Quem de vós estiver sem pecado atire-lhe a primeira pedra!
(Jo 8, 8)
O episódio bíblico da "mulher adúltera" é um dos mais conhecidos do Livro Sagrado.
De acordo com o texto, Jesus havia regressado do seu retiro no Monte das Oliveiras e antes do nascer do Sol estava junto do Templo, o lugar privilegiado onde os falsários doutores da Lei mosaica - que pregavam e não faziam o que apregoavam - gostavam de O provocar escudados no oráculo que guardara em temos idos a Arca da Aliança, antes do seu desaparecimento, ao que parece, quando Nabucodonosor invadiu o reino de Judá que abarcava a cidade de Jerusalém.
Naquela manhã, aos repelões e até por arrastamento, coberta de pó e de maus tratos colocaram aos pés de Jesus uma mulher apanhada em flagrante adultério, enquanto todos à uma fizeram uma roda sinistra apupando com injúrias a mulher, ao mesmo tempo que de dedos acusadores em riste, numa galhofa reles própria de homens que seguiam uma Lei onde faltava qualquer sinal de misericórdia invectivaram Jesus, a quem numa raiva mal contida lembraram a Lei, bem longe de saberem que Ele estava entre eles para a abrogar:
- Mestre, esta mulher foi apanhada a pecar em flagrante adultério. Moisés, na Lei, mandou-nos matar à pedrada tais mulheres.
- E tu que dizes?
Para aqueles homens malsãos, desta vez, a armadilha ia resultar...
Jesus estava apanhado!
A armadilha - mais uma! - não tinha escapadela.
A Lei falava bem alto!
Mas tal não aconteceu.
Dobrando-se sobre si mesmo, postando-se bem junto da mulher ajoelhada a seus pés, enigmaticamente, com um dos dedos da mão começou a escrever no chão, sem que os fariseus cessassem de o interpelar, até que, num dado momento, erguendo-se e olhando-os de frente - de cara a cara - disse-lhes:
- Quem de vós estiver sem pecado atire-lhe a primeira pedra!
Foi uma pedrada no charco imundo daqueles homens impuros...
E, de novo, tendo-se inclinado continuou a escrever no chão e sem ter dito mais uma palavra deu que, um por um, aqueles acusadores assanhados - a começar pelos mais velhos, portanto, os que mais se sentiram atingidos por aquilo que Jesus dissera - saíram todos até restar no largo fronteiro do Templo, Jesus e a mulher adúltera.
Foi, então, que Ele se ergueu e tendo convidado a mulher a fazer o mesmo, cheio de doçura no olhar e com modo brando, perguntou-lhe:
- Mulher, onde estão eles? Ninguém te condenou? - ao que ela respondeu:
- Ninguém, Senhor.
Foi então, que cheio de misericórdia exclamou:
- Também Eu não te condeno. Vai e de agora em diante não tornes a pecar.
Alguns exegetas declaram que a mulher que Jesus protegeu de ter tido uma morte selvagem pelo apedrejamento, era Maria Madalena que os textos bíblicos relatam não mais ter deixado de acompanhar Jesus.
Tendo acreditado que Ele era o Messias não deixou de estar presente no Calvário, tendo sido ela que no sábado após a crucificação rumou a Jerusalém para comprar perfumes com a finalidade de preparar o Corpo de Jesus, como era na época um costume funerário, tendo-lhe cabido a tarefa da ida ao sepulcro e, embora, o tivesse encontrado vazio consolou-se com a dita de ter sabido que o Mestre tinha ressuscitado indo a correr levar a grande notícia - a causa da nossa crença - aos apóstolos.
De acordo com o texto, Jesus havia regressado do seu retiro no Monte das Oliveiras e antes do nascer do Sol estava junto do Templo, o lugar privilegiado onde os falsários doutores da Lei mosaica - que pregavam e não faziam o que apregoavam - gostavam de O provocar escudados no oráculo que guardara em temos idos a Arca da Aliança, antes do seu desaparecimento, ao que parece, quando Nabucodonosor invadiu o reino de Judá que abarcava a cidade de Jerusalém.
Naquela manhã, aos repelões e até por arrastamento, coberta de pó e de maus tratos colocaram aos pés de Jesus uma mulher apanhada em flagrante adultério, enquanto todos à uma fizeram uma roda sinistra apupando com injúrias a mulher, ao mesmo tempo que de dedos acusadores em riste, numa galhofa reles própria de homens que seguiam uma Lei onde faltava qualquer sinal de misericórdia invectivaram Jesus, a quem numa raiva mal contida lembraram a Lei, bem longe de saberem que Ele estava entre eles para a abrogar:
- Mestre, esta mulher foi apanhada a pecar em flagrante adultério. Moisés, na Lei, mandou-nos matar à pedrada tais mulheres.
- E tu que dizes?
Para aqueles homens malsãos, desta vez, a armadilha ia resultar...
Jesus estava apanhado!
A armadilha - mais uma! - não tinha escapadela.
A Lei falava bem alto!
Mas tal não aconteceu.
