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sábado, 25 de maio de 2013

As fotografias de Deus



Reflexão parafraseada sobre uma história de espiritualidade de autor desconhecido

Suzana com os seus doze anos sobressaía das outras meninas da sua idade pelo seu temperamento espiritual, considerado misterioso e incompreendido, a começar dentro da sua própria família.
Era assídua leitora de livros infantis, sobretudo, de todos aqueles onde o sonho e a aventura se misturavam com a espiritualidade da sua própria natureza, onde ela encontrava razões para viver e aprofundar todas as coisas que a pouco e pouco ia descobrindo.
Era uma menina de sonho e de sonhos.
Estremecida pelos pais, estes sentiam no seu comportamento algo que os inquietava, o que fazia terem por ela uma protecção exagerada, tendo em conta os modos  que a filha usava, deixando-os confundidos.
Bem ao contrário das meninas – e meninos – da sua idade, Suzana adorava noites de tempestade, com trovões e raios de luz rasgando os Céus e enchendo os ares.
Enquanto os demais da sua idade se refugiavam em casa, muitos deles agarrados às saias das mães ou esmagados nos braços fortes dos pais, a Suzana ficava de janela aberta olhando o Céu e alegrando-se quando este se fendia pelos raios e o seu quarto se iluminava daquela luz intensa.
Punha as mãozinhas ao alto e dava graças a Deus pelo espectáculo grandioso que Ele lhe na Sua Omnipotência lhe oferecia.
Os pais, sem que ela o suspeitasse, naquelas noites costumavam vigiá-la, sentindo que na filha morava um anjo de uma espiritualidade ardente que eles agradeciam por morar dentro do seu lar.
Até que um dia – alta noite - não contente com a cena que via de janela, sorrateiramente, saiu de casa e pôs-se a caminhar alameda fora fustigada pela chuva inclemente, a olhar o Céu e a agradecer a Deus sempre que um raio o rasgava e lhe iluminava por instantes o caminho.
Em casa, entretanto, fora dada a sua falta.
Os pais, aflitos, vencida a primeira estupefacção resolveram sair e correr alameda fora na esperança de encontrarem a pequena viandante da noite.
Assim aconteceu.
Num momento o Céu abriu-se e pareceu querer antecipar a primeira luz da madrugada pela intensidade dos clarões que rasgavam em zigue-zagues a amplidão dos espaços.
Foi então, que espantados e incrédulos, deram com a Suzana na posição do costume: - a olhar o Céu e de mãos postas a agradecer a Deus o espectáculo daquela noite.
- Que fazes aqui? – perguntaram.
A menina, serenamente, desfez as mãos postas, caminhou de braços abertos para os pais e disse: Estava a agradecer a Deus o facto de me ter tirado tantas fotografias... foram tantas, quantos os raios de luz que iluminaram o meu rosto. Espero que em todas tenha ficado bonita, porque sorri sempre a todos os raios que me iluminaram.
Naquela noite, para a pequena Suzana e seus pais – que aceitaram e compreenderam a resposta  - Deus tinha sido um fotógrafo único e excepcional e havia dado motivos de sobra à espiritualidade da pequena Suzana.
Assim os homens entendessem, que na vida, mesmo sem os raios de luz que anunciam as tempestades, Deus é sempre o fotógrafo de serviço e ninguém escapa na revelação das fotografias que Ele nos faz pela vida fora e, um dia, nos apresentará.
Como estará, cada um de nós, nas muitas fotografias que Deus nos vai tirando pela vida fora?
A Suzana, naquela noite ficou muito linda e, segundo se crê, assim aconteceu pela vida adiante, movida pela sua profunda espiritualidade.

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