in, jornal "i" de 24 de Dezembro
Papa à Curia Romana:
quinze doenças e tentações para um exame de consciência
Nota: A foto e o texto foram captados à Rádio Vaticano
Ao apontar estas quinze doenças
ou tentações o Papa Francisco esclarece que não dizem respeito apenas à Cúria
Romana mas são um perigo para qualquer cristão, diocese, comunidade,
congregação, paróquia e movimento eclesial.
O Papa Francisco observou que “seria
belo pensar na Cúria Romana como um pequeno modelo de Igreja, ou seja, como um
corpo que tenta seriamente e quotidianamente de ser mais vivo, mais são, mais
harmonioso e mais unido em si próprio e com Cristo.”
O Santo Padre afirmou ainda a
Igreja não pode viver sem ter uma relação vital, pessoal e autênctico com
Cristo. “Vai-nos ajudar o catálogo das doenças, na esteira dos padres do
deserto” – afirmou o Papa Francisco que passou a apresentar as quinze doenças
ou tentações:
- Sentir-se imortal ou indispensável – “Uma Curia que não faz auto-crítica, que não se atualiza é um corpo enfermo”. É o “complexo dos eleitos, do narcisismo”
- Martalismo – provêm de Marta – é a doença do excesso de trabalho – os que trabalham sem usufruirem do melhor. A falta de repouso leva ao stress e à agitação
- A mentalidade dura – ou seja, quando se perde a serenidade interior, a vivacidade e a audácia e nos escondemos atrás de papeis, deixando de ser “homens de Deus”;
- A excessiva planificação – “quando o Apóstolo planifica tudo minuciosamente e pensa que assim as coisas progridem torna-se num contabilista”. É a tentação de querer pilotar o Espírito Santo;
- Má coordenação – quando se perde a comunhão e o “corpo perde a sua harmoniosa funcionalidade”;
- O Alzheimer espiritual – esquecer a história do encontro com Deus. Perda da memória com o Senhor. Criam muros e são escravos de ídolos.
- Rivalidade e vã glória – quando o objetivo da vida são as honorificiências. Leva-nos a ser falsos e a viver um falso misticismo.
- Esquizofrenia existencial – “vivem uma vida dupla fruto da hipocrisia típica do mediocre e do progressivo vazio espiritual que livenciaturas e títulos académicos não podem preencher”. Burocratismo e distância da realidade. Uma vida paralela.
- Mexericos – nunca é demais falar desta doença. Podem ser homicidas a sangue frio. “É a doença dos velhacos que não tendo a coragem de falar diretamente falam pelas costas”. Defendamo-nos do terrorismo dos mexericos;
- Cortejar os chefes – Carreirismo e oportunismo. “Vivem o serviço pensando unicamente àquilo que devem obter e não ao que devem dar”. Pode acontecer também aos superiores
- Indiferença perante os outros – quando se esconde o que se sabe. Quando por ciúme sente-se alegria em ver a queda dos outros em vez de o ajudar a levantar”;
- Cara fúnebre – para ser sérios é preciso ser duros e arrogantes. “A severidade teatral e o pessimismo estéril são muitas vezes sintomas de medo e insegurança”. “O apóstolo deve esforçar-se por ser uma pessoa cortês, serena, entusiasta e alegre e que transmite alegria...”. “Como faz bem uma boa dose de são humorismo”;
- Acumular bens materiais – “Quando o apóstolo tentar preencher uma vazio existencial no seu coração acumulando bens materiais, não por necessidade, mas só para sentir-se seguro”;
- Círculos fechados – viver em grupinhos. Inicia com boas intenções mas faz cair em escândalos;
- O lucro mundano e exibicionismo – “quando o apóstolo transforma o seu serviço em poder e o seu poder em mercadoria para obter lucros mundanos ou mais poder.
O Papa Francisco concluiu o seu
discurso recordando de ter lido uma vez que “os sacerdotes são como os aviões,
fazem notícia só quando caiem...”. “Esta frase” – observou o Papa – “é muito
verdadeira porque delineia a importância e a delicadeza do nosso serviço
sacerdotal e quanto mal poderia causar um só sacerdote que cai a todo o Corpo
da Igreja”. (RS)
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