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segunda-feira, 19 de janeiro de 2015

As conquistas históricas do "Tio Sam"


"Por humanidade vai ficando com elas"

Título desta gravura publicada pelo jornal humorístico
"Corja" de 31 de Julho de 1898



Tio Sam é a personificação nacional dos Estados Unidos da América e um dos símbolos nacionais mais famosos do mundo. O nome Tio Sam foi usado primeiramente durante a Guerra anglo-americana de 1812, mas só foi desenhado em 1870.
Ele é geralmente representado como um senhor de fisionomia séria com cabelos brancos e barbicha. Há fontes que vêem uma semelhança do rosto de Tio Sam com o do presidente Andrew Jackson, outras com o do presidente Abraham Lincoln. O Tio Sam é representado vestido com as cores e elementos da bandeira norte-americana - por exemplo, uma cartola com listras vermelhas e brancas e estrelas brancas num fundo azul, e calças vermelhas e azuis listradas.
in, "Kikipédia"

Neste momento em que parece existir algum degelo entre as relações diplomáticas dos Estados Unidos e Cuba, a velha gravura do jornal "A Corja" faz algum sentido, porque na época final do século XIX, o "Tio Sam", qual herói marinho - imerge das águas em que gostava de navegar - aparece como um conquistador de beldades naturais localizadas noutras águas, levando como se vê na sua rede de pesca como a gravura assinala, as Filipinas e, vitoriosamente, exibe bem apoiada no seu longo braço - a ilha de CUBA - mais uma beldade conquistada.

O humorista do jornal daquele recuado tempo não podia ter sido mais explícito e mordaz quanto à frase escolhida para mimosear o "Tio Sam" e o sentido das suas conquistas:

"Por humanidade vais ficando com elas"

As Filipinas que foram colónia espanhola rebelaram-se em 1896 e caíram nos braços do "Tio Sam" e assim aconteceu quando a Espanha em 1898 perdeu a ilha de Cuba para esta personificação nacional dos Estados Unidos que após a guerra civil, entendeu que havia chegado o tempo dos EUA construírem o seu Império para lá das suas fronteiras naturais.

Cuba, como é sabido, nas quase primeiras seis décadas do século XX esteve sujeita aos interesses do "Tio Sam" que, mesmo depois de terem tido o primeiro governo em 1902 e embora a tenham abandonado continuaram a exercer a sua influência sobre os seu destino.

É, então, que vem à baila Fidel de Castro que num dado momento (1959) derrotou Fulgêncio Baptista, um "capataz" do "Tio Sam" que autorizava que Cuba fosse um paraíso para gozo dos endinheirados dos Estados Unidos, acabando com a "conquista" que tinham feito daquela ilha apetecida do Mar das Caraíbas, pelo que o degelo que agora se sente - e se deseja - chegue a bom porto, para além de representar a normalidade que deve existir na relação entre povos, sobretudo vizinhos, constitui uma lição de patriotismo contra a força de um tempo que não mais deve voltar, em que o "Tio Sam" se julgava dono e senhor dos povos que pescava na sua rede, usando a malha apertada da sua falta de humanidade mas fazendo todas as tropelias, supostamente, em nome dela.

Em nome da reconquista da ilha, foi pena, contudo, que a um ditador de direita surgisse um outro alinhado com a ditadura comunista, mas não se podendo negar o que de mal fez Fidel de Castro contra os seus inimigos políticos, manda a verdade dizer que tudo isto aconteceu por causa do "Tio Sam", que agora, finalmente, estendeu a mão.

E assim se começou a escrever mais uma página da História, que se deseja, frutifique para bem do povo cubano que desde 1898 até aos nossos dias - só tendo conhecido ditadores - não sabe o que é viver em liberdade.


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