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quinta-feira, 15 de outubro de 2015

Uma reflexão sobre uma velha gravura "Os três da vida airada"


Gravura do jornal extinto "O Zé" de 10 de Janeiro de1911


Os "três da vida airada" quer dizer que todos estão de acordo com o significado de airado(a) logo, cada um deles revendo-se no que quer dizer a palavra, ou seja: aéreo, frívolo, fútil. indeterminado, vago, vão, desvairado, alucinado. anormal, delirante. desatinado, desnorteado, tresloucado, extravagante, bombástico ou desnatural.

Esqueço todos os termos para me fixar no último - desnatural - apenas para dizer que o acordo político pós-eleitoral - que não foi assim referendado pelo povo - (PS+PCP-PEV+BE) têm um acordo desnatural por ir contra a natureza das cartilhas ideológicas dos três que se tornaram parceiros por conveniência política, mas ao arrepio da forma como se apresentaram aos eleitores, numa "chapelada" própria da I República e não do tempo que vivemos em que o voto do povo e a forma como ele lhes foi pedido, é subvertido, parecendo que um deles, pelo gesto, não sabe onde há-de meter a cartilha marxista-leninista, enquanto o outro, de mãos nos bolsos, está inchado de orgulho...

Por isso:
  • O PS não merece a confiança que os eleitores lhe deu.
  • O PCP-PEV, idem, idem.
  • O BE, idem, idem.

Olhando a velha gravura de Janeiro de 1911, de um tempo em que a I República andava aos tropeções, ainda com o Governo Provisório de Teófilo Braga que só acabou em 24 de Agosto de 1911, se a transportamos para hoje quanto à postura das personagens, vemos o PS curvado - que pena vê-lo assim, humilimo, a coçar na barba - depois de ter ido, ele mesmo a casa do PCP/PEV e do BE a pedir apoio deste dois sabidões que discutem entre si qual dos dois será o mais influente para dar a resposta pedida.
O PS que devia ter mais respeito pela sua história, ouviu e agradeceu o "acordo" desnatural por lhe possibilitar salvar a face.

Veremos...

Indo, agora, até ao entrecho de um fime produzido por Perdigão Queiroga em 1952, ano em que estreou OS TRÊS DA VIDA AIRADA, temos que o filme é uma comédia passada nas então chamadas "Avenidas Novas" e relata as aventuras (e desventuras) de um trio de amadores teatrais que pretendem chamar a atenção de um empresário que lhes veio, por fim, a prometer carreira e fama no teatro.

Se levarmos em conta - falando agora do que se passa na actualidade com o trio (PS+PCP-PEV+BE) - parece que temos aqui uma comédia e para que tudo dê certo como no filme - que o empresário - (que o Senhor Presidente da República me perdõe a comparação) o trio espera que este lhes venha a fazer a vontade, que não é outra senão, a de virem a ter a possibilidade de terem carreira e fama.

Não vejo nisto mal nenhum, porque tudo isto faz parte da natureza humana e é um dever lutar, o que prevejo é que, dada a desnaturalidade do trio, quanto àquilo que defendem politicamente, possam não vir a ter "carreira e fama" e tudo venha a redundar num mal para Portugal tão necessitado de parcerias naturais e não desnaturais como esta.

Esse é que é o meu receio e, creio, de muitos portugueses...
E por isso, não estou de acordo, especialmente, com o PS, um dos fundadores da Democracia que temos.

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