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segunda-feira, 20 de maio de 2013

OS "MENINOS" DIVERTEM-SE!

Gravura publicada na Revista "A Paródia" de 24 de Janeiro de 1900

De pouco ou nada importa saber os "meninos" que na altura se divertiam, possivelmente com coisas sérias e mereceram a expressiva caricatura de Bordalo Pinheiro que se reproduz.
O que conta é que a mesma espelha ainda hoje o que se passa com uns certos "meninos" que jogam numa roleta estranha, ao nível europeu e impensadamente - ou não! - andam a destruir a confiança que esteve na criação da moeda única.
Tudo começou com o resgate a Chipre.
Em Março passado os 17 países que utilizam esta moeda a nível da UE acordaram  medidas em que se destaca a inclusão das mesmas nos depósitos bancários - como condição para a concessão do resgate - impondo aos cipriotas que tivessem  depósitos acima dos 100.000 euros o pagamento de um imposto extraordinário de 9,9% e os restantes a pagar 6,7%. a incindir sobre os capitais depositados.
Soou a campainha de alarme, não admirando, por isso, que hoje os presidentes do BCP e do Banco Espírito Santo (BES) tenham apelado aos líderes europeus para que parem de «brincar com o fogo». Em entrevista ao «Financial Times», os dois banqueiros alertaram para a eventual propagação de um «vírus de Chipre».
Num artigo publicado domingo à tarde, na edição online do jornal britânico, com o título «Bancos portugueses temem vírus de Chipre», o presidente da comissão executiva do Millennium BCP, Nuno Amado, afirma que, «se alguém tivesse desenhado um plano para danificar o mercado europeu, teria sido difícil pensar em algo melhor» do que a solução aplicada em Chipre
.

Ou seja, os "meninos" de Bruxelas andam a divertir-se com as poupanças alheias, dispondo delas como se fossem pertença comum, o que não deixa de ser uma brincadeira perigosa.
Pessoalmente não posso ignorar o que é dito no nº 16 da  Enciclica "Rerum Novarum", citando S. Tomás de Aquino: É lícito que o homem tenha algo como próprio e, além disso, é necessário para a vida do homem. (S. Thoma. 2ª 2ª Quest. LXVI a. 2).
- E isto é lícito e necessário para a vida do homem, porque só a este pertence dar do que é seu no cumprimento de socorrer os indigentes com aquilo que lhe sobra, como ensina o Evangelho, mas não é lícito esbulhá-lo daquilo que lhe pertence de pleno direito.
Eis a razão da critica que é feita e que nós - embora sem corrermos o risco de sermos atingidos - não podemos deixar de sublinhar por se tratar de uma brincadeira de "meninos" sem respeito e sem vergonha.
Em nome de uma Economia falida vale tudo.
E não pode valer por se tratar de um imposto disfarçado, quando o que tem de valer é, ainda, a Igreja que o diz na Constituição "Gaudium et Spes" (nº 30).
 Os deveres  de justiça e de caridade cumprem-se melhor quando cada qual, contribuindo para o bem comum segundo as próprias possibilidades e as necessidades alheias, se preocupa também, e efectivamente,  com o desenvolvimento das instituições, tanto públicas como privadas, que servem para melhorar as condições da vida humana.
Deste modo, o que há a fazer é ensinar aos homens a Doutrina Social da Igreja e não fazer como fazem os "meninos" de Bruxelas letra  morta do que ela proclama e, depois, pela calada, ir ao bolso dos mais ricos´, utilizando a falsa doutrina humana, vesga  e ávida de bens que de direito não pertencem ao colectivo da sociedade, mas são coisa privada.
Isto, assim, é uma péssima diversão e os "meninos" têm se ser postos na ordem porque são mal comportados para lhes não chamar um nome que omito por decoro e por amor de mim mesmo.
Agora que há que ter juízo, lá isso é uma evidência.
E que acabe depressa a hora do recreio dos "meninos" e do uso capcioso da sua cartilha mal estudada.

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