Jacques Riviére
Fiz-me católico para compreender...
Perante o mistério da
existência, esta frase de Jacques Riviére após o acto da sua conversão ao
catolicismo pela mão segura de Paulo Claudel, ganha hoje, que o tempo marca com
graves agitações as consciências de muitos dos nossos filhos, uma ressonância
que deveria merecer uma atenção especial.
A Verdade - que é
apenas uma - centra-se no catolicismo que emana de Deus, como se fosse -
e é - a melhor prenda que d’Ele recebemos através de Maria, que aceitou ser
Mãe daquele Crucificado que traçou aos homens um Caminho, e que, tantas vezes ou se passa ao lado ou se anda por atalhos para no fim se encontrar o nada.
Quando nos fazemos
católicos, não por seguidismo ou pela assunção de uma piedade piegas, mas
antes, para desejar com o arrimo da fé a compreensão da vida naquilo que ela
tem de mais transcendente, cumprimos o passo maior das nossas
existências, pois é ele que nos abre os únicos caminhos que nos podem levar aos
destinos transcendentes e às metas da sabedoria.
Obrigado, Senhor,
pela Tua Verdade, que é nossa também quando deitamos para o monturo as nossas verdades mesquinhas, que mais não são que tolas
vaidades e fruto de muitas das nossas arrogâncias... Ensina a todas as
criaturas o modo de compreenderem em toda a sua profundidade o Teu
mistério, tal como o fizeste com o convertido de Bordéus, o terno Jacques
Riviére, que um dia se fez católico pare Te entender.
Dá a todos os que Te
procuram uma mão amiga para que no momento do encontro a Luz que dás fique
para sempre a iluminar os caminhos por onde passas em busca de todos aqueles
que se cruzam com a Luz que lhes dás, mas sem a enxergar porque passam
envoltos nas sombras projectadas nos seus caminhos...
Que o desejo de saber seja um ponto de partida, sem que haja pressa de ter uma hora de chegada, mas é importante começar para entender a vida e o sentido da existência e é sempre a partir deste primeiro propósito que pode acontecer a fé a erguer-se do chão da vida, sobretudo, agora, nesta Europa algo descristianizada pelo abandono das crenças dos que, antes de nós, conseguiram chegar ao entendimento de que, ou nos erguemos espiritualmente, ou o velho Continente - mãe de Mundos - se há-de ver ultrapassado pela onda que a quer varrer de lado a lado.
Peço-te, Senhor, por
todos os companheiros que fazem perguntas.
Jacques Riviére, fez muitas ao seu amigo Paulo Claudel e teve o condão de o ter ouvido e compreendido as razões sócio-religiosas de que era precioso encher a vida e foi com elas que se ergueu pó das suas dúvidas.
Peço-te, Senhor, que em cada um dos caminhos dos homens ponha-se os poetas da esperança e da certeza das Tuas Palavras e que a frase de Riviére - Fiz-me católico para compreender... - seja, um dia, uma fornada de luz por cima das nuvens do caminho por onde passam os homens distraídos por demais e, por demais comprometidos com um Mundo frívolo que tudo parece levar em frente, incluindo a sua consciência onde vive ausente o grande Mistério do Deus que passa.
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