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quarta-feira, 28 de outubro de 2015

Que a nós mesmos não criemos penedos no caminho!




Atribue-se a Mark Twain a seguinte máxima:

- Estou velho e já passei por muitas dificuldades, mas a maioria delas nunca existiram.

Que nesta noite, quando o silêncio cair sobre as cidades e sobre os afãs de mais um dia que passou, este pensamento do escritor seja um motivo de interpelação para um certo modo de viver que nos leva - quantas vezes - a inventar penedos no caminho e, depois, sem termos as forças que julgávamos ter, passamos a tropeçar neles com o estrondo dos nossos próprios desencantos.

Que Deus que não nos dá problemas superiores às forças que temos (1) nos ajude a repor em ordem as causas que nos levam a viver sobre brasas, porque desse modo não apreciamos o calor da vida que  é uma carícia e nos anima em todos os casos, bicudos ou não, que sempre acontecem, como uma consequência feliz de estarmos vivos.
Que Ele nos dê a serenidade de amarmos a vida sem criarmos problemas fictícios, para que um dia não digamos como Mark Twain:

 - Estou velho e já passei por muitas dificuldades, mas a maioria delas nunca existiram.

Que no exame de consciência que certamente faremos no fim de mais este dia sejam aferidas todas as dificuldades reais que exigem o nosso empenho para que elas sejam superadas, cumprindo um dever que é pedido à nossa condição de criaturas superiores  e ponhamos de lado - como trastes velhos... que o são - todas aquelas imagens agigantadas pelos nossos olhos... onde deixamos perder o brilho de Deus, quando, afinal, é apenas Ele que tem força para suster o fraco (2) ajudando-o a vencer todas as dificuldades reais que sempre  acontecem.

Que Deus reponha um certo equilíbrio que às vezes nos falta...

Sobretudo, aquele, que nos faz inventar os penedos do caminho, na procura desenfreada de bens - que são, tantas vezes, os obstáculos que construímos - tentando viver a fingir de fortes, quando a verdadeira fortaleza é uma conquista por aquilo que sentimos no nosso coração, onde afinal, é que reside o dom que nos dá a sabedoria de viver e nos reequilibra sempre que surjam à nossa frente os tais penedos do caminho.

Deste modo que Deus nos ajude a tirar do caminho os obstáculos contra os quais esbarramos e nos ensine a ter a humildade de O aceitarmos na nossa vida, sendo pobres de espírito mas ricos de entendimento.
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(1) - Cf. 1 Cor.10,13)
(2) - Rom. 14,4

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