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quarta-feira, 18 de setembro de 2013

O "papagaio" do costume...

 

Gravura publicada pelo Jornal "A Paródia" de 16 de Maio de 1900


Em S. Bento, há muito tempo que desapareceram os antigos tribunos que desafiavam paixões acaloradas - mas vividas na compostura do respeito humano pelo outro - ao contrário de uns certos  "papagaios" hodiernos, cumpridores zelosos de cartilhas partidárias complexas e indecifráveis ao comum dos mortais e, como acontece, por esse motivo e outros, há os que são mais palradores - por vaidade, falta de senso, eleitoralismo ou por tolice de amor próprio a mais - e os que são menos - por falta de jeito, modéstia mal disfarçada ou por vergonha do papel que fazem - pesam as palavras... sem, contudo, deixarem de o ser.
Mas, o "papagaio" que mais incomoda é o que, por tudo e por nada, do alto do seu poleiro, tendo sempre debaixo de olho o poder que tem de ser conquistado a todo o jeito e o mais depressa possível, não perde um só motivo de tentar agradar ao seu eleitorado e, ao mesmo tempo, deitando uma bicada, no eleitorado do vizinho, a ver se pega... a bicada e o voto resultante, donde resulta uma das  coisas menos positivas da Democracia por ser geradora dos demagogos, dos  fala-barato... dos tais "papagaios"...
Vejamos o porquê deste arrazoado.
O Governo, conforme o acordado com os representantes dos credores internacionais na 7ª avaliação do cumprimento do resgate tem de cumprir para 2014 a meta de 4% do Produto Interno Bruto (PIB), mas anunciou, que no encontro a decorrer com a "troika" (8ª e 9ª avaliações) o propósito de propor 4,5%, no sentido de dar mais folga aos sacrifícios dos portugueses.
Vai daí, o "papagaio" do costume - António José Seguro - disse, alto e bom som, que não senhor. Ele, do alto do seu "poleiro" ia propor a meta de 5%.
Ora toma... é para saberes quem fala melhor e mais alto!
E assim vai este País que bem merecia ter não "papagaios" em busca de votos - as eleições autárquicas são a 29 de Setembro - mas homens responsáveis e respeitadores da inteligência colectiva do povo que somos.
Àquele - diga-se o Governo -  que propõe a alteração de uma meta acordada, o facto de tentar a sua alteração num sentido mais favorável  ainda se pode entender,  mas ao outro - o PS pela voz de António José Seguro -  sabendo que é uma inutilidade a sua proposta, a sua atitude só não é infantil porque na subtileza do número vai uma carrada de estudo malicioso - e manhoso - de demagogia e de populismo própria de políticos carreiristas e não de um homem de Estado, que são hoje,  em Portugal, uma miragem longínqua.
 

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