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quinta-feira, 9 de maio de 2013

E TUDO O VENTO ... NÃO LEVOU!

  
O tema principal do filme - dos de maior êxito do cinema mundial - conduz o espectador à ação que teve lugar em vésperas da Guerra Civil Americana, durante e depois, no estado da Georgia, levando-o a assistir ao desvanecer dos privilégios.
E por cá?
A Revolução de 74 acabou com os privilégios? Muito longe disso.
Estabeleceu outros que são uma afronta ao povo trabalhador que enganosamente se tem deixado encurralar, consentindo com o seu voto para que a classe política - a coberto de uma Democracia coxa - viva acima dos direitos que são conferidos ao povo, no geral, no que se refere a regalias sociais.
É inquestionável que a classe política chamou para si interesses particulares com mordomias injustas de que ressaltam: subvenções vitalícias; ajuda pecuniária de reintegração na visa activa, ou seja, um modo de indemnização; cálculo da reforma por um processo que se desenquadra do geral do indivíduos, constituindo assim, uma parte do povo colocado acima do resto da sociedade, com a agravante de não prestarem contas, como acontece, agora, com o grande défice acumulado da dívida pública a que acrescem todos os buracos económicos resultantes de gestões desastrosas.
Assim, o que aconteceu, ao contrário do que nos transmite o excelente e famoso filme, entre nós,  nem tudo o vento levou!
Para quando, o fim destes e outros privilégios?
Para quando a responsabilidade dos políticos perante os seus eleitores?
Para quando a sociedade civil vai ter o poder de obstar que um qualquer poder político venha  a decidir pelo colectivo da Nação, ao contrário do prometido na campanha eleitoral?
A classe política tem o dever de respeitar os eleitores que votam no sentido de se criar riqueza e bens transversais a todos os cidadãos, bem ao contrário do que tem sucedido, quando se afunda a Nação como se a crise fosse obra que lhe escapou das mãos como se escapa a areia da praia.
Efectivamente, entre nós o povo bem pode dizer: E TUDO O VENTO...NÂO LEVOU!
E não levou porque não quer abdicar dos benefícios de que goza, quando a coisa pública é para servir e não para se ser servido por ela, o que nos leva a concluir que em Portugal a questão é posta ao contrário, quando a representação do povo devia ser um estímulo e não um modo de alcance de benefícios muito acima do que acontece com o povo trabalhador a quem é pedido o voto.
Mas, para tanto precisamos de rever a Constituição, porquanto o político tem de passar a responder por aquele ou aqueles que o elegeram, sendo por isso necessário e urgente dar maior poder ao cidadão com a admissão de listas concorrentes de cariz uninominal a um qualquer acto político que se destine a eleger responsáveis, ou seja, de eleger verdadeiros independentes e, não, de gente filiada e obediente ao Partido, seja ele qual seja.
É urgente reformar a política nacional a começar pela Constituição, abrindo-a, por exemplo, a  uma mudança do sistema eleitoral.
É urgente que entre nós se possa dizer - um dia - e com toda a propriedade o título do famoso filme de David Selznicks: E TUDO O VENTO LEVOU.



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