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quinta-feira, 26 de setembro de 2013

A água é mais forte que a rocha



Sê tu mesmo, e o mundo será mais rico e mais belo. Mas se não fores capaz disso, se fores mentiroso e covarde, o mundo será pobre, e então necessitará de uma melhoria. (Hermann Hesse)

 

Faço um desafio para que nos debrucemos sobre o perfil do homem que foi Hermann Hesse, prémio Nobel da Literatura em 1946, porque há-de ser sempre o pensamento dos mestres que nos pode ajudar a construir um mundo melhor.

Sê tu mesmo, quer dizer que devamos ser íntegros no cumprimento dos bens naturais que recebemos à partida nesta aventura de viver a que fomos chamados, na certeza que esses bens são pródigos de rendimentos profícuos quanto á condução da vida, se não formos mentirosos e covardes.

Sê tu mesmo, quer ainda dizer que nem sempre estamos obrigados e viver dentro das normas comportamentais de benevolência para com uma parte do mundo nem sempre correcta – sobretudo, quando esta se posiciona influente mercê do seu domínio sobre o dinheiro, em obediência a uma “bíblia” espúria – tomando, desse modo, uma atitude mentirosa quanto aos meios que usa e covarde perante a força que desencadeia contra os mais fracos.

Sem me fazer acusador de ninguém – porque a tal me obriga a contenção da ortodoxia moral  - penso que nos cumpre no tempo que passa, de tanto génio exaltado e tanta violência de palavras, chamar a atenção para outro conceito de Hermann Hesse, quando nos diz que a água é mais forte que a rocha e ser, por isso,  importante para o colectivo da Nação chamar à colação o sentido espiritual que deve unir a frágil água que somos contra a rocha que eles dizem que são.

Portugal não é um País violento mas está desperto – e muito bem – para as injustiças de um mundo em que é a regra passou a ser o domínio do dinheiro que em grande parte justifica que: Certamente há situações, cuja injustiça brada aos céus. Quando populações inteiras, desprovidas do necessário, vivem numa dependência que lhes corta toda a iniciativa e responsabilidade, e também toda a possibilidade de formação cultural e de acesso à carreira social e política, é grande a tentação de repelir pela violência tais injúrias à dignidade humana. (1)

Eis, porque, em determinadas situações – como a actual – no pensamento da própria Igreja romana, pode ser grande a tentação de repelir pela violência o que está acontecendo, mas não esquecendo que devemos uns aos outros, mesmo àqueles que no cumprimento das suas funções oficiais nos impõem directivas resultantes de sermos insolventes e estarmos dependentes, compreensão para o momento que passa.

E que o pensamento de Hermann Hesse nos ajude: Sê tu mesmo, e o mundo será mais rico e mais belo, ou seja, sejamos nós mesmos, reagindo, mas não insultando ou violentando, porque a insurreição dos espíritos não conduz à paz, pois nunca se pode combater um mal real à custa de uma desgraça maior (2)
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(1)  - Populorum Progressio, nº 30

2)  - Populorum Progressio, nº 31

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