O caso República foi um episódio da luta pelo controlo da
comunicação social em Portugal, ocorrido a 19 de Maio de 1975 durante o Verão
Quente de 1975, correspondente à invasão e ocupação do jornal República, e
subsequente expulsão de membros da direcção. A invasão e ocupação do jornal por
parte da comissão de trabalhadores do jornal, representando os tipógrafos,
gráficos e administrativos, foi justificada como sendo um protesto dirigido à
linha editorial seguida no jornal, atacando-a por ser próxima do Partido
Socialista.
in, "Wikipédia"
As hostilidades que, desde 2 de Maio, opunham os
trabalhadores gráficos e dos serviços administrativos, representados pela
Comissão Coordenadora de Trabalhadores (CCT), e a redacção e administração,
atingem o seu ponto mais crítico no dia 19 de Maio de 1975.
Na manhã desse dia, a CCT decide "suspender do
exercício das suas funções" a Administração e a chefia de Redacção
acusando-as de estarem a tentar transformar o jornal num órgão afecto ao
Partido Socialista. As instalações do jornal são ocupadas pelos trabalhadores
que comunicam aos jornalistas que quem quiser sair já não poderá voltar.
Ninguém sai. A edição de 19 de Maio do "República" sai para a rua à
hora prevista mas com uma constituição diferente: lia-se no cabeçalho o nome de
Álvaro Belo Marques como director-interino e um editorial "Estimado
leitor" explica a razão da luta dos trabalhadores. Como reacção, a
redacção do jornal lança também um comunicado insurgindo-se contra o abuso de
poder de "uma Comissão dos Trabalhadores".
No exterior das instalações, o PS organiza uma manifestação
de apoio à antiga direcção. Mário Soares, Salgado Zenha, Manuel Alegre,
Sottomayor Cardia são algumas das personalidades que lideram o ajuntamento
popular no Largo da Misericórdia.
Com o decorrer das horas, o número de manifestantes aumenta.
Entoam-se hinos e proferem-se palavras de ordem contra os "ocupantes"
do edifício, contra o PCP, contra Álvaro Cunhal e contra o MFA. A tensão
aumenta à medida que a concentração tem mais adesão. Às 19.30, oficiais do
COPCON e da PM entram no edifício da "República" para protegerem quem
lá se encontra e evitar uma escalada da violência (...)
in, "O Caso República" (transcrição parcial)
in, "Jornal da Caso República" de 21 de Junho de 1975
Porque se lê com muita dificuldade, faço a trasladação do texto:
Pseudo-revolucionários, em minoria manipulada e manipuladora, procuram impor a sua vontade ao povo português. Beneficiando da profunda crise de autoridade que e verifica no país, e não olhando a escrúpulos, fazem da demagogia a arma cega do assalto à liberdade. O futuro dirá o que este assalto lhes rendeu. A mentira será condenada pela História. E nenhum povo perdoa a quem lhe mente. Não perdoou ao fascismo. Não perdoará a nenhum sistema "providencial" que lhe queira esconder a verdade.
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Fica aqui como lembrança.
Às vezes compensa ir à "arca do tempo" e retirar de lá casos passados que deviam servir para exemplos futuros, porque, afinal, o futuro também se faz, muitas vezes, com aquilo que se aprendeu no passado ou, até, quantas vezes, é ele o grande mestre do futuro.
Senão é, devia ser!
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Fica aqui como lembrança.
Às vezes compensa ir à "arca do tempo" e retirar de lá casos passados que deviam servir para exemplos futuros, porque, afinal, o futuro também se faz, muitas vezes, com aquilo que se aprendeu no passado ou, até, quantas vezes, é ele o grande mestre do futuro.
Senão é, devia ser!
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