Nuvens a mais...
As maiorias políticas não são maiorias aritméticas, porque as primeiras fundam-se em conjugações sociológicas de uma mesma vontade eleitoral, enquanto as segundas se fundam na soma de votos com vontades eleitorais diferentes.
Por isso, acho risível que andem por aí os entendidos do costume - a começar pela candidata à PR do BE - que o Presidente da República ao não ter dado indigitado António Costa para formar Governo, excluiu "um milhão de portugueses" ou seja, os votantes no PCP e no BE.
Por isso, acho risível que andem por aí os entendidos do costume - a começar pela candidata à PR do BE - que o Presidente da República ao não ter dado indigitado António Costa para formar Governo, excluiu "um milhão de portugueses" ou seja, os votantes no PCP e no BE.
Não pensam, porém, mo óbvio.
Como os programas daqueles partidos são contrários - em muitos pontos programáticos - aos da tradição da cultura e interesses polítidos nacionais e europeus, estes partidos não foram banidos, porque, eles mesmos se auto-excluíram, pelo que o argumento não faz sentido e é isto que o Partido Socialista não percebe ao querer a todo o custo construir com eles uma unidade.
E isto faz-me pena.
Agora andam à procura dum programa comum, como se isso fosse possível do ponto de vista político e sociológico, pelo que, se esta pseudo maioria fosse experimentada no Governo não convencia ninguém a começar pelo BCE - o Banco Emissor - que não mais admite que criemos dívidas sem criarmos riqueza, não nos permitindo que agíssemos como se tivéssemos moeda própria.
Como é que o Partido Socialista entrou nesta "salganhada"?
Este Partido responsável que, louvavelmente apresentou um programa macroeconómico onde estavam todas as "contas certas" e António Costa apresentou no primeiro debate com Passos Coelho, neste momento, aquele programa - com as concessões já feitas pelo PS - já caiu pedra sobre pedra e custa ver o seu co-autor de braço dado com António Costa em reuniões com o PCP e com o BE, que habilmente, estão a desfigurar aquele documento que largas horas levou a elaborar
Penso que Passos Coelho depois de cair - como tudo leva a crer- não deve, se lhe for proposto pelo PR assumir um Governo de gestão, mas deve deixar que esta esquerda multifacetada de muitas esquerdas seja empossada, um motivo que me leva a pensar no silêncio ensurdecedor de Mário Soares, que sabe como ninguém que um Governo destes não tem consistência para governar Portugal.
Que estes senhores que andam agora a "enfiar o barrete ao Povo" entendam de uma vez para sempre que as maiorias autênticas são políticas, não são aritméticas, pelo que jamais deixarei de criticar o PS de andar metido nesta embrulhada que vai ter - a concretizar-se - dois prejuízos:
- Em primeiro lugar para Portugal.
- Em segundo lugar para o Partido Socialista que vai pagar muito caro se a aventura for por diante.
Caramba! Mas não há ninguém no Partido Socialista que chame à razão António Costa?
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