"Quo Vadis", Portugal?
(Para onde vais, Portugal?)
Gravura do jornal extinto "O Zé" de 2 de Outubro de 1913
Se atentarmos na data da publicação desta gravura o que ela sugere é que haviam passado dois anos de balbúrdia e a pergunta "Quo Vadis", Portugal? que a ilustrava, fazia todo o sentido.
Numa carta de 7 de Janeiro de 1913 Manuel Teixeira Gomes escreve a João Chagas: vamos a ver
se, depois dos monárquicos fazerem a República, os republicanos não enterram o
País… e é nesse mesmo mês, no dia 8, que no jornal "A Capital" fala da política como a "grande porca" que alimenta muitos bacorozinhos, fazendo alusão à célebre caricatura publicada pelo jornal "A Paródia" de 17 de Janeiro de 1900 da autoria de Rafael Bordalo Pinheiro, já então farto da paródia a que era obrigado a assistir.
Tudo isso revelava era o descrédito a que havia chegado o ambiente político com os monárquicos tendo ajudado a fazer a República, como disse Manuel Teixeira Gomes - um facto que um dia, profeticamente, levou o rei D. Carlos a dizer ser Rei de uma Monarquia sem monárquicos - e os republicanos numa balbúrdia pegada, onde apenas interessava o lugar à mesa do Orçamento.
Por isso e por analogia ao vermos agora, o interesse em ser governo de partidos que disseram do PS as "coisas e loiças" mais díspares que todos ouvimos, com alguma cobertura que lhes é dada dentro daquele partido por alguns, tudo isto está a gerar uma tremenda confusão no pós eleições do passado dia 4 de Outubro, porque de volta da Pátria, acirrados como então, em 1913 - guardadas as diferenças do tempo - pela balbúrdia provocada pelas recentes eleições, perfilam-se os que não as tendo ganho pela força do voto, as querem ganhar em jogos políticos, tendo-se arranjado "uma maioria de esquerda" - que de facto existe - mas sem consistência politica e económica capaz de dar resposta às directrizes internacionais a que estamos obrigados, porquanto quer juntar o PS - um partido democrático - a dois partidos que o não são, embora pareçam jogar no tabuleiro da Democracia.
Impõe-se, por isso, uma pergunta:
- Será que a caricatura de 1900 "A Política: A Grande Porca" ainda faz sentido, como se estivesse ainda viva a pena mordaz de Rafael Bordalo Pinheiro?
E, ainda, fará algum sentido a dúvida de 1913 levantada na carta de Manuel Teixeira Gomes a João Chagas:
Por isso e por analogia ao vermos agora, o interesse em ser governo de partidos que disseram do PS as "coisas e loiças" mais díspares que todos ouvimos, com alguma cobertura que lhes é dada dentro daquele partido por alguns, tudo isto está a gerar uma tremenda confusão no pós eleições do passado dia 4 de Outubro, porque de volta da Pátria, acirrados como então, em 1913 - guardadas as diferenças do tempo - pela balbúrdia provocada pelas recentes eleições, perfilam-se os que não as tendo ganho pela força do voto, as querem ganhar em jogos políticos, tendo-se arranjado "uma maioria de esquerda" - que de facto existe - mas sem consistência politica e económica capaz de dar resposta às directrizes internacionais a que estamos obrigados, porquanto quer juntar o PS - um partido democrático - a dois partidos que o não são, embora pareçam jogar no tabuleiro da Democracia.
Impõe-se, por isso, uma pergunta:
- Será que a caricatura de 1900 "A Política: A Grande Porca" ainda faz sentido, como se estivesse ainda viva a pena mordaz de Rafael Bordalo Pinheiro?
E, ainda, fará algum sentido a dúvida de 1913 levantada na carta de Manuel Teixeira Gomes a João Chagas:
- Vamos a ver (...) se os republicanos não enterram o País...
Atentemos que uma certa parte do Partido Socialista arroga-se de ser republicana e, por isso, como "cautela e caldos de galinha não fazem mal a ninguém" estejamos de atalaia, não "vá o diabo tecê-las" e possamos ver de novo o País enterrado com este jogos políticos que podem levar António Costa a querer ganhar "na secretaria" o que não ganhou nas urnas do voto, recusando-se a um entendimento com a coligação PSD/CD - que foi a vencedora das eleições - e, pelo desgaste político leve Passos Coelho a sentir-se incapaz de formar governo.
- Vamos a ver(...) se os republicanos não enterram o País...
Manuel Teixeira Gomes - que era um republicano convicto - teve este receio ao ver os gestos e as atitudes dos seus correligionários, pelo que, no tempo que passa, tal como aconteceu com a Primeira República, nos pode vir a acontecer o mesmo pela insensatez dos homens que o Poder cega aos entendimentos políticos.
Atentemos que uma certa parte do Partido Socialista arroga-se de ser republicana e, por isso, como "cautela e caldos de galinha não fazem mal a ninguém" estejamos de atalaia, não "vá o diabo tecê-las" e possamos ver de novo o País enterrado com este jogos políticos que podem levar António Costa a querer ganhar "na secretaria" o que não ganhou nas urnas do voto, recusando-se a um entendimento com a coligação PSD/CD - que foi a vencedora das eleições - e, pelo desgaste político leve Passos Coelho a sentir-se incapaz de formar governo.
- Vamos a ver(...) se os republicanos não enterram o País...
Manuel Teixeira Gomes - que era um republicano convicto - teve este receio ao ver os gestos e as atitudes dos seus correligionários, pelo que, no tempo que passa, tal como aconteceu com a Primeira República, nos pode vir a acontecer o mesmo pela insensatez dos homens que o Poder cega aos entendimentos políticos.
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