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quarta-feira, 28 de outubro de 2015

Muros em vez de pontes




Tenho em cima da minha mesa de trabalho uma frase de Michel Quoist que conservo há muitos anos e sobre a qual os meus olhos costumam ficar presos sempre que sobre ela fixo a atenção do meu olhar.

Diz assim:

As pessoas sentem-se sós porque constroem muros em vez de pontes.

Bem pequena é a frase.

Enorme é, no entanto, o seu tamanho pelo conhecimento existencial e humano da vida, porque há efectivamente, pessoas sozinhas, vítimas de si mesmas porque levam o tempo - que devia ser de entendimento com os outros - a construir muros em seu redor em lugar das pontes.

Pontes que todos somos chamados a por de pé para que, por elas passem os sentimentos e a partilhas dos dons que fazem de nós seres únicos na história da Criação.
Deixemos de parte os muros que teimamos em construir.

São silêncios fechados!

Fortalezas que ocultam a vida que passa e só ilusoriamente julgamos prender, erguendo mais alto as paredes e tornando mais frios e mais pesados todas as solidões que se vivem e a vida não é isto!

A vida é encontro e comunhão de ideais enquanto a solidão é, apenas, um perigoso estado de alma, porque ao diminuir a aproximação com o semelhante fecha-se a sete chaves a porta da esperança.
Por isso, para quem vive fechado dentro dos altos muros do seu silêncio, fica aqui com todo o amor este aviso:
  • Deita-os abaixo... todos eles!
  • E depois, com os seus escombros constrói pacientemente as pontes do encontro, que podem até ser pontes levadiças, desde que estejam sempre prontas a baixar-se até à soleira da vida. 
  • É por aí que todos passamos, quantas vezes, ombro a ombro!
  • Manda a sabedoria humana fazer do semelhante um companheiro com quem se reparte o tempo de vida...
  • E este não foi dado para ser amuralhado!
Que Deus ajude todos aqueles que ainda têm de pé os muros dos seus silêncios e que, hoje, ou amanhã, como pétalas de flores fechadas pela ausência das claridades da noites dos silêncios vividos, estas se abram para a vida dos homens!

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