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quarta-feira, 1 de maio de 2013

QUEM AJUDA A LEVANTAR PORTUGAL?

Gravura publicada pelo Jornal "A Corja" de 23 de Setembro de 1898
Conta a História que o velho e garboso Portugal que andou pelo Mundo a descobrir e colonizar novas paragens em 26 de Setembro de 1898 por via da chamada Convenção franco-alemã que incluía no artº 3º a partilha das colónias portuguesas, sofreu o primeiro abalo no porte altaneiro da sua estatura, tudo isto como resultado imediato das desavenças que eram conhecidas entre os Partidos políticos de colocarem as suas ambições acima dos interesse nacionais - um mal de que ainda sofremos -  advindo daí, a caricatura que se reproduz, de um Portugal vestido de libré e de formidáveis suíças, com ar desleixado e submisso.
É certo que nos levantamos e conseguimos manter as colónias, enquanto foi possível, remado durante anos - mas anos demais - contra ventos e marés.
Coisas que a História tece!
Hoje, é evidente, acabou-se a libré, mas a postura erecta que tomamo mesmo nos areópagos internacionais é uma impostura, porquanto, continuamos vergados ao mesmo duo franco-alemão, que agora já não cobiça as joias da coroa, mas nos impõe o jugo avassalador dos juros agiotas, que são um garrote que nos espreme de tal jeito, que vivemos quase asfixiados.

Gravura publicada pelo jornal "Riso Mundial" de 10 de Julho de 1947 

Impõe-se, por isso, perguntar: quem ajuda a levantar Portugal?
Mas não tenhamos ilusões: temos de cuidar de nós mesmos, porquanto, o mundo europeu
que consentiu o abraço que lhe demos, é cruel, não cuidando que transporta dentro de si, potencialmente, uma guerra económica e impiedosa contra os Países - como o nosso - que esbanjaram à tripa-forra.
Falando de nós, temos de concluir que foram anos de um falso-riquismo, consumindo o dobro do que produzíamos, tenso até - pasme-se! - ido na falácia de abandonarmos os campos e o mar que temos à porta, vivendo como se fôssemos as cigarras da quinta, desleixadas e madraças, sem cuidarmos que de nada nos vale, agora, sermos o Pais europeu com as fronteiras mais antigas que se conhece, porque eles, com especial acuidade para a Alemanha, continua a impor-nos o garrote como já o fez - e continua a fazer - à velha Grécia da cultura filosófica e humanista que em 508 a.C. criou em Atenas a democracia em alternativa à tirania reinante.
Mas de nada lhes valeu este valor histórico.
Como de nada nos há-de valer a antiguidade do povo que somos, porque o garrote dos juros acompanhando o capital emprestado não conhece outros valores que não sejam os ditados pela economia desumana para a qual não há almoços grátis.

    
      

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