Um velho pedreiro que levara a vida a
construir casas ao atingir a idade da reforma informou desse facto a Empresa,
por ser seu desejo passar a ter mais tempo para dedicar à família.
O encarregado que conhecia bem o seu valor
ficou triste, na expectativa de ver partir tão bom funcionário, mas porque
havia um projecto de uma nova casa para construir, pediu-lhe que ficasse mais
um tempo, o necessário para acabar a obra que havia em carteira.
Um pouco a contragosto o pedreiro aceitou,
deixando no entanto perceber que não lhe agradara muito aquele pedido. Desse
modo, começou a obra, fazendo um trabalho de segunda qualidade e usando até,
materiais inadequados e de segunda escolha.
Quando acabou o encarregado veio fazer a
inspecção da casa que ele havia acabado de construir e depois de ter acabado
aquela missão, puxou da chave da casa e falou-lhe deste modo:
- Toma lá. Esta é a tua
casa. É um presente para ti.
Ficou surpreendido o pedreiro. Que pena! É que
se fosse agora... se ele soubesse que estava a construir a casa para si mesmo,
teria feito tudo diferente...
Esta história, porém não acaba aqui, muito embora o que fica dito seja uma profunda lição espiritual, mas é por isso mesmo, que tem sentido a paráfrase que a mesma nos merece.
Na vida concreta, muitos de nós temos a
atitude daquele pedreiro, ou seja, passamos o tempo a construir a nossa casa –
ou, seja, a edificar a nossa existência – com uma atitude displicente, fazendo as
coisas sem amor e sem entrega, como se aquilo que fazemos, pequena ou grande
coisa, não devesse ser sempre feita o melhor possível.
E, no entanto, o tempo vai-se gastando e todos
os dias lá vamos pondo um tijolo em cima de outro, por vezes mal alinhado e
sem argamassa e, até, os pregos que vamos martelando de tanta falta de empenho
em querer aprender a fazer as coisas bem feitas, ficam torcidos e mal pregados.
Somos, em boa verdade, muitos de nós, uns
pobres mestres de obras...
E, no entanto, é
preciso que até ao fim mantenhamos a mesma ciência em tudo quanto fazemos, não
nos aconteça o mesmo que aconteceu àquele pedreiro da história que levou a vida
a fazer casas bem feitas e, no fim, quando se tratava de fazer a sua última obra
se desleixou, quando, afinal, em paga dos seus serviços a Empresa lhe queria
oferecer a última construção que fizera.
Tenhamos presente a moral desta história: as
nossas atitudes de hoje e todas as escolhas que fazemos em cima do tempo que
passa é que contam na construção da nossa casa futura.
Por isso, em todo
o tempo, não descuremos a qualidade de tudo quanto fazemos, tendo em mente o
pensamento sábio de Maxwell Maltz que nos diz, que a vida está cheia de
desafios que, se aproveitados de forma criativa, se transformam em
oportunidades.
O pedreiro da história, porque não aproveitou
até ao fim de forma criativa a sua última construção perdeu a oportunidade de
ficar com uma casa bem feita e que ele até era capaz de fazer.
Cada homem, podemos crer nisto, é o pedreiro
por excelência da sua vida.
E, assim, amanhã, vamos fazer o possível para
fazer até ao último minuto do dia, obra asseada... obra que se veja, de tal
forma que ela fale por nós e fique depois de nós a ser exemplo.
É isto que vale, porque a vida como alguém já
disse é um projecto que nós mesmos construímos e a última obra não pode,
nem deve deixar de ter o cunho de marca do construtor que somos.
Todos nós!
Sem comentários:
Enviar um comentário