Gravura do jornal extinto "O Zé" de 10 de Janeiro de1911
Os "três da vida airada" quer dizer que todos estão de acordo com o significado de airado(a) logo, cada um deles revendo-se no que quer dizer a palavra, ou seja: aéreo, frívolo, fútil. indeterminado, vago, vão, desvairado, alucinado. anormal, delirante. desatinado, desnorteado, tresloucado, extravagante, bombástico ou desnatural.
Esqueço todos os termos para me fixar no último - desnatural - apenas para dizer que o acordo político pós-eleitoral - que não foi assim referendado pelo povo - (PS+PCP-PEV+BE) têm um acordo desnatural por ir contra a natureza das cartilhas ideológicas dos três que se tornaram parceiros por conveniência política, mas ao arrepio da forma como se apresentaram aos eleitores, numa "chapelada" própria da I República e não do tempo que vivemos em que o voto do povo e a forma como ele lhes foi pedido, é subvertido, parecendo que um deles, pelo gesto, não sabe onde há-de meter a cartilha marxista-leninista, enquanto o outro, de mãos nos bolsos, está inchado de orgulho...
Por isso:
- O PS não merece a confiança que os eleitores lhe deu.
- O PCP-PEV, idem, idem.
- O BE, idem, idem.
Olhando a velha gravura de Janeiro de 1911, de um tempo em que a I República andava aos tropeções, ainda com o Governo Provisório de Teófilo Braga que só acabou em 24 de Agosto de 1911, se a transportamos para hoje quanto à postura das personagens, vemos o PS curvado - que pena vê-lo assim, humilimo, a coçar na barba - depois de ter ido, ele mesmo a casa do PCP/PEV e do BE a pedir apoio deste dois sabidões que discutem entre si qual dos dois será o mais influente para dar a resposta pedida.
O PS que devia ter mais respeito pela sua história, ouviu e agradeceu o "acordo" desnatural por lhe possibilitar salvar a face.
Veremos...
Indo, agora, até ao entrecho de um fime produzido por Perdigão Queiroga em 1952, ano em que estreou OS TRÊS DA VIDA AIRADA, temos que o filme é uma comédia passada nas então chamadas "Avenidas Novas" e relata as aventuras (e desventuras) de um trio de amadores teatrais que pretendem chamar a atenção de um empresário que lhes veio, por fim, a prometer carreira e fama no teatro.
Se levarmos em conta - falando agora do que se passa na actualidade com o trio (PS+PCP-PEV+BE) - parece que temos aqui uma comédia e para que tudo dê certo como no filme - que o empresário - (que o Senhor Presidente da República me perdõe a comparação) o trio espera que este lhes venha a fazer a vontade, que não é outra senão, a de virem a ter a possibilidade de terem carreira e fama.
Não vejo nisto mal nenhum, porque tudo isto faz parte da natureza humana e é um dever lutar, o que prevejo é que, dada a desnaturalidade do trio, quanto àquilo que defendem politicamente, possam não vir a ter "carreira e fama" e tudo venha a redundar num mal para Portugal tão necessitado de parcerias naturais e não desnaturais como esta.
Esse é que é o meu receio e, creio, de muitos portugueses...
E por isso, não estou de acordo, especialmente, com o PS, um dos fundadores da Democracia que temos.
E por isso, não estou de acordo, especialmente, com o PS, um dos fundadores da Democracia que temos.
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