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segunda-feira, 1 de dezembro de 2014

Uma reflexão de Natal na primeira semana do Advento



Ele veio para o que era seu
e os seus não o receberam.
Jo 1,11



Em Belém, no acto de nascer, Jesus foi considerado um estranho e abertamente ignorado. Pelo relato que nos é transmitido não houve qualquer acto de violência física contra sua Mãe e S. José; o que aconteceu é que, não havia lugar para o Menino nascer com as comodidades que merece qualquer mulher que dá à luz o fruto do seu ventre, o que não deixou de ser um acto violento contra a Santa Mãe.

Como agora acontece, as gentes da cidade de David iluminada pela Estrela propícia de Deus estavam muito ocupados com os seus negócios para poderem entender que havia de ser no frio daquela noite que a Humanidade encontraria o calor de uma religião anunciada desde o princípio dos tempos.

Sobre a Estrela que iluminou os Magos não tardou quem dissesse que esta teria sido um cometa, e até lhe deram um nome: Halley, e outros, asseveraram que teria sido uma Dança de Júpiter, enquanto fenómeno astrológico que considerava Júpiter a estrela real que o vulgo associava a reinados e coroações e houve, até, quem dissesse que se havia tratado de uma Novae a estrela que subitamente aumenta o seu brilho e que só pode ser observada com potentes telescópios no espaço de algumas horas ou dias.

Não disseram esses entendidos que o Mistério que conduziu os Magos foi uma acção directa de Deus, começando com eles a desnaturação da divindade, como se não fosse através da sua acção intercessora começada nas primeiras auroras do homem, que o Menino que procurava acolhimento - pesasse embora o fulgor daquela Estrela que tinha o brilho que lhe estava destinado – não tivesse merecido o calor de uma brasa naquela noite fria de Belém.

Não se importavam que Jesus nascesse ali desde que não fossem incomodados, razão por que, indiferentes aos pedidos dos pais, estes que encontrassem lugar para o Menino nascer. Dentro da cidade não havia lugar. Do mesmo jeito que haviam rejeitado o Criador, o Menino que fosse nascer para os subúrbios da cidade onde, no meio dos montes estavam os estábulos dos animais, deixando ficar as estalagens para todos aqueles que a tinham procurado para responder ao senso de César Augusto, quando eles estavam ali para cumprir o mesmo dever cívico.

Se nos debruçarmos sobre o acontecimento que expulsou para longe dos muros da cidade o Menino-Deus que ia nascer, colocada num mísero leito de palha, entre um boi e um burro, ressalta à evidência que é o calor destes animais que retrata, criticamente, a solidariedade humana que não achou maneira de encontrar lugar para Jesus, numa só que fosse, das estalagens de Belém.

Esta indiferença tem cabimento na inimizade que tem existido numa parte considerável em todas as sociedades – e em todos os tempos – contra a religião que o Menino viria a instaurar, acontecendo o mesmo no nosso tempo.
Na altura não O acolheram. Não o queriam dentro de Belém. Agora, há quem O não queira no mundo, o que é bem pior, fazendo d’Ele um estranho que se intromete nas vidas dos homens que O rejeitam.

- Foi assim no começo, e agora que Jesus continue a sofrer a mesma sorte.

Parece ser o que nos diz esta Europa descristianizada que cerra o punho sempre que o seu nome é ouvido. A Europa quer estar sem Jesus, fazendo  finca-pé todos os que, não só se orgulham de ser homens sem religião como se ufanam de ser homens contra a religião, mas entregando-se de bom modo nos braços de um ateísmo militante que está a corroer as Nações.

Porquê tanta pilhagem às coisas de Deus?


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