Pesquisar neste blogue

segunda-feira, 19 de outubro de 2015

Diz o povo que aquilo que é demais "cheira mal"!


Em resposta à carta de Passos Coelho do passado dia 18 de Outubro, no dia imediato, António Costa respondeu assim:

"O que nos separa não são lugares no Governo, que recusámos desde o início, ou o relacionamento pessoal - bastante cordial, devo reconhecê-lo - mas a imperiosa necessidade do país e a soberana vontade dos portugueses de uma reorientação de política, que persistem em não aceitar".
                                                                               in, http://www.tsf.pt/

É espantoso que António Costa insista em fazer de tolos quem não está com a sua directiva "esquerdóide".

Vejamos, porquê:
  • Qual é e onde está expressa uma pergunta que tivesse sido feita aos portugueses nas últimas eleições a imperiosa necessidade do país e a soberana vontade dos portugueses de uma reorientação de política, que persistem em não aceitar.
Porquanto;
  • Onde é que nas últimas eleições António Costa disse que se não tivesse maioria relativa iria bater à porta do PCP e do BE para ter uma maioria no Parlamento?
  • Ora, se não o disse, não lhe assiste o direito de vir falar na soberana vontade dos portugueses... que não foi isso que o povo manifestou nas eleições.
  • Por isso, tendo arranjado, agora - pela porta do cavalo - uma maioria fabricada para lhe satisfazer os apetite do Poder, prova que, tendo andado a pedir "confiança" aos seus eleitores, os está a desrespeitar no que concerne ao sentido do voto que lhe deram.
Porque,
  • A "confiança" pedida foi para ele mesmo e para o PS e não para estes jogos estranhos.
  • Pode António Costa vir montar o cavalo do Poder - lá isso pode - mas que tenha a certeza que monta um cavalo de crinas em baixo, envergonhado... e de igual modo o cavaleiro, pois não acredito que possa olhar de frente quem quer a todo o custo subverter os resultados eleitorais que deram a maioria à Coligação PSD-CDS, que com esse fim se apresentou aos portugueses.
  • E António Costa, como foi? - Como é que se apresentou aos portugueses?
  • Não foi a pedir uma maioria absoluta para  PS?
  • Algum dia disse aos seus eleitores que se perdesse as eleições ia  os votos que lhe faltariam ao PCP e ao BE?
Não disse, pois não?
  • Então, porque motivo vem agora dizer que os portugueses querem uma reorientação de política?
  • Ou, não é António Costa que o quer unilateralmente fazer, encostado matreiramente a dois Partidos (PCP e BE) que passaram o tempo eleitoral a dizer mal do PS?
  • Não se chama a isto tomar o todo, como se ele lhe pertencesse?
  • Diz o povo - e o povo tem sempre razão que aquilo que é demais - cheira mal - e, efectivamente, tudo isto cheira mal.
  • Não acha António Costa - até para bem do PS - que melhor seria fazer uma oposição construtiva e aguardar uma nova oportunidade?
  • Não acha António Costa que é isso que lhe estão pedindo no PS os que, sem qualquer rebuço já se manifestaram?
Lamento, o que se está a passar no PS.

Lamento-o por Portugal que pode entrar num jogo perigoso de uma aventura factual, mas onde os factos que a norteiam não têm substância objectiva, que não seja o facto - inadmissível - em que Portugal se esquece em nome de resvaladiças necessidades de mudanças políticas que não foram devidamente estruturadas e que, como tal, não foram desse modo apresentadas as eleitores e, consequentemente, assim não foram sufragadas nas urnas no passado dia 4 de Outubro de 2015.

A verdade é esta e tem de ser dita.

Sem comentários:

Enviar um comentário