Gravura publicada pela Revista "O Occidente"
de 11 de Novembro de 1882
Ainda hoje os vemos, aqui e acolá, na sua estrutura cilíndrica de ferro, pintados de vermelho e muito vistosos com a abertura superior sobre a porta de acesso ao carteiro e com um quadro onde se pode ler a hora da próxima tiragem de correspondência.
Encontram-se implantados desde 1882 nos passeios das ruas e avenidas, sendo quase coincidentes com a adopção do selo postal que surgiu para se tirar mais vantagens dessa determinação dos poderes oficiais.
Diz a notícia que os marcos de correio, então implantados foram produzidos na oficina de Handyside de Londres e vieram quarenta e dois (...) e que os mesmos, de acordo com a notícia coeva se destinavam a substituir as caixas do antigo sistema que eram facilmente vandalizadas.
O marco do correio melhorou, na época, a visualização da arquitectura urbana, como ainda hoje, com o mesmo aspecto o continua a fazer, um facto que certamente para os mais saudosos -
como eu - se recuarmos no tempo, lembrar-nos-emos que foi na década de quarenta do século passado, creio que, concretamente, em 1947, o cantor Alberto Ribeiro ter cantado
uma letra que ficou célebre, sendo o seu autor o poeta Frederico de Brito com música do
próprio cantor e que se chamava, precisamente: "Marco do Correio", constituindo, desse modo, uma homenagem àquele objecto utilíssimo e inviolável onde com toda a confiança depositávamos as nossas cartas.
Minha rua
sossegada
Tem à beira
do passeio
A coisa mais
engraçada
Que é o
marco do correio.
Marco do
correio
De portinha
ao centro
Não sabes,
eu creio
No que tens
lá dentro.
Quantas
raivas e desejos
Mil
respostas e perguntas.
Quantas
saudades e beijos
E quantas
lágrimas juntas.
Marco do
correio
Deixa-me
espreitar.
Deixa que eu
não leio
Nem vou
divulgar.
Vá lá, não
fiques zangado
Deixa-me
ver, por favor
A carta que
tens ao lado
É a carta do
meu amor.
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