Deus ao chamar
os homens à existência passou a olhar benevolentemente para eles, como
testemunha a revelação que fez de Si mesmo através de Abraão, dos Patriarcas,
de Moisés e dos profetas do Antigo Testamento, até ao tempo em que falou pelo
Filho, Jesus, segundo as Palavras que O revelaram quanto aos seus desígnios e
vontades, tendo confiado, depois, a continuação da Revelação aos apóstolos e à
Igreja, onde passou a brilhar a Luz perene do Espírito Santo.
Revelação é,
pois, um conhecimento actuante de Deus que deu ao homem com o advento da Boa
Nova a graça de ultrapassar o que estava “velho”, dando-lhe a novidade de um
tempo mais propício ao entendimento de se poder alcançar a plenitude do ser e
dos valores, em ordem a ser atingida a verdade e santidade divinas.
A Revelação
divina quer dizer, que ao vir dos céus, tem como particularidade peculiar o
facto de ser perpétua e imutável, o que lhe confere o direito de jamais ficar
ultrapassada e de nunca poder vir a ser alterada pelo homem, donde se infere
que toda a transmissão de Deus que se encontra na Bíblia Sagrada, é a sua
Palavra fiel, tal como foi revelada desde o princípio até à plenitude dos
tempos, segundo os seus altos desígnios.
Temos assim,
que a Revelação ao apontar para o tripé fundamental da acção do homem centrada
com a vontade de Deus, através da fé, esperança e caridade, sendo um plano de
vida terrena mas imbricado no poder da graça que a torna existente para além da
sua finitude temporal, leva-nos a concluir que o “homem velho” ao ceder ao
chamamento de um mundo novo, deixa que se renove em si toda a concepção de
novos ideais que o lançam definitivamente na aventura de viver com uma nova
liberdade à conquista do banquete celestial e do hino eterno, onde os acordes
da divindade passaram a ganhar melodias com sentido.
Tudo assim
está plasmado no Novo Testamento, onde o chamamento ao homem renovado pelo
poder da Graça é a grande atitude de Deus imbricada na Mensagem de Jesus, que
não veio abrogar a Palavra inicial do Pai, mas completá-la através da Revelação
completa e final da sua vontade para todos os homens, pelo testemunho dos
Apóstolos guiados pelo Espírito Santo para lhes transmitir toda a verdade e,
assim, transparecesse, claramente, como eles confiadamente disseram, que aquele
poder extraordinário provinha de Deus e
não de nós. (2Cor 4,7), deixando, bem claro, que a Mensagem tinha como
destinatário, a procura do homem novo.
Eis, porque o
teólogo, não deixa, a propósito de citar a velha frase de Santo Agostinho: Fizeste-nos pata ti, ó Deus, e o nosso
coração está inquieto enquanto em ti não descansar.
É o “homem
novo” que enfim, despertou, um dia, naquele homem singular que viria a ser um
Santo e Doutor da Igreja, deixando-nos a extraordinária certeza que pela Graça
da Revelação o conhecimento de Deus torna-se possível ao ser humano.
A divindade,
com efeito, desde sempre procurou acercar-se do homem.
E assim, mais
perto, Deus quer ser um companheiro do caminho.
Um confidente
a quem se passou a dizer as alegrias, as angústias e as interrogações, pela
simples motivo do homem ter conquistado uma maior amplidão angular,
entendendo-se isto numa conduta espiritual, que o leva a ter uma mais nítida
percepção das coisas, pelo facto de ter passado a haver, por vontade divina
uma transcendência até então
desconhecida e onde Deus e a criatura passaram a formar um conjunto que é desde
sempre e assim será eternamente, o objectivo da divindade para o bem da
Humanidade.
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