Gravura publicada pela Revista "O Occidente"
de 8 de Maio de 1882
D. José I, rei de Portugal (1750-1777) - que foi a causa mais próxima do "Processe dos Távoras" - assistiu impávido e sereno à tortura e assassinato de toda aquela família, mercê da barbaridade levada a efeito pelo seu maquiavélico Primeiro - MInistro, o medonho Marquês de Pombal - quando toda a culpa lhe cabia - não merece ser lembrado, pesem embora, as reformas que o seu reinado operou, porque o terror de que encheu de sangue o local do martírio, em Belém, é uma nódoa de tal monta que a beleza que Machado de Castro imprimiu à estátua do Terreiro do Paço não lhe é de todo merecida.
É um monumento lindo a perpetuar alguém que foi um rei devasso a quem a própria filha D. Maria I que lhe sucedeu, não lhe honrou a memória, desterrando da corte o tenebroso Marquês de Pombal, que efectivamente, sem o ter sido, foi um "rei" sem trono mas coberto pela consciência pesada de um rei que não o devia ter sido.
D. José I, limitou-se a assinar por baixo e a consentir os desmandos mais soezes que alguma vez se viram em Portugal.
Admire-se, no entanto, a arte do estatuário que é um dos nomes maiores em Portugal daquela arte nobre.
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