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quinta-feira, 22 de janeiro de 2015

Os velhos marcos do correio.


Gravura publicada pela Revista "O Occidente" 
de 11 de Novembro de 1882


Ainda hoje os vemos, aqui e acolá, na sua estrutura cilíndrica de ferro, pintados de vermelho e muito vistosos com a abertura superior sobre a porta de acesso ao carteiro e com um quadro onde se pode ler a hora da próxima tiragem de correspondência.

Encontram-se implantados desde 1882 nos passeios das ruas e avenidas, sendo quase coincidentes com a adopção do selo postal que surgiu para se tirar mais vantagens dessa determinação dos poderes oficiais.

Diz a notícia que os marcos de correio, então implantados foram produzidos na oficina de Handyside de Londres e vieram quarenta e dois (...) e que os mesmos, de acordo com a notícia coeva se destinavam a substituir as caixas do antigo sistema que eram facilmente vandalizadas.

O marco do correio melhorou, na época, a visualização da arquitectura urbana, como ainda hoje, com o mesmo aspecto o continua a fazer, um facto que certamente para os mais saudosos - como eu - se recuarmos no tempo, lembrar-nos-emos que foi na década de quarenta do século passado, creio que, concretamente,  em 1947, o cantor Alberto Ribeiro ter cantado uma letra que ficou célebre, sendo o seu autor o poeta Frederico de Brito com música do próprio cantor e que se chamava, precisamente: "Marco do Correio", constituindo, desse modo, uma homenagem àquele objecto utilíssimo e inviolável onde com toda a confiança depositávamos as nossas cartas.


Minha rua sossegada
Tem à beira do passeio
A coisa mais engraçada
Que é o marco do correio.

Marco do correio
De portinha ao centro
Não sabes, eu creio
No que tens lá dentro.

Quantas raivas e desejos
Mil respostas e perguntas.
Quantas saudades e beijos
E quantas lágrimas juntas.

Marco do correio
Deixa-me espreitar.
Deixa que eu não leio
Nem vou divulgar.

Vá lá, não fiques zangado
Deixa-me ver, por favor
A carta que tens ao lado
É a carta do meu amor.


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