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segunda-feira, 1 de dezembro de 2014

Coisas da I República (5)



in, Jornal "O Ze" de 8 de Maio de 1913 denuncia
 "o clarão pombalino do século XX" levado à prática por Afonso Costa.




Republicanos sim, mas não desvairados, aconselhava na sua edição de 8 de Maio de 1913 o jornal "O Zé", que embora alinhasse com a República, se rebelou contra a "Lei da Excepção" que mereceu de Miguel Dias Santos, no seu livro "A Contra Revolução na I República (1910-1919)" este pequeno excerto que se transcreve com a devida vénia:


Quanto aos monárquicos não era possível esconder o desagrado provocado pela chegada de Afonso Costa ao governo, receando ainda mais inversão radical do regime para a "estrema-esquerda". O Dia resumia assim o seu legado político: " Fez a lei da separação com a expropriação dos bens religiosos para o Estado, (...)

Nota: a gravura (in, Portal da História) foi introduzida 
para ilustrar o texto que estamos a reproduzir e, na qual,
 o ódio à Igreja levado a cabo pela Maçonaria 
de braço dado com o Estrado instituído atingiu as raias da loucura 

(...) desterrou os bispos, desterrou os párocos, como desterra para Àfrica e para a India os juízes, fez a lei do inquilinato e as outras famosas leis do provisório, obrigou as leis de excepção a título de defesa da república e representando, evidentemente, uma pequena minoria, com ela tem governado e dominado um País, em que não tem raízes na tradição, nem na vontade nacional. Durante anos Afonso Costa concentrou o mais entranhado ódio político dos adversários da república, incluindo mais tarde republicanos da oposição.(...)


Assim começou a República tão defendida, ainda, por uns certos senhores que não de cansam de falar dos "ideais republicanos" e, hoje - isto é de pasmar - ainda defendem com "unhas de dentes" o regime e os seus próceres.

O que aqui fica é, apenas, um fogacho memorialista de um tempo cruel, que se devia esquecer para sempre, se não fosse, haver ainda, nos tempos que passam os saudosistas das façanhas ditatoriais daquele antigo Ministro da Justiça, cuja balança desequilibrada fez revoltar contra a sua crueza outros republicanos mais asisados, ou melhor dizendo, menos "esquerdistas" convencidos como estavam - e como devem estar os do nosso tempo - que com a esquerda radical nada se constrói, que não seja a divisão centrada num maniqueismo iníquo, que é sempre um extremar de posições de que nada, nem ninguém aproveita.


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