniquilar; aconteça, antes, a emenda dos caminhos de retorno a uma vivência concertada com Deus e, de uma vez por tidas, que o homem esqueça o que nele, ainda são, resquício adamíticos de um desnorte que o crucifica sem honra e sem glória.
É preciso, para que isto não aconteça, que el esteja atento aos sinais e se converta, sem contudo deixar de estar de aviso, pois como nos diz B. Haring,  mesmo, depois, da conversão, pode permanecer no seu coração, algo, como que um vírus do homem antigo, mas numa linha de confiança, remata, dizendo,  que a este, porém, opõe-se o novo.
E aqui, salta à evidência, a muralha que não foi transporta, o que sempre acontece, quando o homem fixa ao fixar o seu olhar em Deus encontra a força e a humildade de Dimas, o homem do lado direito da Cruz que encontrou maneira de subir ao Alto na companhia de Jesus.
Feito homem novo, deixou ali, nas pedras do monte, tudo o que fora o calvário da sua vida e, regenerado, caminhou feliz, justificado e liberto de todo um montão de coisas velhas e sem préstimo.


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