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sábado, 1 de junho de 2013

Fazer as pequenas grandes coisas


Todos temos ao nosso alcance o meio mais simples de nos santificarmos: Santificação na vida diária, no pormenor trivial. Se esperas fazer um dia grandes coisas para te santificares, jamais o conseguirás. Digo-o com o Evangelho na mão, contemplando como brilham os olhos de Deus ao ver a generosidade daquela pobre viúva que deixa no Templo o que tem, tudo quanto possui: duas pequenas moedas. É isto o que faz exclamar o Senhor: “Eu vos asseguro que esta pobre viúva deu mais do que ninguém”
Jesus Urtega
in, O Valor Divino do Humano


Deus está atento mais aos pormenores que preenchem o dia do que à notícia de arromba, anunciadora de grandes feitos que se procuram com afã, mas nem sempre ou nunca acontecem.
Há dias, tomei conhecimento deste singular pedido: (…)  preciso de sugestões criativas de pequenas coisas que  podemos fazer para salvar o mundo, qualquer coisa vale: poemas, frases, textos, músicas, mensagens. (…) e, acrescento, a estas pequenas coisas – mas tão importantes – outras, como: dar a mão aberta num cumprimento franco, dar um aceno de simpatia, dar um sorriso, ou perguntar, - “com estás?” ou  “como tens passado?” -  mas que sejam interrogações saídas do coração e não obediências a rituais mecânicos vazios de conteúdo humano.
Os pequenos nadas que fazemos com amor, como estes exemplos ou outros, é que são verdadeiramente valiosos – coisas grandes na pequenez da dádiva – mas assim entendidas por Deus, para quem, as coisas não valem pela sua grandeza física ou pelo seu valor material, mas pelo amor com que as fazemos.
Há no Evangelho, testemunhos espantosos de pequenos nadas como é o caso acontecido em Sarepta, localidade onde vivia uma pobre viúva que por ordem de Deus devia alimentar Elias, mas  paupérrima que era só tinha um naco de farinha, o que foi bastante para satisfazer na sua pobreza o amor que sentia pelo homem de Deus.
Amassando-a zelosamente é com ela que coze um pão para o profeta.
Porém, o caso mais conhecido e, igualmente, espantoso é o acontecido com a chamada “viúva do Evangelho” que deixa no Templo o que tem, tudo quanto possui: duas pequenas moedas.
Duas pequena migalhas que encheram o cofre de Deus.
Não andemos, pois, a procurar acontecimentos que encham de notícias as primeiras páginas dos jornais ou abram os noticiários da rádio ou da televisão.
São espalhafatos para o mundo ver. Deus não os enxerga. Mas vê os pequenos nadas: aquilo que parece insignificante e fazemos todos os dias, gotas pequenas que vão enchendo o oceano da vida.
Os tais pormenores de que já se falou, na certeza que é através deles que se consegue pôr a flutuar em cima do oceano construído o barco que o homem é, e a singrar na rota concertada que o ponha a salvo, num dia que só Deus sabe, no porto que lhe está destinado.
E só se chega lá pelos pequenos nadas que damos, se atentarmos no modo como Deus apreciou  as duas moedas da viúva.
Eram a sua riqueza material, espelhos da sua riqueza interior.
Tão grandes que eram chegaram até nós, neste tempo mesquinho das grandes coisas e dos grandes projectos, mas onde Deus, em cada dia, continua a ser o Grande Ausente por causa dos sonhos desmedidos dos homens que não lhes deixam espaço para pensarem nos pequenos nadas de que se enchem os grandes destinos.

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