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domingo, 14 de dezembro de 2014

Os perigos do Estado laicista



Capa do Livro


"Força e Fraqueza da Religião" é um livro do sociólogo alemão Bernhard Haring (1912-1998), onde o autor ao dar-se conta de um assinalável número de fiéis leigos que servem a Igreja e as actividades humanas que elas promovem nas sociedades, em campos como, os da cultura, da economia, no campo social, artístico e político, cumprem tão só, a finalidade de serem "sal da terra", salgando-a da sobrenaturalidade que existe na condição humana.

No capítulo dedicado à "Religião e Política" (pág. 165) ao situar-se no sub-capítulo: O PERIGO RELIGIOSO DO LAICISMO, num dado ponto, afirma:


O conceito do Estado laicista corresponde exactamente ao princípio liberal em economia, segundo a qual esta constitui uma esfera autónoma, que tira de si mesma a sua própria energia e as suas próprias normas (...) para mais adiante concluir: Com a mesma energia com que repudiamos a concepção, já antiquada, da economia do liberalismo clássico, devemos igualmente, e em nome dos mesmos princípios cristãos, repudiar o Estado laicista que, no fim de contas, nasceu duma consciente oposição ao cristianismo. Não só promoveu a separação da Igreja do Estado e recusou toda a colaboração positiva entre ambos,  como até então não se cansou de premeditadamente querer arrumar a religião cristã na "doce tranquilidade" da sacristia.


Bernhard Haring viveu todo o século XX a cogitar neste e noutros problemas da sua área interventiva na sociedade do seu tempo, que é, ainda a nossa, pelo que o problema que ele coloca dos perigos a que se expôem as sociedades tuteladas por um Estado laicista - ainda que aqui e acolá, como acontece entre nós se vejam fugazes lampejos de colaboração - temos de concluir que o laicismo do poder, tem como consequência directa da sua ausência espiritual na sociedade, fazer deliberadamente, um atropelo ao direito natural dos cidadãos que trazem todos no acto de nascer, a marca de Deus, pelo que este estado de coisas cria nos mais débeis a deformação de uma condição congénita.

É por isso, que paulatinamente, o Estado laicista está a levar muitos cidadãos a conformarem-se  com uma religião limitada ao privado, como se a Igreja não pudesse, nem devesse, intrometer-se na actividade temporal do século, que, muitas vezes, levam que os cidadãos menos atentos considerem como lícitas as injustiças do poder que ferem a licitude dos princípios morais em obediência às leis do tempo, pelo que, os que, não se revejam nelas têm o direito de reagir quando sentem que estão feridas as leis que lhe foram outorgadas pelo seu próprio nascimento, injustamente desviado pela sociedade laicista - de onde emerge o Estado -  de continuar o percurso de vida centrado com a lei natural, que é superior em todos os aspectos à lei dos homens.

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