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terça-feira, 14 de maio de 2013

VOU TOCAR PARA O CÉU!


Quando a música dos homens - se a configurarmos com as palavras que nos dão se parece com os gritos de alma dos maus perdedores - como se neles residisse toda a coragem, honra e fama, mesmo depois de terem tocado por demais a mesma música enfadonha, o que resta é pegarmos na nossa trombeta e tocar para o Cu, a ver de do Alto nos chega mais um pouco de paciência para continuar a ouvir esta velha música que nos cansa, por ela nos chegar tão gasta e, sobretudo, porque a melodia há muito perdeu o encanto.
Um desses músicos enfadonhos é Mário Soares, por muito que me custe dar-lhe este nome, porquanto, reconheço a mais valia que teve e, possivelmente, sem se aperceber a tem perdido, porque a este homem era pedido que nos desse algo mais concertado do que a música tacanha de um dizer mal, só porque isto convém aos seus desígnios.
Não é a primeira vez que, de um modo manhoso - não encontrei outra palavra - nos vem dizer que Paulo Portas, agora no governo da Nação, está a perder créditos.
Hoje, assim aconteceu, mais uma vez.

"Paulo Portas, líder do segundo partido da coligação, tem sido humilhado de várias formas". Quem o diz é o ex-presidente da República, Mário Soares, no seu artigo de opinião publicado hoje no Diário de Notícias.
"Basta dizer que é a terceira figura do Governo e não a segunda, como seria normal", explica, acrescentando que os esforços de Paulo Portas para se impor não têm resultados práticos. "Traçou uma linha vermelha que afinal não respeitou", afirma, referindo-se às críticas que o ministro dos Negócios Estrangeiros fez à taxa sobre as pensões.
Mário Soares considera que "Passos Coelho, meteu-o na ordem e humilhou-o de novo, no próprio Parlamento, para que ficasse claro".
O histórico do PS apela ainda ao Presidente da República, Cavaco Silva, que "não seja cúmplice - ou pior, protector" do Governo, uma vez que "o Governo Passos Coelho está "moribundo".
"Tenha a coragem de o demitir, que o povo - e todas as classes sociais - agradecer-lhe-á", apelou ainda a Cavaco
                                            
Nota: Transcrito com a devida vénia do Jornal "Económico"

Lamento esta prosa de um conselheiro de Estado que dentro de dias vai reunir na sede própria onde estas coisas - que tem todo o direito de dizer - deviam ser ditas e não num órgão da comunicação social que lhe publica o seu mau génio.
Portugal não deve ser incendiado, mas amado, mesmo até quando as coisas não correm de feição ou há, como tem havido algo que devia ser resolvido no silêncio das paredes.
De que aproveita acender o rastilho numa Pátria destroçada, também por ele que não soube manter, como o seu Partido - nos longos anos de governação que já teve - o espírito que presidiu à Revolução de Abril que promete - ainda hoje! - no art. 9º da Constituição da República Portuguesa: Promover o bem-estar e a qualidade de vida do povo e a igualdade entre os portugueses, bem como a efectivação dos direitos económicos, sociais, culturais e ambientais, mediante a transformação e modernização das estruturas económicas e sociais.
Esta foi a promessa, ou seja, as ilusões que Mário Soares ajudou a inculcar no povo.
Mas, onde estão a qualidade de vida, a igualdade e aquele rol de direitos que haviam de mudar as estruturas económicas e sociais?
Onde ficou tudo isto?
É culpa só deste Governo, ou os Governos do PS, que S. E.xa chefiou e, também a Presidência da República, não lhe causam insónias?
Não.
Eu não ouço - isto é - não leio mais a  música deste homem.
Vou tocar para o Céu, para que Deus tenha piedade de Portugal que com música desta não se regenera.
Noutro plano - não político que é uma arte nobre e em nós ainda está para ser - no séc. xx, antes de morrer, Guerra Junqueiro que tinha consciência do mal que fizera à sociedade pelo seu exacerbado ódio à Igreja que confundiu com os homens que a serviam, num certo dia ao ver o desconcerto em que Portugal andava, disse ao seu confrade Raul Brandão:
- Meu Deus, como isto anda! E eu culpado de tanta coisa!
Meu Deus - digo eu - como Tu sabes agir nos homens superiores!


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