Um rico
industrial ficou horrorizado quando viu um pescador tranquilamente recostado no
barco fumando cachimbo.
— Porque é que
não foste pescar? - Perguntou o industrial.
— Porque já
pesquei o suficiente - respondeu o pesca-dor.
— E porque é que
não pescas mais do que aquilo que precisas? - insistiu o industrial.
— E que é que
isso adianta-ria? - perguntou o pescador.
— Ganharias mais
dinheiro. Podias mandar pôr um motor no teu barco. Podias ir para águas mais
profundas e pescar mais peixe. Ganharias o suficiente para comprar redes de
nylon, com as quais obterias mais peixes e mais dinheiro. E assim ganharias
para ter dois barcos… e até uma verdadeira frota.
Então serias rico como eu.
Então serias rico como eu.
— E o que faria
então? - perguntou de novo o pescador.
— Poderias
sentar-te e desfrutar a vida - respondeu o industrial.
— E o que pensas
tu que eu estou a fazer neste preciso momento? - respondeu o pescador
satisfeito.
in, "O "Atrolábio" de 11 de Janeiro de 2015
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Diz o povo - neste caso com alguma ironia - que "quem mais tem, mais quer", conceito que assenta no industrial desta história e é, meditando sobre a sua leitura que me ocorreu um pensamento de Balzac, que diz assim: A avareza é um nó corredio que aperta cada dia mais o coração e acaba por sufocar a razão, parecendo-me que o pescador está do lado certo da vida ao dizer como resposta que já havia pescado o suficiente, e isso lhe bastava.
Ter, efectivamente, o suficiente, é não ter preso na garganta o tal nó corredio, que um dia acaba por sufocar a razão, e essa qualidade é, por si mesma, a maior das riquezas, ou seja, sentir o homem em qualquer momento da vida que quem a comanda não é a ganância de ter amanhã, mais que hoje é que lhe traz a felicidade.
Pensar assim, nem sempre é o caminho.
Aquele pescador, recostado ao barco que era o seu meio de angariar o suficiente para o sustento da sua vida, tranquilamente fumando o seu cachimbo era um homem feliz e isso lhe bastava, pelo que achou descabido o desafio de ter mais barcos ou até uma frota, pois para ele a sua grande riqueza era o seu barco.
Único - é verdade - mas suficiente!
in, "O "Atrolábio" de 11 de Janeiro de 2015
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Diz o povo - neste caso com alguma ironia - que "quem mais tem, mais quer", conceito que assenta no industrial desta história e é, meditando sobre a sua leitura que me ocorreu um pensamento de Balzac, que diz assim: A avareza é um nó corredio que aperta cada dia mais o coração e acaba por sufocar a razão, parecendo-me que o pescador está do lado certo da vida ao dizer como resposta que já havia pescado o suficiente, e isso lhe bastava.
Ter, efectivamente, o suficiente, é não ter preso na garganta o tal nó corredio, que um dia acaba por sufocar a razão, e essa qualidade é, por si mesma, a maior das riquezas, ou seja, sentir o homem em qualquer momento da vida que quem a comanda não é a ganância de ter amanhã, mais que hoje é que lhe traz a felicidade.
Pensar assim, nem sempre é o caminho.
Aquele pescador, recostado ao barco que era o seu meio de angariar o suficiente para o sustento da sua vida, tranquilamente fumando o seu cachimbo era um homem feliz e isso lhe bastava, pelo que achou descabido o desafio de ter mais barcos ou até uma frota, pois para ele a sua grande riqueza era o seu barco.
Único - é verdade - mas suficiente!
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