Dobrando-se sobre si mesmo, postando-se bem junto da mulher ajoelhada a seus pés, enigmaticamente, com um dos dedos da mão começou a escrever no chão, sem que os fariseus cessassem de o interpelar, até que, num dado momento, erguendo-se e olhando-os de frente - de cara a cara - disse-lhes:
- Quem de vós estiver sem pecado atire-lhe a primeira pedra!
Foi uma pedrada no charco imundo daqueles homens impuros...
E, de novo, tendo-se inclinado continuou a escrever no chão e sem ter dito mais uma palavra deu que, um por um, aqueles acusadores assanhados - a começar pelos mais velhos, portanto, os que mais se sentiram atingidos por aquilo que Jesus dissera - saíram todos até restar no largo fronteiro do Templo, Jesus e a mulher adúltera.
Foi, então, que Ele se ergueu e tendo convidado a mulher a fazer o mesmo, cheio de doçura no olhar e com modo brando, perguntou-lhe:
- Mulher, onde estão eles? Ninguém te condenou? - ao que ela respondeu:
- Ninguém, Senhor.
Foi então, que cheio de misericórdia exclamou:
- Também Eu não te condeno. Vai e de agora em diante não tornes a pecar.
Alguns exegetas declaram que a mulher que Jesus protegeu de ter tido uma morte selvagem pelo apedrejamento, era Maria Madalena que os textos bíblicos relatam não mais ter deixado de acompanhar Jesus.
Tendo acreditado que Ele era o Messias não deixou de estar presente no Calvário, tendo sido ela que no sábado após a crucificação rumou a Jerusalém para comprar perfumes com a finalidade de preparar o Corpo de Jesus, como era na época um costume funerário, tendo-lhe cabido a tarefa da ida ao sepulcro e, embora, o tivesse encontrado vazio consolou-se com a dita de ter sabido que o Mestre tinha ressuscitado indo a correr levar a grande notícia - a causa da nossa crença - aos apóstolos.
Maria Madalena - in, Wikipédia
Este episódio bíblico levou-me a meditar o seguinte:
Jesus usou a "arma" do amor misericordioso e a
"arma" primorosa de não ter acusado ninguém... nem mesmo os acirrados
carrascos daquela mulher que se foram retirando de consciência pesada e, desse modo abalou todos os circunstantes, quer os acusadores como a pessoa que era acusada, ou seja, com a sua acção chegou a todos, levando-os a repensar as atitudes que seguiam e pelas quais distorciam os valores que qualquer sociedade deve ter e se cingem no encontro de cada um consigo mesmo para que Deus que lhes dá a liberdade total de O aceitar ou não - aceitando-O - possa encontrar um terreno mais propício para plantar as suas vides.
Jesus - devemos repetir - nesta cena fundamental do Evangelho exerceu o sonho missionário e chegar a todos, precisamente aquilo que o SÍNODO LISBOA 2016 nos pede no tempo que passa, o que nos leva a pensar que é sempre a força do Espírito Santo que conduz a História dos homens que vivem centrados com Deus.
Com efeito, neste momento, vivemos uma caminhada sinodal em que está empenhada a Diocese de Lisboa cujo tema central "é o sonho missionário de chegar a todos" um facto que me fez meditar que é possível "chegar a todos" se todos nos empenhamos em seguir o modo como Jesus conseguiu chegar por dentro não só dos fanáticos doutores da Lei, como, sobretudo, daquela mulher, sem que, para aquilo que aconteceu, Ele que é dono e Senhor de toda a Doutrina tivesse utilizado frases de um qualquer compêndio doutrinal, mas tão só o modo como agiu, utilizando a compreensão e o amor que nos deve merecer sempre aquele que se desviou do caminho por causas onde, muitas vezes, a culpa começa em nós mesmos, fazendo que o acusador seja o grande culpado.
E isto conduziu-me a algo que me parece muito importante:
O primeiro Evangelho que nos compete transmitir ao outro - tendo em conta o modo cheio de ternura humana como Jesus actuou - para que tal posa acontecer connosco pode não ser, falar do Livro Sagrado em primeiro lugar e muito menos fazê-lo exaustivamente usando a sua Palavra Eterna que jamais passará, mas antes, termos à saciedade nos gestos e nos modos como agimos perante o semelhante o influxo imaterial que existe dentro de nós e nos impele, sem que haja nisto qualquer afectação - que é um erro que se comete - e, portanto, mostrar ao outro a diferença que transportamos pelo modo como nos comportamos, sejam ou não religiosos os nossos modos, porque estes, mesmo quando o não parecem ser, já o são, pelo facto de Deus morar no coração de todas as criaturas.
Jesus deu-nos este exemplo.
Não usou Palavras de uma bem elaborada oratória sagrada e podia tê-lo feito, porque Ele melhor que ninguém sabia o modo de a expressar.
Não fez isso.
Utilizou palavras simples mas carregadas de humanidade a começar com as que dirigiu aos doutores da lei que se foram dali envergonhados de si mesmos e, do mesmo modo, com a mulher pecadora a quem disse:
- Vai e de agora em diante não tornes a pecar.
Não sabemos se os fariseus se converteram. Sabemos que se retiraram.
Quanto à mulher é o que se sabe,
É uma Santa a quem a Igreja dedica o dia 22 de Julho como Memória Obrigatória
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