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sexta-feira, 10 de maio de 2013


QUO VADIS, PORTUGAL?

 

 A expressão Quo Vadis? é atribuída a Jesus Cristo (Jo 16,5)  "E agora vou àquele que me enviou; e nenhum de vós outros me pergunta: Aonde vais?"
A mesma expressão, mas num contexto gnóstico é, também, atribuída a uma obra do séc. III "Actos dos Apóstolos Pedro e Paulo". Nesta obra a pergunta é também feita por Jesus, mas directamente a Pedro, que por exortação de seus irmãos devido ao medo da perseguição de Nero tentava fugir. Pedro o encontra na Via Ápia e lhe pergunta, "Aonde vais Senhor?" Quo vadis Domine? E o Senhor lhe responde: "Volto para Roma para ser crucificado", então Pedro entende, volta a Roma e dá a vida por Cristo.
Que tem isto a ver com aquilo que se passa em Portugal neste momento de crise, que não é só económica, mas moral e ética.
Quo Vadis, Portugal?
Aonde vais buscar a força que está faltando perante um "novo Nero" que te incendiou por dentro, bem ao contrário do que fez o Nero histórico do filme de Henryk Sienkiewicz, deixando-te inteiro, territorialmente, mas desfeito em dívidas e compromissos  cujas chamas vão demorar a ser apagadas e vão pedir esforços inusitados a várias gerações de portugueses?
Quo Vadis, Portugal?
Se quiseres, eu que sou um gão de areia - mas tenho na minha alma, inteiro, o meu dever de cidadão - vou dar-te um conselho: tendo começando por falar de um termo bíblico que está na raiz da pergunta, Quo Vadis,  digo-te que, à semelhança de Pedro - que ia a fugir com medo do Nero histórico - tu tens de fugir quanto antes do "Nero" do tempo actual, mas ao contrário de Pedro que voltou para Roma, para as garras do leão para ser crucificado, tu, meu velho Portugal, não queiras voltar para a "Roma de hoje "que mora em Bruxelas, e ergue-te por ti mesmo, honrando assim os compromissos que tens com todos aqueles que deixaram pobre, mas honrado.
Tu és capaz!
Atenta nisto: de que te serviu andares a fazer figura de rico, se agora o "Nero" do tempo que passa porque te emprestou dinheiro te quer escravizar, ao ponto, de internamente, os teus filhos desavindos pela crueza do "incendiário" tendo-te matado por dentro, não contente com o seu gesto, ao sugar a tua velha força de combate, fez de todos nós  combatentes sem lanças?
Quo Vadis, Portugal? Pensa bem onde vais.
Pensa bem no caminho que te conduz à "Roma de hoje" onde deixaste que te incendiassem os valores e as crenças antigas a troco de umas miseráveis migalhas que dão pelo nome de euros, quando o escudo - que até tem o nome de um utensílio de defesa - deve voltar a reinar, pesem embora, todos os desastres económicos que uns certos europeístas andam por aí a vaticinar.
Sai do euro e volta-te para a África, onde deixaste a tua marca, que nunca foi a de um País explorador e colonialista, porque deixaste a cultura da língua e a da própria arquitectura civil e religiosa a perpetuar no tempo a tua passagem de descobridor de novas terras para onde deves voltar, agora como um País amigo. 


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