S. Paulo, que havia aprendido na escola
rabínica de Gamaliel (2)
tornara-se, antes da sua conversão num estimado doutor de Leis, sendo na sua
juventude um apóstolo do farisaísmo e comparsa do ourives Demétrio, de quem se
demarcara, depois de ter entendido que há apenas um Deus e eram falsos todos os
deuses criados pelas mãos dos homens.
Passaram, entretanto, milhares de anos e
muita água correu debaixo das pontes e, no entanto, ainda no nosso tempo –
parece, até com redobrada incidência – os homens não se cansam de construir
para si mesmos falsos deuses, donde sobressaem: a ânsia de ter, o automóvel do
último modelo, o fato sempre na moda, quando não são, imagens ou ícones que se
adoram em vez do Deus verdadeiro, pondo antes de tudo o lucro fácil a troco de
tudo o que o possa conduzir aos seus desígnios.
A honra e a moral passaram a ser figuras
ultrapassadas. Meras figuras de estilo.
Demétrio, no tempo de S. Paulo é bem o
exemplo de como tudo isto faz subverter o homem, levando-o até à soleira mais
baixa do comportamento humano.
Desconfiado, que ele, pela verdade que
apregoava quando dizia que não havia deuses feitos por mãos humanas, lhe
estragaria o negócio, deu em vociferar,
querendo a todo o custo impor a sua verdade, que mais não era que um
embuste criado pela sua falta de escrúpulos.
Enfureceu-se o falso criador de deuses.
E deu-se, então. para quem o ouviu, aquilo
que hoje chamamos um fenómeno de massas. Alertados pelos gritos do
trapaceiro, juntou-se uma multidão que juntou a sua voz à do ourives.
Ontem, como hoje, a voz das trevas fez-se
ouvir. Acontece, assim, muitas vezes... vezes demais!
E um grito, uníssono, cortou os ares: - Grande
é a Diana (Artemis) (3) dos efésios.
E reinou a confusão.
E reinou a confusão.
Demétrio teve a arte de chamar à sua causa
em primeiro os seus pares e, logo, o povo pagão que ele enganava facilmente.
Serve esta reflexão para os tempos de
hoje.
De vez em quando, o mundo, faz renascer
homens como o velho ourives.
Pseudo-líderes de causas enganosamente afirmadas de deuses que tudo dão.
Pseudo-líderes de causas enganosamente afirmadas de deuses que tudo dão.
É preciso todo o cuidado com as afirmações
que produzem.
É que, há Demétrios por aí. Basta ler
certos jornais ou ouvir certos meios
audio-visuais.
Tocam todos os sinos a anunciar os falsos
deuses que querem fazer passar por verdadeiros e o que espanta, muitas vezes é
que o povo se deixa enganar, ficando do lado dos embusteiros.
Atenção, por isso, aos falsos deuses que
nos quer impor esta sociedade mercantilista que tendo perdido a honra e a
vergonha nos quer vender gato por lebre.
E o Deus único onde está?
Onde está a consciência individual e
colectiva onde Ele faz morada e sobre a qual – tantas vezes - se agigantam
negócios sujos, de vil ganância e repugnantes à nossa honra e moral.
Pesem, no entanto, os falsos deuses que andam
por aí à solta, todos temos de estar alerta, porque é preciso impor a Lei
verdadeira do único Deus que trazemos preso à nossa consciência de homens
grandes, não no tamanho, mas na força interior que há-de impor a verdade em cima de tantas mentiras e
atropelos à nossa dignidade de viver que não pode deixar de estar acima de
todos os falsos deuses que nos querem impor descaradamente.
(1) - Act 19, 24
(2) - Trata-se da deusa da mitologia grega Artemis, irmã gémea de Apolo, filha de Júpiter e de Latona. Protótipo de beleza e de moral, protegia os mancebos e as donzelas. Era a deusa da Lua. Mais tarde foi identificada pelos romanos como a sua Diana. Demétrio produzia fac-similes do templo e da estátua.
(3) - Mestre uma importante escola de leis, em Jerusalém
(2) - Trata-se da deusa da mitologia grega Artemis, irmã gémea de Apolo, filha de Júpiter e de Latona. Protótipo de beleza e de moral, protegia os mancebos e as donzelas. Era a deusa da Lua. Mais tarde foi identificada pelos romanos como a sua Diana. Demétrio produzia fac-similes do templo e da estátua.
(3) - Mestre uma importante escola de leis, em Jerusalém
Sem comentários:
Enviar um comentário