O
relativismo moral com origem nos pensadores do Liberalismo que tem suas origens
nos iluministas do século XVIII, deriva como uma consequência daquela doutrina
que inspirou a Revolução Francesa e foi
geradora de um protestantismo político acérrimo e muitas vezes, acéfalo, é,
actualmente, o monstro que vai enchendo as mentes mal preparadas, mesmo a nível
universitário, criando defensores desta lei obtusa que tudo discute, tudo sabe e tudo quer por em causa, porque
nada é estável, pois tudo é relativo num mudo que se quer em mudança e onde o
amanhã não é só um novo dia, mas um motivo de se por em causa, como antigo e
desusado o dia que passou.
É o
relativismo em marcha forçada.
É o
mudar por mudar sem se dar conta que uma nova página de um qualquer livro é
sempre um reflexo do enredo da página ou páginas anteriores.
É a
chaga moral dos nossos dias, ao defender que a ideia do bem e do mal varia segundo
os tempos e as sociedades, quando se sabe que a virtude moral assenta na
sabedoria humana – que vem desde tempos imemoriais – a presidir ao controle das
paixões e à escolha mais adequada para a consecução de um fim, contrariando a
convicção relativista ao assumir que a verdade não existe e de que apenas
existem as verdades de cada um, como se o joio se pudesse equivaler ao trigo
das searas, que por si mesmo e impõe
É aqui
que está, entre outros, um dos males do nosso tempo, como se não houvessem
valores absolutos – como é a natureza do trigo - mas apenas existe como caminho do homem a verdade
que cada um constrói para si mesmo, com a agravante de a querer impor ao outro
– pela falta de respeito que grassa, multiplicando-se como a mitológica Hidra
de Lerna (1) donde nascem as fontes das
discórdias e das guerras surdas que corroem as sociedades modernas, quando tem
de ser no gregarismo do bem que o homem tem de se encontrar a si mesmo num
amplexo que ao partir de cada um só deve terminar no Coração de Deus.
É
preciso que o mundo esteja atento aos novos apaniguados dos relativismos do
nosso tempo, especialmente, quando se trata da moralidade da actuação do homem
perante o seu igual, pois, hoje como sempre aconteceu, com os percalços
naturais da História – e assim deve
continuar a acontecer – a prudência onde assenta a lei moral está destinada a
corrigir o intelecto, por forma a torná-lo capaz de avaliar com exactidão a
bondade ou a malícia, ou seja, em conclusão, o carácter moral da acção do
homem, estribado em três pilares fundamentais, o da temperança que adverte para
o apetite libertino, o da fortaleza que faz regredir o apetite irascível e o da
justiça que rege os comportamentos saudáveis.
Mas
Deus vive por cima de todos os relativismos no coração de todos os homens, onde
a lei moral está inscrita, e onde a consciência individual o impele a formular
juízos morais assentes na distinção entre o bem e o mal, bem ao contrário do
que fizeram os falsos profetas do século XX, como Nietzsche, Freud, Lenine,
Estaline, Hitler e Mussolini – que procuraram – e conseguiram de certo modo
acorrentar - ridicularizando a ideia de consciência individual e impondo, quer
pelo pensamento, quer pela força bruta das armas e da coacção política, a lei
do mais forte, retirando ao indivíduo a lei da sua liberdade de pensamento, que
é, afinal, a lei onde o Espírito ganha asas e pensa por si, pensando que aquela
liberdade é a única que ninguém pode acorrentar, porque não há relativismos que
a verguem quando ela se funda em princípios que a sabedoria milenar dos tempos
guarda com sofreguidão dogmas – há que dizê-lo com frontalidade – que têm de
ser defendidos em face de um mundo relativista, e consumista não só de bens
materiais, como de espirituais, que a todo o custo quer subverter.
(1) - A Hidra de Lerna na História da
Mitologia: Serpente monstruosa,
imaginada com sete, nove, cem ou mais cabeças que, quando cortadas renasciam
se, na parte decepada, não se pusesse imediatamente fogo. Com o sangue da
Hidra, Héracles impregnava as suas flechas. Infestava os campos nas
proximidades de Lerna, nas vizinhanças de Argos. Foi transformada em Constelação
austral
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