Pesquisar neste blogue

domingo, 18 de outubro de 2015

A confusão de António Costa

in, Revista Municipal nº 61 (capa)
Ano XV - 2º Trimestre de 1954



No decorrer da campanha eleitoral Portugal inteiro ouviu dizer António Costa que tinha posto em ordem as contas da Câmara Municipal de Lisboa, deixando implícita naquela afirmação, que com ele, Portugal seria gerido da mesma forma e, logo, as contas públicas podiam contar com a sua solicitude - que não nego quanto à abnegação, mas nego quanto ao efeito positivo - por haver realidades diferentes a enfrentar.

Nego, sobretudo, o que ele disse, porque não admito que me tomem por ingénuo.

Na transmissão de poderes para Fernando Medina  o actual Presidente da C.M.L., que já deu provas, pelo que disse - a propósito das ligações espúrias à esquerda radical de António Costa -  de ser um político da área do PS com quem a política portuguesa pode contar - naquela acto ouviu o seguinte do Presidente cessante: "Hoje deixo a casa arrumada, com um quadro financeiro sustentável" e eu, um simples cidadão, de modo algum ponho em dúvida as suas palavras embora não esqueça o que lhe disse Passos Coelho quanto aos dinheiros entrados na Câmara Municipal de Lisboa com origem nos fundos públicos do Estado a propósito da venda dos terrenos da ANA, que António Costa teria viabilizado ao ter concordado com a sua privatização.

Do Jornal "Público" de 26 de Julho de 2012, respigamos esta notícia:

"Não pedi garantias ao Governo nessa matéria. Nem o podia fazer", reagiu António Costa, que fez aprovar em reunião de câmara um acordo com o Governo para resolver o diferendo entre a autarquia e a administração central sobre os terrenos do aeroporto. Esse acordo, que abrange também outros litígios, permitirá reduzir 43% da dívida do município aos bancos
                                            in,  http://www.publico.pt/

Por isso, ao dizer que "deixou a casa arrumada" - tendo a autarquia recebido um encaixe financeiro que permitiu reduzir 43% da dívida - é caso para dizer que não foi difícil arrumar a casa, pelo que, tirar daqui ilações para poder arrumar as contas do País, é criar a confusão indesculpável de pensar o território português, na sua globalidade como se ele fosse gerível como foi a Câmara Municipal de Lisboa, a que acresceu, sobremaneira os fundos provenientes acima referidos.

Deste modo tendo chamado à colação a gerência positiva da Câmara Municipal de Lisboa, como se Portugal - com ele no comando - fosse assim gerido, o que fez foi criar uma confusão de práticas económicas sem qualquer sentido prático, o que de modo algum abonou em seu benefício e isso viu-se na miséria dos votos conquistados para quem andou a pedir uma maioria absoluta.

Mas... atenção: é este senhor que quer ser Primeiro Ministro de Portugal... sem que o seu partido tivesse tido a maioria dos votos expressos...

Sem comentários:

Enviar um comentário